De Santa Maria à praia Maria Luísa

Quando acontecem acidentes, que envolvem a responsabilidade do Estado, é chocante assistir aos discursos manhosos de zelosos funcionários a justificar os erros. Mais chocante ainda é o discurso dos governantes, sempre presentes, emocionados e de luto, mas que nada fazem objectivamente para garantir a imediata defesa dos direitos de cidadãos que se atreveram a recorrer a um hospital público ou a passar uma manhã na praia.

Já lá vão 72 horas

O país acordou, novamente, sem um desmentido oficial do Palácio de Belém a propósito das suspeitas de escutas na Presidência e de vigilância a assessores de Belém a mando do Governo ou do PS.

Crise sem resposta

As quebras das receitas fiscais, em cerca de 20%, o aumento do défice para o triplo do valor de 2008 e o desemprego a ultrapassar a fasquia do meio milhão de portugueses dizem tudo da governação de José Sócrates. Afinal, o país não estava preparado para a crise interna e internacional. Não há nada pior para um governante que os factos desmentirem as suas afirmações. E ainda a procissão vai no adro...

Manuela Ferreira Leite marca a diferença

Entre a líder do PSD e José Sócrates não há confusão. Nem na política, nem na credibilidade pessoal, nem nos objectivos, nem nas promessas, nem nos negócios, nem no actual clima escandaloso de intimidação. Foi esta a mensagem que Manuela Ferreira Leite passou na entrevista a Judite de Sousa, na RTP. E mais. Esteve à altura do momento: José Sócrates já sabe que perdeu as eleições.

Suspeitas reforçadas

António Capucho veio confirmar as suspeitas de escutas na Presidência e de vigilância a assessores de Belém a mando do Governo ou do PS. Em declarações à Rádio Renascença, o conselheiro de Estado e presidente da Câmara de Cascais foi claro: «Algo de anormal se passou (...) Se fosse um mero disparate de Verão, como diz o primeiro-ministro, certamente que Belém já tinha desmentido categoricamente ou já teria dito alguma coisa a este respeito».

Assim, urge esclarecer e apurar as responsabilidade, pois é o «Primeiro-Ministro, que controla, tutela e orienta a acção dos serviços de informações, preside ao Conselho Superior de Informações, nomeia e exonera o Secretário-Geral do SIRP, bem como os Directores dos serviços de informações, e mantém especialmente informado o Presidente da República».

Governo agiu bem

A declaração de Ana Jorge, ninistra da Saúde, sobre o funcionamento da Linha Saúde 24 foi oportuna e firme. Há limites nas parcerias público-privadas, em que o estado paga e os utentes não são servidos convenientemente.

Cool!

A cada hora que passa, sem uma reacção oficial do Palácio de Belém sobre as suspeitas de vigilância ilegal aos membros da Casa Civil do presidente da República, a corte revela cada vez maior agitação, multiplicando notícias e artigos de opinião a tentar desvalorizar a gravidade das denúncias. Entretanto, Fernando Pinto Monteiro, diz que não há queixas. E, já agora, nem resultados conhecidos do inquérito que resultou das suas próprias queixas em relação às escutas ilegais.

Francico Louçã em êxtase

As sondagens do Bloco de Esquerda estão a toldar a responsabilidade e a prudência das declarações do líder do Bloco de Esquerda. A ambição é tal que tudo o que diz respeito às relações entre o primeiro-ministro e o presidente da República serve para uma reacção de demarcação total. Infelizmente, há artigos de opinião que não se apagam, nem em período pré-eleitoral, nomeadamente as palavras certeiras de Helena Pinto, entre outros destacados membros do Bloco.

Sempre atento

Uma dúvida sobre sobre o Arctic Sea, por José Medeiros Ferreira.

Assessor governamental em foco

Rui Paulo Figueiredo

Na origem das suspeitas

A edição do Público, hoje, retoma a manchete de ontem avançando novos dados sobre as suspeitas da Presidência de estar a ser alvo de vigilância ilegal: «O crescente mal-estar entre Belém e São Bento começou a dar lugar à desconfiança de que o Governo de Sócrates estaria a vigiar de forma irregular a Casa Civil do Presidente há cerca de um ano e meio».

Dúvida nada secreta

Depois das reacções nervosas em relação à manchete do Público – «Presidência da República teme estar a ser vigiada», lembrei-me que é o «Primeiro-Ministro, que controla, tutela e orienta a acção dos serviços de informações, preside ao Conselho Superior de Informações, nomeia e exonera o Secretário-Geral do SIRP, bem como os Directores dos serviços de informações, e mantém especialmente informado o Presidente da República».

Escolas vazias no papo

O Papa Açordas está atento. E sacou um belo post sobre a agenda de José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues: (...) «Toca a visitar escolas sem alunos ou professores, para evitar ser contestado... E é assim a política à Sócrates, bem longe do povo e das suas contestações... Para o rapaz, povo só serve para votar... nunca para protestar...».

Crónicas Modernas

«Há razões de sobra para ponderar, redobradamente, o que se está a passar em Portugal, e agir em conformidade no momento de votar no dia 27 de Setembro de 2009».

Admirados?

O clima de suspeição existe ao mais alto nível do Estado. De acordo com São José Almeida, jornalista do Público, o «clima psicológico que se vive no Palácio de Belém é de consternação e a dúvida que se instalou foi a de saber se os serviços da Presidência da República estão sob escuta e se os assessores de Cavaco Silva estão a ser vigiados».

«Um vendedor de banha da cobra»

António Ribeiro Ferreira no seu melhor, sobre o crescimento dos 0,3% do PIB, num artigo de opinião no Correio da Manhã.

Arctic Sea

A descoberta do barco com tripulação russa ao largo das ilhas de Cabo Verde é um mistério tão interessante como o seu desaparecimento. Mais ou menos como a última visita surpreendente de Hillary Clinton em África.

É notícia

O Instituto de Postgrado de Estudios Culturales y de Comunicación (IPECC), da universidade Alcalá de Henares, em Espanha, irá oferecer um eReader aos alunos que se inscreverem no Mestrado de Edição, no ano lectivo 2009/2010.

Plano Saúde de Barack Obama

A maioria nas democracias pode transformar-se em ditadura. As reacções à universalização do plano de saúde nos Estados Unidos da América, proposta por Barack Obama, geram a maior perplexidade. Afinal, mais de 40 milhões de norte-americanos sem cobertura de saúde e milhares de mortos por ano não incomodam a maioria. É nestes momentos que ainda acredito na Europa.

Bolo de 2,5 mil milhões

A Parque Escolar, empresa pública responsável pela transformação das escolas, criada em 2007, já gastou mais de 20 milhões de euros em projectos de arquitectura que foram adjudicados por convite directo, de acordo com o Público.

Discursos sobre a ética

Qual é a conclusão da soma das declarações de Sá Carneiro, Pina Moura, Almeida Santos e Medina Carreira sobre a ética em política? Pode ver o resultado no Mau tempo no Jornal.

Usain Bolt

Vitória fantástica do jamaicano nos campeonatos de Berlim, com a marca histórica de 9,59 segundos, novo melhor recorde do mundo.

PSD fala claro

«Governo de José Sócrates tem uma visão clientelar do Estado. Suspeita-se do que está por detrás dos contratos dos contentores de Alcântara, suspeita-se do que está por detrás do financiamento dos computadores Magalhães, suspeita-se do que está por detrás da Fundação das Telecomunicações para as redes móveis, suspeita-se do que estaria por detrás do negócio da TVI, suspeita-se porque há alegadas pressões sobre magistrados no chamado 'caso Freeport' e que deu origem a processo disciplinar. Temos em Portugal um Governo sob suspeição e isto corrói as instituições e mina a autoridade do Estado».

José Aguiar Branco, discurso na Festa do Pontal, Calçadão de Quarteira.

O preço da cegueira

O caso de Santa Maria é mais do que um escândalo. É o retrato da desgraça no sector da Saúde. Depois de seis pessoas terem ficado cegas, várias inspecções a serviços do maior hospital do país têm revelado resultados extraordinários. Até quando os médicos vão pactuar, diariamente, com este tipo de condições?

31 de opinião

Vasco Pulido Valente, no artigo de opinião de hoje, no Público, intitulado "Monarquia e República", coloca no sítio a pseudo polémica sobre a aventura das bandeiras. Finalmente, uma opinião inteligente depois de sucessivos comentários indigentes e protagonismos hilariantes.

Desemprego com mais de 500 mil

O regresso da propaganda governamental, ao mesmo tempo que são conhecidos os últimos números do desemprego, é um ataque sem precedentes à tranquilidade das férias dos portugueses.

Dúvida metódica

Manuela Ferreira Leite marcou pontos na sua intervenção sobre o crescimento do produto e do desemprego, ao estabelecer a relação entre o aumento do PIB em 0,3% e a queda vertiginosa dos impostos. Pode ser que o INE explique antes das eleições, já que até lá do governo só se pode esperar mais propaganda...

'Cereja' perfeita

«Agora, a menina, uma apresentadora de televisão da geração morangueira açucarada, transcendeu-se e disse numa entrevista que só come cerejas porque a sua empregada lhe tira os caroços das ditas».

Falso arranque de Pacheco Pereira

O militante, candidato, político, blogger, comentador e analista Pacheco Pereira não comenta as listas do PSD. Curiosamente, preferiu exortar o PM a convocar uma conferência de imprensa para falar sobre os números do desemprego. Certamente, a queda de paraquedas em Santarém também deve ser tabu, ou melhor matéria para oportunamente poder fazer mais um comentário no Abrupto, no Público ou na SIC. Para início de campanha não está mal...

TAP sem asas

Fernando Pinto classificou o pré-aviso de greve dos sindicatos da TAP, que representam todos os trabalhadores, como uma «declaração de guerra». O facto de continuar em funções prova que estamos perante um governo moribundo. De notar que a greve foi convocada no mesmo dia em que a frota de automóveis dos directores da companhia foi renovada.

Lisboa sem risco

«Um dos srs. que assina este parecer é o autor do projecto de demolição da casa de Almada e Varela, agora transformado em projecto de ampliação, aprovado em sessão de CML de Julho passado, contra os pareceres dos técnicos da CML, o que é ESPANTOSO!»

Crónicas Modernas

«Em Portugal, não há erros irreparáveis. Ainda não chegamos a tal apuro democrático e civilizacional».

«Hoje, Portugal é um grande BPN»

O ex-ministro das Finanças, Medina Carreira, afastado do prime time televisivo, continua a caracterizar a economia e a classe política com enorme lucidez e espírito de serviço público. Entretanto, as pequenas variações positivas dos agregados macro económicos continuam longe do dia-a-dia e dos bolsos dos cidadãos.

Wallace Souza

O subprime dos Media brasileiros que já ultrapassou fronteiras, como refere O Malfazejo.

Começou a campanha eleitoral

Via Tomar Partido, fiquei a saber que ainda há opinião política. Enviesada, mas clara. E típica do Bloco Central: Se tu fazes pior do que eu, logo é a minha vez de também poder fazer o péssimo.

Agarrados ao poder

Os elementos da ERC continuam mudos e calados depois do primeiro-ministro ter optado pelo Jornal de Notícias para dar uma opinião partidária sobre a actualidade política. Depois da recomendação da ERC para uma separação de águas – com a qual concordo – a atitude do chefe do governo deixa ainda mais fragilizado um regulador com cada vez menos autoridade.

Sócrates isolado

O PCP deu a machadada final em qualquer hipótese de coligação governamental com o PS. Depois de PSD, CDS/PP e Bloco de Esquerda, os comunistas fecharam a possibilidade de José Sócrates governar em coligação. É o pior cenário possível para os socialistas. Uma vitória do PS com maioria relativa lançaria o país na instabilidade.

Síndrome do poder

As declarações de Manuela Ferreira Leite a propósito das reacções sobre os nomes que integram as listas que vai levar a votos são lamentáveis. Quanto mais se aproximam as eleições de 27 de Setembro, mais a líder do PSD parece insistir em parecer uma sósia de José Sócrates.

Política externa: um caso raro

O prolongamento da prisão de Aung San Suu Kyi é mais uma prova da brutalidade do actual regime da Birmânia. Felizmente, os mais altos dirigentes da junta militar que lideram a União de Mianmar (nome oficial a partir de 1989) não tiveram a oportunidade de passar por Portugal. Caso raro na actual política externa, que primou por estender a passadeira a ditadores, assassinos e ladrões.

Acabou o sossego

O PM voltou de férias. Com um artigo de opinião no JN, uma visão da esquerda e da direita à sua maneira. Será uma provocação à ERC?

Guantanamo (II) by Portugal

Dois sírios sequestrados e presos ilegalmente em Guantanamo vão chegar este mês a Portugal. É uma excelente notícia, mas não há bela sem senão. Apesar de terem sido presos sem culpa formada e sem condenação, os dois sírios não têm liberdade de movimentos e não podem sair de Portugal. Nem mesmo à socapa, num qualquer avião da CIA?

Mais civilização

Há notícias que nos envergonham, como tentar vender gato por lebre. Há outras que nos enchem de orgulho e que, infelizmente, não têm o relevo que merecem. Via Defensor Oficioso fiquei a saber que na prisão do Linhó há 40 canais na cela por quatro euros

Raul Solnado

O desaparecimento de um artista que fazia rir com inteligência e sentido político, esquecido em vida pelos responsáveis culturais e programadores de televisão da treta.

Regresso do pântano

A falta de credibilidade do primeiro-ministro não é novidade. Basta ouvir e ler o que se diz dele nas ruas, nos fóruns políticos ou nos Media. O que espanta é atingir o ponto em que o próprio Presidente da República tem falta de confiança pessoal no chefe do governo.

Ódio cega

A ERC apostou na separação de opinião política e partidária. Por isso, e muito bem, insistiu na suspensão de comentadores claramente identificados com cores partidárias durante os períodos eleitorais. Não vinha mal ao mundo e credebilizava a opinão política e os próprios opinion makers. Insuspeito de defender a ERC, até por razões pessoais, é preciso separar as críticas legítimas a um regulador com falta de credibilidade e a proposta de uma medida higiénica para a Democracia.

Mais um adiado... com estrondo

Aaparentemente, a solução do BPP é só para depois de 27 de Setembro. Até parece um dos processos judiciais que contam com o nome de José Sócrates. A renúncia em bloco da administração (do que resta) do Banco, liderada por Adão da Fonseca, tem a bondade de alertar para o que aí vem... ou não.

Sporting em frente

Fiorentina está no papo.

Day after

Há 64 anos era assim.

Calado e bem vivo

As férias de José Sócrates estão a correr bem. Em silêncio e a deixar a marca da sua vontade em cada dia que passa. O afastamento de João Lobo Antunes, no Conselho Nacional de Ética, um incondiconal cavaquista, é apenas mais um episódio.

Contos Proibidos - Memórias de um PS desconhecido

Recomendado, em formato de livro digital, com download gratuito. Ver Notícia.

Há voos que não compensam

Quando um coelho apanha um rangel pela frente com vontade de cortar nas despesas europeias.

Cenário promissor

Os nomes das listas do PSD dizem tudo. Ou melhor quase tudo, pois aguardam-se as palavras sempre oportunas de Pacheco Pereira, escolhido como cabeça de lista por um qualquer distrito que lhe calhou em sorte. Entretanto, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa e Paulo Portas devem devem estar a rebolar a rir, enquanto José Sócrates já deve ter encomendado Cristal (não muito frio).

CGD: cliente com contas em dia

Imperdível, Aqui. Um antídoto para a moral sportinguista e para a discussão das listas do PSD.

Cuidado Manuela

A líder do PSD, em mais do que uma oportunidade, invectivou os jornalistas a não colocarem questões que tenham subjacente a sua idoneidade. É um mau prenúncio, ainda que na mais tradicional e bacoca tradição "cavaquista". Aliás, uma senhora não precisa de chamar a atenção para a sua seriedade, ainda que o silêncio seja penalizador. Todavia, o benefício da dúvida não lhe pode ser retirado sem justificação. Ninguém com dois dedos de testa pode admitir alguma mais valia com a integra.ção de António Preto e Helena Lopes da Costa nas lista dos PSD. Manuela Ferreira Leite está no fio da navalha. Uma cedência, porventura a Pedro Santana Lopes, pode ser a morte da artista.

A vergonha está à vista

Os exemplos de Fátima Felgueiras, Ferreira Torres e Valentim Loureiro não foram suficientes. E a maioria de deputados também não. Ao deixar na gaveta o projecto de lei consagrando a inelegibilidade de candidatos a contas com acusações ou condenações judiciais, que chegou a ser aprovado na generalidade, em Dezembro de 2005, o PS permitiu a recandidatura de Isaltino Morais depois de ter sido condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato. De facto, é um dia vergonhoso para a democracia portuguesa.

P.S. Ainda que a presunção de inocência seja um valor sagrado, a responsabilidade política também o é, ou melhor devia ser.

Isaltino Morais: um dia especial

E decisivo para o presidente da Câmara de Oeiras, que conhece hoje a decisão do tribunal sobre o processo relacionado com contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica. Pode ser também um dia vergonhoso para a democracia portuguesa.

Não há paciência

Como ficou patente quem falou verdade no caso do convite de Joana Amaral Dias, eis que começaram a surgir as teses do costume: todos os partidos fazem o mesmo, blá, blá, blá. Moral da história: como todo fazem o mesmo, não é assim tão grave. Enfim, o nojo do costume.

Aproveitem a folga

José Sócrates partiu para férias. Durante 10 dias, ao que tudo indica, não teremos que levar com sucessivas aparições do primeiro-ministro (sobretudo na RTP) a prometer tudo a todos.

Marques Mendes marca diferença

O ex-líder do PSD, numa oportuníssima declaração, recordou que os deputados têm em mãos há mais de três anos um projecto de lei consagrando a inelegibilidade de candidatos a contas com acusações ou condenações judiciais especialmente graves. E mais. Colocou a cereja em cima do bolo ao denunciar: o projecto foi aprovado na generalidade por todos os partidos sem excepção, porém não houve coragem para avançar. O Parlamento fechou as portas e o projecto ficou na gaveta.

Media sob pressão

A crise começou a estalar nos jornais gratuitos, nomeadamente na Metro Portugal. Quem diria? E o pior ainda está para vir.

Vale quantos desmentidos?

«A GNR revela no seu relatório Operação Floresta Segura 2008 que os dados sobre os incêndios e a área ardida em 2007 e 2008, que foram inscritos no Sistema de Gestão de Informação dos Incêndios Florestais (SGIF), foram "alterados por desconhecidos"».

In Público

Só falta a clarificação do PCP

Francisco Louçã afastou qualquer hipótese de participar num governo de coligação. Depois de PSD e CDS/PP também já terem anunciado que não estão disponíveis para uma coligação com o PS, José Sócrates está cada vez mais isolado.

As sondagens, o gato e a lebre

A guerra da sondagens vai começar. Devagar, devagarinho, depois do desastre das europeias, entre outros mais antigos, as empresas de sondagens voltam à carga com este ou aquele resultado. Sem que ninguém se preocupe em escrutinar quais os interesses a que estão associadas. E sem qualquer garantia que não se está a vender gato por lebre.

Final infeliz

Joana Amaral Dias veio a público, finalmente, confirmar o convite do PS para integrar as listas para as próximas legislativas. Fê-lo de uma forma desgarrada, tardia e infeliz, alegando ainda por cima que só o fez agora por ter estado de férias. Ao desvalorizar a polémica, sobretudo a suspeita que o convite lhe foi feito a troco de promessas de vir a integrar organismos de Estado, a militante do Bloco de Esquerda prestou um mau serviço. A causa da toxicodependência é fundamental, mas também o é a da transparência na política. Aliás, tanta súbita modéstia não cola nada, definitivamente, com tanta pose b.c.b.g.

Uma razão maior

A decisão do Tribunal constitucional, que deverá negar o casamento entre Teresa Pires e Helena Paixão, é mais uma oportunidade para abrir a discussão em relação à necessidade de arrumar esta instituição numa secção do Supremo Tribunal de Justiça. Não pela decisão em si, por mais bacoca que possa ser, mas pelo facto de se aproximar mais uma nova revisão constitucional. Aliás, eis uma matéria fundamental, adiada há décadas, que deveria constar dos programas partidários.

Olhó passarão

Bem topado pelo Tomar Partido!
A organização da banca portuguesa merecia um inquérito, lá isso merecia.

Benfica em campanha

O Benfica continua olimpicamente a impedir a TVI de entrar em qualquer iniciativa pública para a qual são convidados órgãos de comunicação social. Quem virá a seguir? Manuela Ferreira Leite? Francisco Louçã? Jerónimo Sousa? Paulo Portas?

Crónicas Modernas

«Já ninguém se admira com este tipo de fuga em frente, com este tipo de gente que governa o país. O espanto, o que mais impressiona, é que ainda julgam que é possível voltar a enganar politicamente os portugueses».

Versão (socialista) da carochinha

«Quero frisar ainda que não dei conhecimento destes contactos pessoais e privados [com Joana Amaral Dias] à direcção do PS, ao secretário-geral ou à federação distrital do PS de Coimbra, nem estava mandatado por eles para formalizar qualquer convite»

Paulo Campos, secretário de Estado adjunto das Obras Públicas e Comunicações, in Público

A gripe faz bem

«Considero que é essencial legislar menos, legislar de forma criteriosa e precisa. Um quadro legislativo simples, claro e estável, escrito com transparência, resulta do respeito pelos cidadãos e inspira confiança»

Manuela Ferreira Leite

A banca agradece

O depósito de 200 euros por cada bebé nascido é uma das mais paradigmáticas da actual maioria. É todo um mandato numa medida á beira da despedida: o povo fica contente e a banca ainda a mais.

Um resultado anunciado em Lisboa

Não vi o debate, mas pelas notícias e comentários parece que Santana Lopes ganhou por ter sido mais assertivo. A estratégia de invocar o passado já deu mau resultado com José Sócrates, mas António Costa persiste em martelar a tese a.c./s.c..: antes de costa foi o caos; sem costa é o caos.

Sócrates novo, Sócrates velho

O primeiro-ministro decidiu reunir, com transmissão em diferido, com bloggers portugueses: Certamente Blasfémias O Afilhado País Relativo O Valor das Ideias Jugular Ad confessionem Rua Direita Fernando Vasco Câmara dos comuns A Linha Ana Martins 31 da Armada Loja de Ideias A barbearia do senhor Luís Miúdos Seguros na Net Portugal dos pequeninos Simplex Crónicas para mais tarde recordar.

Ai a memória

Um post oportuno sobre Miguel Vale de Almeida.

Far West na Madeira

Mais uma excelente ideia do PND simplesmente abatida a tiro.

A mesma ilusão

Depois de um computador 'fabricado' em Portugal, temos agora um avião 'construído' em Évora. É mais uma mentira de José Sócrates, mas pelo menos revela coerência na propaganda.

Entre um e outro

É claro que acredito em Francisco Louçã em relação à polémica sobre o convite a Joana Amaral Dias. A tentativa de José Sócrates em aliciar a militante do Bloco de Esquerda para as lista dos PS, a troco de lugares de nomeação governamental, faz todo o sentido no quadro da actual maioria e confusão entre Estado/partido/governo. E ainda a procissão vai no adro...

Razia nas listas do PS

Os principais críticos foram banidos das listas do PS para as próximas eleições Legislativas. Para quem tinha dúvidas, por esta ou aquela razão, eis o partido de Sócrates a funcionar.

Bloco Central em delírio

O Jamais e o Simplex vão fazer as delícias da blogosfera. Pelo menos não são os anónimos do costume. E que fossem... o debate é o mais importante.

Mais uma roda...

Não é todos os dias que se assiste a um dirigente associativo a dizer que o «primeiro-ministro mentiu, mentiu, mentiu repetidamente». Estava escrito nas estrelas que a primeira reforma anunciada por José Sócrates, na tomada de posse do XVII governo constitucional, não passaria de mais um anúncio de propaganda. O único espanto é ter sido o próprio João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias, a denunciar o falhanço... das negociações.

ACTUALIZAÇÃO

Afinal, foi tudo um lapso. João Cordeiro enganou-se. O alvo passou a ser um ajudante. E as negociações continuam...

Prisão preventiva é uma medida excepcional

Uma das únicas notas positivas no actual caos da política de Justiça do governo foi dificultar o recurso à prisão preventiva como panaceia para esconder as insuficiências do sistema judicial. Ontem, Oliveira e Costa passou de uma prisão preventiva de longos oito meses para prisão domiciliaria, com vigilância através de pulseira electrónica. Não veio nenhum mal ao mundo. É um sinal positivo. Aguarde-se pelo julgamento para saber se o ex-banqueiro merece o castigo da privação total de liberdade.

Queda para a asneira

José Magalhães não é propriamente conhecido pela habilidade governativa e sentido de Estado. Não, não é por causa da impugnação em relação ao concurso para o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo da Costa Portuguesa, que visa reforçar o combate contra a imigração ilegal e o tráfico de droga. O que está em causa é o infeliz aviso à navegação do secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, durante a cerimónia de assinatura do contrato com a empresa Indra, no valor de 25,5 milhões de euros: «Os primeiros resultados do novo sistema de vigilância costeira, que garante protecção até pelo menos às 24 milhas marítimas, devem começar a ser visíveis dentro de seis meses». E até lá...

Louçã cada vez melhor

Brilhante seria uma redundância, sobretudo por se tratar de um político de excepção. As palavras do líder do Bloco de Esquerda, na entrevista a Judite de Sousa, na RTP, são a prova de que nem tudo está perdido numa Democracia que é capaz de gerar um político assim.

Desafio que vale a pena

António Barreto, no Jacarandá, desafia os leitores a apresentarem propostas para combater a corrupção.

A política no estado infantil

"Está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu".
José Sócrates, num encontro restrito com 15 empresários.

Sinais da maioria

«Neste sítio um ministro pode ir para a rua por um par de cornos infantis ou por uma piada de mau gosto. As roubalheiras, os negócios escuros, os compadrios, a corrupção a céu aberto e o tráfico de influências, não só são tolerados como premiados nas urnas».
António Ribeiro Ferreira, jornalista, in "Correio da Manhã"

A parte que ficou a ganhar

Jorge Coelho, líder do grupo Mota-Engil, tem razões para estar satisfeito. Segundo o Tribunal de Contas, o lucro da Liscont com a prorrogação do contrato de exploração do terminal de contentores de Alcântara quase duplicou em apenas uma semana. Em Outubro de 2008, subiu o rendimento líquido de 4,2 milhões de euros para 7,4 milhões de euros.

Conselheiro de Estado

Vítor Bento é uma escolha pessoal de Cavaco Silva tão infeliz quanto as responsabilidades diferenciadas de ambos na política de reprivatizações dos anos noventa.

A mentira é publicável?

O desvio de quase 300% no défice não impediu o ministro das Finanças de afirmar que as contas públicas estão controladas. Mais fantástico ainda é a a imprensa publicar uma afirmação destas como se nada fosse. Qual é o limite para a informação acéfala? José Sócrates convocar os jornalistas para dizer que a terra é triangular?

Vem aí um tsunami

A confirmar-se a colaboração de Oliveira e Costa com a Justiça, a propósito do BPN, entre outros assuntos, o Bloco Central vai implodir. Querem ver que Francisco Louçã ainda corre o sério risco de ser primeiro-ministro de Portugal?

Ataque à Justiça

«Há estranhos a entrar no sistema Citius. É a devassa completa dos processos».
João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público

Da propaganda ao delírio

O governo encetou uma vertiginosa corrida contra o tempo: «Segurança Social ajuda empresas com dívidas a encontrar investidores». Quais empresas? Quais investidores? E com que critérios? Este tipo de anúncios revela tudo...

Cuidado com a pulsão justicialista

O caso Lopes da Mota é um desafio à isenção, liberdade de imprensa e Estado de Direito. É fácil, e até compreensível, detestar a figura, tendo me conta os seus antecedentes. O que não é admissível é a política da rolha em relação ao processo depois de tudo o que já se disse. Magalhães e Silva, advogado de Lopes da Mota, tem o direito de se indignar com a recusa da publicidade do processo. E a Comunicação Social deveria tentar descortinar a razão de tal decisão do Conselho Superior do Ministério Público.

A película...espelhada

Há momentos de inspiração. Eis um desses momentos, a propósito da medida de recurso que o governo aplicou depois de se ter descoberto que um dos principais magistrados do país tinha sido instalado num gabinete protegido por simples vidraças:

«Vai toda uma política nesta solução. Primeiro: já toda a gente sabe qual é o gabinete do Juiz. Segundo: o regime aplicou a solução correspondente ao seu estado actual. A película espelhada é, verdadeiramente, um estado de espírito do regime. Ver e não ser visto. E com isso se basta, porque ver e não ser visto é um poder superior.

De facto este regime vê-nos a todos de dentro para fora, mas não nos deixa ver nada de fora para dentro. Somos vigiados pelo Estado, mas o Estado não se deixa vigiar. Vivemos rodeados de segredos por todos os lados. Fundações secretas, contratos do Estado com empresas secretos, tudo secreto»

Jorge Ferreira, in Tomar Partido.

É mau para a Democracia

Em política, a prova de vida é evidente. A morte não é. Que o diga José Sócrates que mais parece um cadáver cada vez mais isolado. O cenário para as próximas eleições legislativas não poderia ser pior.

Mais buscas

O caso BPN está a ficar Moderno.

Manuel Pinho foi despedido por muito menos

A polémica aberta pelo presidente do Instituto Nacional do Sangue constitui um sinal inquívoco de que a Democracia portuguesa ainda é uma miragem. Importa recordar que Gabriel Olim foi nomeado por José Sócrates e Correia de Campos, em 30 de Novembro de 2006. E, aparentemente, ainda continua em funções.

PS. O sangue doado é controlado?

Um caminho inteligente

Os trabalhadores do jornal "Público" aceitaram a redução dos salários para fazer face aos prejuízos. É uma medida de excepção para trabalhadores com retribuições brutas acima dos 1200 euros. Mais um corte nos recursos humanos só poderia fragilizar ainda mais o futuro.

Para encher o olho

O estudo do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) é muito mais do mesmo. As conclusões são conhecidas e estafadamente repetidas. É mais um diagnóstico de um organismo cuja eficácia é mais do que duvidosa, como referiu Maria José Morgado no prefácio de «Corrupção e os Portugueses».

Mais crise

A expectativa de um agravamento do desemprego em 2009 e 2010 deve fazer pensar um qualquer eleitor no próximo dia 27 de Setembro. Certamente, José Sócrates não vai ter o topete político de prometer mais 150 mil empregos.