DELÍRIOS... E SAUDAÇÕES

Enquanto o país vive a crise mais surda de sempre, em que tudo parece bem quando muito vai mal, o debate público divide-se entre fantasmas do passado e saudações presidenciais às nossas vedetas. 

PALAVRA DO ANO

«Por cá, conforme notícia da Porto Editora, que organiza este evento há precisamente 10 anos, a palavra do ano foi: Enfermeiro. Talvez pareça muito redutora, mas, na verdade, encerra uma determinação pela luta coletiva, heterodoxa, ousada e persistente que pode vir a perturbar esta espécie de pax romana de que por agora ainda gozamos».

SALVAR A FACE: A NOSSA IMAGEM AO ESPELHO

«Quando, rotineiramente, olhamos sem ver para os espelhos da alma, é raro atentarmos no que vemos: falta-nos tempo e reflexão»

FELIZ ANO ANOVO

«O Brexit e a instabilidade permanente da cena internacional, desde os Estados Unidos à Rússia e ao Brasil, já dificilmente serão compensados pelo turismo e pela especulação imobiliária em Portugal».

NO DIVÃ DE MARCELO

«Tentar ler Marcelo Rebelo de Sousa, episódio 234. Não compreender nada, conclusão 234. Lição do costume: catalogar o presidente da República é certamente cativante, mas permanece um exercício condenado ao infortúnio».

GRUPO FOLCLÓRICO DAS LAVRADEIRAS DA MEADELA. WHAT ELSE?

PROPAGANDA. WHAT ELSE?

OS CAÇA-FANTASMAS

«Portugal não tem fascistas que cheguem para encher uma pequena praça ou até a Rua da Betesga mas tem cada vez mais dependentes do fascismo. São eles os caça-fascistas, a versão lusa dos caça-fantasmas».

O EGOÍSMO NOS ELEVADORES

«Sobre a falta de civismo nas pequenas coisas do quotidiano».

MACHADOS, VARAS E AFINS

«Quem sabe o que significa ser jornalista nunca poderá ficar ofendido com a presença, num qualquer programa de televisão, de um qualquer meliante, calimero ou capuchinho vermelho».

UM GOVERNO QUE PREFERE A CENSURA AO COMBATE À CORRUPÇÃO

«Ameaçar a OCDE com um protesto formal sobre um relatório económico que aborda a corrupção prejudica a imagem de Portugal e faz de Augusto Santos Silva uma espécie de censor do tema "José Sócrates"».

A PERMISSÃO DA CORRUPÇÃO

«"Já passaram quatro anos desde que se desvendou a maior fraude financeira da nossa História. Quem foi preso? Quem foi responsabilizado? Também já passaram mais de sete anos após o país (e grande parte dos nossos bancos) ter ido à bancarrota. Quem foi preso? Quem foi responsabilizado?" Boas perguntas"».

IPSE DIXIT... E BOA SEMANA

Jamais haverá ano novo 

se continuar a copiar os erros dos anos velhos.

Luís Vaz de Camões

NÃO É POPULISMO, É FASCISMO

«Será surpresa surgirem messias providenciais que, prometendo autoridade e segurança, encontram um público disponível para os apoiar e até para lhes propiciar vitórias eleitorais? Não, não é. Está a acontecer hoje o que já aconteceu no passado».

APANHA QUE É LADRÃO OU PERIGO REAL?

«As experiências nazi, fascista e comunista já mostraram o que valem: desrespeito pelos direitos e liberdades dos cidadãos, racismo e xenofobia, guerras, fome, destruição. Os resultados são os mesmos».

VÃO TOMAR BANHO!

«A forma como alguns portugueses desatam a falar como especialistas em temas brasileiros só porque os bisavós deles lá viveram, ou porque lá se fala português, é completamente patética».

O QUE FAÇO AQUI?

«A vida ensina que, se os caminhos sempre inevitavelmente se bifurcam e se oferecem em tentadoras (ou ilusórias ou sonhadas) possibilidades, também a mudança pela mudança muitas vezes nada traz, e a vida, os balanços e as satisfações ou as insatisfações não se medem em minutos nem em dias».

O TEMPO DOS PROFESSORES

«O imparável predomínio das Finanças no Governo levanta sérias dúvidas sobre o processo negocial com os professores para a recuperação integral do tempo de serviço».

MARCELO: FAZER MUITO MAIS!

Marcelo Rebelo de Sousa não cessa de mostrar preocupação com os sem-abrigo, sobretudo num tempo de frio terrível. Não chega para aliviar a consciência, a do presidente e a nossa. Quem está no poder tem de fazer muito mais.

CRITÉRIO E INTEGRIDADE POLÍTICA

«No seu discurso de Ano Novo, o presidente da República alertou para os riscos que a falta de integridade política comporta para a democracia. Mas pouco disse de concreto sobre como promover essa integridade e, menos ainda, sobre a natureza perversa da relação entre justiça e política que se criou, a esse respeito, no país».