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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

segunda-feira, julho 24, 2006

Maniqueísmo

Eduardo Pitta, no blog Da Literatura tem razão quando escreve que o ódio ao Estado tem raízes antigas. Basta ler Bertrand Jouvenel, em Du Pouvoir, para compreender uma parte desse ódio. Todavia, confundir as raízes da rejeição do Monstro com o anti-semitismo não tem qualquer justificação. Quem critica o imperialismo, seja norte-americano ou soviético, deve adoptar igual posição em relação ao expansionismo sionista.
No século XXI, não há terroristas bons e maus. O terrorismo fundamentalista é tão assassino como o terrorismo de Estado, sobretudo quando está em causa a morte de civis e inocentes. É uma questão de honestidade intelectual. Coisas colaterais, pois sim, mas insuportáveis e sempre desproporcionadas, obviamente, venham elas de onde vierem. Quantos anos ainda serão precisos passar para se poder criticar o Estado de Israel sem ser acusado de anti-semitismo?

domingo, julho 23, 2006

Crónicas do Sistema (II)


O silenciamento dos críticos e a asfixia da sociedade civil são velhas práticas conhecidas dos portugueses, que indignaram durante o fascismo e metem nojo em democracia.



CHEIRA A PASSADO

O clima de acerto de contas está a empestar cada vez mais a democracia. Magistrados, jornalistas, polícias, médicos, agricultores e sindicalistas, entre outros, têm sido alvos prioritários da maioria instalada no poder. Já tínhamos assistido à perseguição de dois dirigentes do PCP por terem participado numa manifestação à porta de São Bento. Mas o que se passou com os dois agentes da PSP é demais.

A reforma compulsiva de António Ramos e António Cartaxo, com funções de liderança na respectiva associação sindical, cheira a represália por terem tido a ousadia de criticar e afrontar quem julga que tudo pode.

O que está em causa? Duas declarações prestadas à comunicação social:
”Se o anterior primeiro-ministro [Durão Barroso] foi para Bruxelas, mas depressa este [José Sócrates] vai para o Quénia“
”O Director nacional [Mário Morgado] não interessa nem para mandar nos escuteiros “

Então, agora, já nem se pode criticar o poder político? Por mais mau gosto que possam encerrar as duas declarações, entre outras, - como se isso fosse motivo para os passar à reforma compulsiva -, o poder político devia revelar mais tolerância em relação à reivindicação e à crítica.

José Sócrates e os seus ajudantes, mesmo aqueles que nunca estiveram com ele e apenas aguardam um deslize do primeiro-ministro para lhe cair em cima, deviam ter mais respeito pela sociedade civil e por quem desempenha funções nobres em democracia. Num primeiro momento, o ataque desproporcionado aos sindicatos pode ser pagador em termos de opinião pública, mas a médio prazo o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro.

Por mais importante ou irrelevante que possa ser para uns e para outros, o castigo dos dois agentes da PSP é um sinal de autoritarismo que cheira a passado. A lei do mais forte é um caminho possível. Mas os portugueses já deram provas que não se deixam intimidar facilmente. Mais tarde ou mais cedo, não haverá incidentes suficientes para desviar a atenção dos portugueses do essencial: as promessas eleitorais de José Sócrates e os resultados da sua governação.

sábado, julho 22, 2006

Com ou sem conquilhas

“Como esquecer aquele texto de Camus, publicado logo depois de Hiroshima, a lembrar que nos tornamos iguais aos bárbaros quando nos comportamos como eles?”

A maioria absoluta foi para isto?


O governo pode correr com o líder da associação sindical da PSP, António Ramos, entre outras vozes incómodas na polícia. Até se pode admitir que os sindicalistas usaram e abusaram do seu estatuto. Mas uma coisa é certa: José Sócrates, António Costa e José Magalhães arriscam-se a ficar na história com os autores da maior machadada na liberdade sindical de que há memória em Portugal. Será que Cavaco Silva vai interromper as férias?

sexta-feira, julho 21, 2006

Ai o Monstro

Só não dá para rir porque é uma tragédia, como é assinalado no Tomar Partido.

Tudo sobre o desporto

É no Sportugal

A história das rolhas


“O presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP), António Ramos, foi notificado da decisão do Governo de o aposentar compulsivamente das funções policiais por declarações prestadas à comunicação social, informou aquele sindicato em comunicado”.


“De acordo com a estrutura sindical, na quinta-feira também o dirigente do SPP/PSP no Algarve António Cartaxo fora notificado de pena idêntica, igualmente por declarações à comunicação social, aquando da morte por atropelamento do chefe da PSP Armando Lopes, em 11 de Novembro de 2003, à entrada da ponte de Vila Real de Santo António”.

Comprar agora para deitar fora mais tarde


O Tribunal da Boa Hora é o primeiro equipado com gravadores digitais, um sistema que substitui a gravação de audiências em cassete. O secretário de Estado Adjunto e da Justiça, Conde Rodrigues, afirmou que o “futuro será gravar o som e a imagem para que, em sede de recurso, os juízes tenham acesso a tudo o que se passou em audiência, como as expressões faciais dos intervenientes”.
Entretanto, o negócio das transcrições continua.

Outra pergunta

O Pedro Correia está de parabéns pela oportunidade do Corta-Fitas .
Quanto à pergunta que lança para a blogosfera, creio que está mal colocada.
Se as direcções editoriais não são capazes de fazer uma capa como esta, como se pode almejar conhecer a resposta dos portugueses?

Sem medo


“O Estado de Israel não é um Estado de Direito”
Fernando Rosas

Em destaque

“Ofensiva israelita pode causar uma iraquização do Líbano”, de Hilal Khashan.

Mais-Valia

“O monstro ataca de novo”, de José Miguel Júdice

Evidências

ISRAEL: UM PAÍS À MARGEM DAS REGRAS

No país da banca e dos casinos

Basta um desenho para perceber alguma coisa.

quinta-feira, julho 20, 2006

Em actualização

Ministra da Educação Em directo (via TSF)

Pedro Duarte
PSD
Fez o que lhe competia. Atacou politicamente a ministra e desmontou os seus argumentos e a atitude de exigê;ncia em relação aos outros.

Ministra da Educação
Os exames correram bem.É cedo para falar.
(ZZZzzZzzzzzzzzzzz)
Maria de Lurdes Rodrigues continua a responderrrrrr
(zzzzzzzz)






A ministra continua a responder (cerca de metade dos deputados começa a dar cabeçadas no ar)

Uma salva de palmas para a ministra. Parece que disse uma graça

Maria de Lurdes Rodrigues afirma: Não consigo falar!







E conclui.
(uma salva de palmas)

Manuela de Melo
PS
Reformismo corajoso, blá blá, e o PSD deu um tiro no pé.
(Não há paciência para ex-jornalistas na política)
Um discurso cheio de lustro.

Emídio Guerreiro
PSD
Invoca as críticas de António Vitorino.
Deviam ter vergonha na cara. Devia pedir desculpa (onde já ouvi isto?).

Luísa Mesquita
PCP
(Cuidado com os lobbies!)
Incompetente. Com tanta incompetência não seria professora titular. Não responde às perguntas dos deputados.

Diogo Feio
CDS/PP
Ok. Vou tomar um café.
( De regresso)
Diogo Feio continua a falar. E bem! Quem diria?

Alda Macedo
BE
Começ com uma metáfora.
Bem! Muito serena e com uma dicção perfeita. Até quando fala dos zuns, zuns que chegam à ministra.
Toda a gente fala de Valter Lemos (secretário de Estado). Deve ser uma pessoa importante.

Moreira Lopes
Os Verdes
Começa por perguntar quem a obrigou a ir ao Parlamento. (É uma possibilidade!).
Afinal, o despacho do tal Valter Lemos ( a pessoa importante) invoca os resultados. Então, é por causa dos resultados ou não é?

Ministra da Educação responde (tem 10 minutos)
Os exames correram bem.
(ZZZzzZzzzzzzzzzzz)

(perdi-me)
Um deputado já fala de bombas a rebentar, de palha,

muita palha, termodinâmica, entropia, combustões, vestígios!!!!????




Agostinho Branquinho
PSD
(Da publicidade para o Parlamento).
Encontrou uma contradição insanável. Boa malha!!!!! E pede à ministra para não se vestir de arrogância. Uma malha ainda melhor.

Diogo Feio
CDS/PP
Pergunta inteligente: como é que se faz com os alunos que decidiram ir só à segunda época?

VOU PASSAR PARA A TêVê

(A tradução em linguagem gestual está muito bem entregue)

Paulo Portas dá um ar da sua graça (grandes protestos). É bom sinal. Esteve presente no plenário.

A ministra está a aguentar, mas não convence.








Santos Silva
PS

Entrou no debate (talvez esteja a recordar velhos tempos, em que ocupou a pasta). Não percebi. Espero pelo take da Lusa.

Pedro Duarte
PSD
Assuma o erro.
Desta vez não pode culpar os professores e os alunos.
é uma fonte de problemas. Compromete o seu mandato.

Diogo Feio
CDS/PP
Pede para Santos Silva contar uma fábula. E prostesta por qualquer coisa da ex-União Soviética (Isto vai lindo!)

Maria de Lurdes Rodrigues diz que não quer ler os exames antes. Nem faz programas (Havia de ser bonito!).

FIM

Canal Parlamento

Começou a interpelação a Maria Lurdes Rodrigues

Uma questão de memória

O alerta deixado por José Medeiros Ferreira.

O desastre

“A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, reiterou a inexistência, no geral, de erros nos exames nacionais do secundário e afastou a possibilidade de serem apuradas responsabilidades nos serviços da tutela”.
Maria de Lurdes Rodrigues fez uma declaração para esquecer. Pobre ministra. Ainda não percebeu que os tiques do cavaquismo foram chumbados pelos portugueses há mais de dez anos. Bastava estar um pouco atenta para evitar o erro. Até o próprio Cavaco Silva mudou, ou melhor, pelo menos dá a ideia que mudou.

PS: Novo take da Lusa
“O Júri Nacional de Exames retirou hoje do seu site o relatório que elaborou sobre os exames do secundário do ano passado porque o documento continha erros nos valores das médias, pelos quais pediu desculpa”.

Verdade

“Os massacres de civis libaneses por Israel são crimes de guerra” Eu acrescento: tal e qual como os outros atentados dos fundamentalistas islâmicos. Sem esquecer outros assassinos.