Nunca se sabe aquilo que basta.
Talvez baste um poema, uma coisa mínima, viva, nossa,
uma coisa sub-reptícia para empunhar
diante do implacável acordo das formas exteriores.
diante do implacável acordo das formas exteriores.
Também pode ser que nada baste.
E nesse caso
tanto faz escrever um romance ou cem poemas ou apenas um poema,
tanto faz escrever um romance ou cem poemas ou apenas um poema,
ou ler ou emendar o céu astronómico
ou manter-se parado no meio de um jardim húmido e silencioso, à noite.
Até pode suceder que a morte não seja bastante.
Herberto Helder
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