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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

quarta-feira, julho 06, 2011

CGD: Faria melhor estar calado

Há um debate que tem de ser feito em Portugal: o gestor público deve obedecer cegamente ao Estado ou tem o dever de denunciar as ordens do accionista que colocam em risco a boa e prudente gestão da empresa?
Faria de Oliveira, presidente da Caixa Geral de Depósitos, veio a público considerar o corte no rating como «imoral e insultuoso». Independentemente da bondade da afirmação, não será ainda mais «imoral e insultuoso» o que se passou nos últimos anos, com a Caixa a servir de muleta ao Estado, sem uma única palavra explícita de Faria de Oliveira?
Em boa verdade, é mais fácil criticar o que vem de fora do que enfrentar o que veio de dentro, pelo que a privatização da CGD, ainda que parcial, é cada vez mais imperiosa.
Contrariamente ao quem tem vindo a ser afirmado, as privatizações não são apenas uma questão de doutrina económica, têm de ser um instrumento de racionalidade e mais transparência na gestão do bem público. Obviamente, Faria de Oliveira sabe que se tivesse criticado as ordens do anterior governo, então teria o destino traçado. Ainda assim, fica a questão: Nos últimos anos, não terá a CGD direccionado a sua atenção mais para servir as necessidades do accionista do que para atender aos reais interesses da economia e dos seus clientes?

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