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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

quarta-feira, setembro 20, 2006

O exemplo da Hungria

Não há Bloco Central por lá?

Crónicas do Sistema (XI)






A propaganda sobre as qualidades e o curriculum do PGR indigitado não devem diminuir o grau de exigência dos cidadãos e da comunicação social









CARTA ABERTA

Ex.mo Senhor Juiz Conselheiro
Dr. Pinto Monteiro,

Depois do anúncio da sua indigitação para liderar o Ministério Público (MP), dirijo-me directamentamente a V.Ex.ª para lhe lançar três desafios, sob a forma de opinião pessoal:

1º - A declaração formal e solene de que não se vai constituir como uma espécie de Big Brother relativamente ao trabalho de cada um dos magistrados do MP, sem prejuízo de exercer a sua competência de responsabilizar cada um deles por eventuais violações da lei ou flagrante abuso de poder;

2º - A abertura imediata de um procedimento criminal para averiguar a responsabilidade de todas as entidades políticas, administrativas e policiais na ocultação e/ou omissão a propósito da passagam dos voos secretos da CIA pelos aeroportos portugueses;

3º - A abertura imediata de um procedimento criminal para averiguação das motivações políticas e outras do ministro Santos Silva, por flagrante violação da Constituição da República de Portugal, que presidem à apresentação da proposta de lei fascista sobre o estatuto dos jornalistas, em discussão no Parlamento.

Mais informo V. Exª, senhor (futuro) PGR, que um qualquer pacto de regime, ou de qualquer outra natureza, não impedirá que permaneça sentado durante a sua tomada de posse, como compete a qualquer jornalista, o que deverá ser entendido como um sinal de respeito por quem ainda não provou nada, nem está condenado à partida por ser amigo de quem é e/ou por pertencer a qualquer organização secreta, ou melhor, mais ou menos discreta, seja ela qual for.

Com cordiais cumprimentos e saudações jornalísticas,
Rui Costa Pinto
Carteira Profissional Nº 1707

quinta-feira, setembro 14, 2006

domingo, setembro 10, 2006

Sem dúvidas

A forma como Petit, do Benfica, e Cardoso, do Nacional, reagiram a faltas assinaladas por um árbitro têm que ser sancionadas pela justiça desportiva... ou o que resta dela.

sábado, setembro 09, 2006

Recolha de opiniões

A título individual, e sem pactos de regime com amigos de ocasião, convidam-se todos os bloggers a manifestar a sua opinião sobre a passagem dos voos cada vez menos secretos da CIA por Portugal, em solidariedade para com os sequestrados e torturados sem culpa formada.
P.S. Esta iniciativa não se destina a aumentar as visitas deste ou de qualquer outro blog.
P.P.S. São pertinentes comentários sobre as FARC e outros actos terroristas, incluindo os de Estado.
P.P.P.S. Declaraçõs fundamentalistas, do tipo avental ou autoflagelação purificadora, são dispensáveis, mas aceites em nome da liberdade de opinião.

Crónicas do Sistema (X)


José Sócrates admitiu o falhanço na reforma da Justiça, depois de alimentar uma fantástica máquina de propaganda para apregoar as reformas para o sector.


EM BLOCO

Com receio de um balanço, nomeadamente sobre a redução das férias judiciais, o primeiro-ministro, dando o dito por não dito, mais uma vez, avançou pela calada para um pacto de regime.

O apoio de Marques Mendes parece de um aprendiz da política, mas não é. O líder do PSD é capaz de engolir tudo para chegar a primeiro-ministro. Até Cavaco Silva, que aposta num socialista para liderar o governo durante a crise económica e das finanças públicas. Aparentemente, o Presidente da República considera essencial que a esquerda governe em tempo de vacas magras, de forma a amortecer a contestação popular. Até ao momento em que o seu delfim esteja em condições para surgir numa bela manhã aquecida por um sol forte e radioso.

Marques Mendes não tem escolha. Ou joga o jogo do faz-de-conta, para manter uma hipótese ainda que remota, ou fica condenado a ter que enfrentar uma oposição interna insuflada, discretamente, pelo Chefe de Estado.

José Sócrates ganha com a assinatura do pacto para a Justiça. Mas o país também pode ganhar, ainda que tenha de sofrer na pela as consequências. O calculismo político do líder do PS pode resultar numa clarificação benéfica, pois torna mais evidente a responsabilidade do Bloco Central na crise do pais e da justiça.

Alguém acredita que este acordo, negociado na sombra dos corredores do poder, à revelia da Assembleia da República, entre os dois principais partidos responsávis pela actual crise, é para levar a sério?

quinta-feira, setembro 07, 2006

Semelhanças

José Sócrates há mais de um ano venceu as eleições com a promessa de que não faria pactos. Entre outras, hoje constata-se que não cumpriu. O primeiro-ministro deixou escapar um pacto de regime, seja lá o que isso for, com o PSD para a Justiça, ou melhor, para a escolha do próximo PGR.
Ontem, George W. Bush reconheceu a existência de voos e de prisões secretas da CIA fora dos EUA. Há cerca de um ano desmentiu exactamente o mesmo, depois da notícia do Washington Post.
São dois exemplos do funcionamento da democracia, perante uma comunicação social que anda tão entretida (será?) com a voragem noticiosa, salvos raras excepções, que já nem consegue reflectir e espelhar a realidade.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Crónicas do Sistema (IX)




George W. Bush fez uma declaração política em que reconheceu os voos e as prisões secretas da CIA fora dos EUA




EM ÓRBITA

Está ao nível de um qualquer criminoso e ditador. O presidente, confortado pela força do dólar e da sua fabulosa indústria de armamento, que, aliás, armou alguns dos terroristas que agora persegue, decretou uma nova doutrina: os norte-americanos podem sequestrar, transferir, prender e torturar em nome da segurança.

É uma argumentação que não fica um milímetro aquém da dos criminosos de esquerda e de direita que ainda subsistem no poder por esse mundo fora. E que passaram a ter uma nova cobertura política para continuar a manter-se no poder à custa da violação dos Direitos Humanos.

É mais simples falar de Fidel Castro, Kim Il Sung e da visita de colombianos das FARC à festa do Avante, entre outros, do que questionar o comportamento ilegal da CIA ou de qualquer outro serviço secreto no espaço europeu. Mas é uma desonestidade intelectual. A questão não reside na nacionalidade de quem usa e abusa da força, mas sim na capacidade de rejeitar quem se comporta como um gangster para liquidar outros gangsters. A simples defesa da soberania e dos valores da civilização ocidental deviam ser suficientes para ultrapassar as fronteiras das polémicas partidárias.

Hoje, já não estão em causa os trânsitos dos aviões da CIA em Portugal, como reconheceu Vera Jardim. O que importa saber é se António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e José Sócrates sabiam da passagem destes voos por Portugal. E mais: Houve suspeitos de actos terroristas detidos ilegalmente que permaneceram e foram interrogados em território ou águas territoriais portuguesas?

Um hino à LEI DA ROLHA

Luís Amado foi ao Parlamento para não dizer nada sobre os voos secretos da CIA, mas garante que continua a colaborar com os Parlamentos português e europeu.

Ainda mais secreto

A audição parlamentar de Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre os voos secretos da CIA, está a decorrer neste preciso momento à porta fechada, a pedido do próprio. É a concepção da LEI DA ROLHA na vida política em todo o seu esplendor, que se pretende confundir com responsabilidade, muita responsabilidade, certamente, mas que não passa de mais um triste e perigoso episódio da democracia portuguesa.

terça-feira, setembro 05, 2006

O verdadeiro serviço público

O espectáculo de ontem na RTP, com os artistas convidados do futebol, Laurentino Dias, José Luís Arnaut, Gilberto Madaíl e Valentim Loureiro, liderado pela cada vez mais inefável Fátima Campos Ferreira, já justificou a indemnização compensatória que o Estado atribuiu à estação pública. Quem viu e ouviu os líderes políticos e desportivos, sobre o caso Mateus, ficou a perceber o estado a que chegaram o futebol e o país. Infelizmente, não consegui resistir a ver o programa até ao fim. Era conversa fiada a mais. E um triste retrato de como funcionam as instituições desportivas, com a cobertura e a passividade dos sucessivos governos de direita e de esquerda.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Uma voz independente

Rui Santos, no programa Hora Extra da Sic Notícias, começa ser um exemplo para muitos comentadores e analistas. Fala do que sabe e revela uma independência e uma autonomia exemplares. No último comentário sobre o caso Mateus, Rui Santos coloca o dedo na ferida: o problema original do contrato de trabalho do jogador angolano que foi validado pela Federação liderada pelo inefável ex-deputado do PSD, Gilberto Madaíl.

domingo, setembro 03, 2006

Crónicas do Sistema (VIII)


Face a uma maioria cada vez mais autista, em que o chefe do governo acumula a liderança do partido, as manifestaçóes de rua ainda são o espaço possível para fazer oposição




O regresso da militância

O chefe do governo já não consegue apanhar um único português desprevenido. O perfil, o estilo e a acção de José Sócrates são cada vez mais evidentes.

Tal como nas ditaduras, disfarçadas de regimes democráticos, de Cuba a África, sem esquecer a Rússia, José Sócrates entende que a liderança do aparelho do maior partido deve ser acumulada com a chefia do governo.

Não é uma surpresa, mas é a confirmação de mais um sinal preocupante.

Depois de ter obtido a maioria absoluta e de ter remodelado os principais organismos de controlo, numa das mais descaradas acções governamentais, a escandalosa saga dos números do desemprego, em que duas instituições públicas se afundam no descrédito, é apenas mais num exemplo da saúde da democracia portuguesa.

Não é de espantar o regresso das marchas de protesto organizadas pelo Bloco de Esquerda ou, na versão mais conservadora, a divulgação de manifestos, como o que apresentou Manuel Monteiro para a direita.

Esmagada pela maioria absoluta, a verdadeira oposição apenas pode contar com a militância política para fazer ouvir a sua voz.