MAIS ACTUAL BLOG

Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

quarta-feira, agosto 30, 2006

Triste

A notícia do Público dá conta do fim do semanário O Independente. É mais um sinal dos tempos.

Esclarecedor

A agitação em torno da mudança do Procurador-Geral da República diz tudo em relação aos governantes e à Justiça que temos. Uma simples nomeação, que deveria ser pacífica e inequívoca se o mérito fosse o critério mais relevante, transformou-se numa feira de vaidades e de interesses opacos, em que as partes mais ou menos (des)interessadas se atropelam para entrar na fila dos auscultados pelo poder governamental e presidencial.

Ainda há memória

Aqui

domingo, agosto 27, 2006

Crónicas do Sistema (VII)



O caso Mateus é uma conquista dos clubes pequenos do futebol português e pode ser uma vitória do Estado de Direito



VIA ESTREITA

Algo está a mudar no mundo opaco, lamacento e rasca do futebol português. O caso Mateus, não o do totonegócio mas o do jogador que chegou a ser porteiro para jogar à bola, com a chancela das autoridades desportivas, ainda que provisória, revelou até que ponto chegou a podridão do futebol português.

Hoje, um pequeno clube como o Gil Vicente pode bater o pé ao sistema cada vez mais pestilento do desporto-rei. Apoiado por uma gabinete de juristas sem nomes sonantes, o clube de Barcelos tem o mérito, para já, de não se calar e de se bater por aquilo a que julga ter direito.

O caso Mateus é muito mais do que um caso complexo do futebol português. É mais um alerta para acabar com uma espéçie de ditadura inaceitável da Liga e da Federação de Futebol Português, sob a batuta da FIFA, uma associação internacional que se rege essencialmente pela cor do dinheiro. Tal como aconteceu com a FIA, a poderosa federação do desporto automóvel, nomeadamente da Fórmula Um, chegou a vez da União Europeia tentar travar mais uma organização que também se julga a cima do Estado de Direito.

O futebol é uma indústria milionária e poderosa, mas não pode permanecer à margem da Lei.

Um cidadão, uma empresa ou um clube de futebol quando se sentem injustiçados têm o direito inalienável de poder recorrer ao único órgão de soberania que as democracias reconhecem para dirimir conflitos: os tribunais.

Ao desporto o que é do desporto, à Justiça o que é da Justiça.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Decisão histórica

O Governo aprovou a criação de salas de injecção assistida (“salas de chuto”). José Sócrates está de parabéns. Revelou coerência com uma ideia que defende há mais de dez anos.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Pergunta

Qual é a diferença entre a aposentação compulsiva na administração pública e a reforma compulsiva na polícia?

Um caso estranho



O afastamento de Carlos de Sousa da Câmara de Setúbal não pode ser visto unicamente à luz das tácticas mais ou menos incompreensíveis do Partido Comunista Português. Nem tão pouco em função do relatório-que existe-mas-ainda-não-existe do IGAT, que mais ou menos desastradamente alguém ao mais alto nível deu a conhecer à comunicação social. A saída de Carlos de Sousa tem de ter uma explicação política e racional: o que fez, estava a preparar ou deixou de fazer o eleito para a Câmara de Setúbal para justificar uma santa aliança entre comunistas e o governo?

Palavras para quê

São artistas portugueses.

terça-feira, agosto 22, 2006

Grande noite


A festa foi extraordinária.
O Sporting tornou o Inter de Milão uma equipa banal, apesar dos grandes talentos que tem à sua disposição. Faltou um golo para festejar, mas ficou mais uma grande exibição.

Relevante ou irrelevante?

João Figueiredo, secretário de Estado da Administração Pública, dois dias depois de ter sido conhecido que o governo pretende liquidar a transparência na Administração Central, que tanto apregoa, com mais ou menos Simplex, vem agora a público prometer para 2007 publicar todas as contratações do Estado. Não fora a maioria absoluta de José Sócrates, João Figueiredo já estaria fora do governo há mais de 24 horas. E com toda a razão.

Ainda há esperança

A Câmara Municipal de Coimbra aprovou uma postura municipal que visa impedir a circulação de resíduos industriais perigosos para a co-incineração na cimenteira de Souselas.

domingo, agosto 20, 2006

Crónicas do Sistema (VI)


O governo de José Sócrates deu mais um passo no sentido de um ataque sem precedentes à transparência na Administração Central





O rolha

“Os eleitores vão deixar de saber quem é que o Governo contrata para a Administração Pública. O Executivo decidiu não voltar a divulgar estes dados em Diário da República”
Foi assim que Fernanda de Oliveira Ribeiro deu a notícia no Jornal da Noite, da SIC.

Depois de ter tornado gratuito o acesso electrónico ao Diário da República, e muito bem, o governo de José Sócrates aproveita um despacho de um anterior o governo para reforçar a Lei da Rolha.

A confirmar-se esta intenção governamental, os portugueses deixam de poder saber quais são as contratações na Administração Central, em alguns casos levadas a cabo a coberto de insondáveis interesses partidários e outros.

O mais curioso, para não dizer sinistro, é que a ofensiva parte do gabinete de um dos secretários de Estado do ministro das Finanças, Texeira dos Santos, um dos próximos de António Costa, ministro da Administração Interna, que substitui actualmente o primeiro-ministro em gozo de férias.

A gravidade do gesto governamental não pode escapar ao Presidente da República, Cavaco Silva.

Sem reacção?

Jorge Ferreira chama a atenção para um artigo de Eduardo Cintra Torres sobre a interferência do governo na RTP.

sábado, agosto 19, 2006

Cada vez mais claro



O cinismo do último comentário do presidente da República, Cavaco Silva, sobre a passagem de um avião israelita pela base das Lages com “Material bélico não ofensivo” e o envio de forças portuguesas para o Médio Oriente, é um apelo às piores memórias do primeiro-ministro, Cavaco Silva.

sexta-feira, agosto 18, 2006

A vitória de Israel

Ao acordar um cessar-fogo imediato, negociado através da ONU, Israel ganhou. Em primeiro lugar porque baixou as armas e parou com o assassinato de inocentes. Sempre que Israel optou pelo caminho das armas, - após a Cimeira Árabe de 2002, a Intifada e o rapto de soldados pelo Hezbollah -, perdeu. Perdeu credibilidade, simpatia em termos de opinião pública mundial e o controlo dos grupos fundamentalistas islâmicos. Sempre que se limitou a defender o seu território – Guerra dos Seis Dias, em 1967, e Yom Kippur, 1973, - ganhou. Ganhou compreensão e aliados.
As democracias têm de se distinguir da barbárie, dos falcões e dos intelectuais que estão sempre disponíveis para justificar o poder, mesmo quando o criticam. Hoje, quem faz a guerra pela guerra já não vence.