O discurso deles

«Das 61 previsões sobre o crescimento económico na União Europeia feitas pelo Banco Central Europeu entre 2004 e 2011, 46 estavam erradas. Ainda em Dezembro de 2010, a estimativa para o crescimento europeu em 2012 variava entre 0,6% e 2.8% - ora, a verdade, bem o sabemos, é que a economia europeia não cresceu, decresceu. As ciganas que lêem a sina não fariam pior».

O fim do mundo ainda não vai ser amanhã

«Mário Soares voltou a falar».

Argentinado

«Querem saber como chegámos aqui? Porque sempre que alguém ousava questionar o rumo que estava a ser seguido transformava-se numa espécie de saco de boxe; reaccionário, inimigo do estado social, tremendista, pessimista… e outros epítetos foram usados para calar qualquer discussão, com a conivência geral».

Um sonho que acabou

«Vamos ser realistas. Alguém pensava que o FMI, a Comissão Europeia e o BCE nos emprestavam 78 mil milhões de euros para ficar tudo na mesma?»

A pergunta que interessa

«Os problemas que o ensino enfrenta nasceram, e continuam a nascer, fora dele: na sociedade e nas famílias, nos media e nas novas tecnologias. E eles só terão solução quando forem formulados, e bem equacionados, nesse quadro de conjunto».

Foi você que pediu o FMI?

«Sendo adverso dos limites da política num regime democrático (uma arte do possível), como base o relatório tem méritos. Méritos que serão facilmente afundados no tom do debate que já se iniciou e que promete continuar. Nenhum país com um mínimo de dignidade aceita ingerências com esta dose de brutalidade. Infelizmente, nem esta verdade, tão velha como o Estado, o Governo foi capaz de perceber».

O segredo de justiça

«É um crime que os incomoda mais do que a corrupção».

O sonho americano

«Ante a inacção do PGR, houve Procuradorias Distritais que emitiram orientações que viabilizam o sistema, outras omitiram conhecê-lo. Há, pois tribunais em que sim e tribunais em que não».

Urgentemente

«Escusamos de pensar que as Repúblicas Populares de Angola e Moçambique vão ratificar o AO nos próximos tempos».

Where are we now?

Prémio Ratton

«Tornou-se um lugar comum dizer que desde setembro o Governo está moribundo face ao rotundo fracasso da política económica em 2012».

Banca rota

«O país está falido, não há dinheiro para nada. Mas, para os bancos, os recursos continuam ilimitados».

Loucura fiscal

«Todos os dias temos uma nova lei, medida, anúncio… para sacar mais dinheiro. Vale tudo».

A catástrofe

«Despudoradamente, o Governo está a tentar condicionar o Tribunal Constitucional na apreciação da Lei do Orçamento de 2013».

Ficção e realidade

«O burlão da ONU foi recebido de braços abertos simplesmente por trazer credibilidade institucional às convicções exageradas que hoje dominam a opinião pública».

Os sebastianismos

«Temos, enfim, o país dividido entre dois sebastianismos, entre aquele que crê no fundamentalismo constitucional, e o que ainda faz fé no fundamentalismo troikista de Gaspar. Não me peçam que vos explique, porque o ano ainda agora começou, e não quero servir de voz ou arauto da desgraça, mas tudo isto, não promete nada, mesmo nada de bom».

E o presidente falou

«Venham ou não a ser consideradas inconstitucionais as normas apontadas, com as consequências financeiras que se conhecem, o julgamento político da governação está feito. O Governo está cada vez mais só».

Passos sem drama

«Qualquer estratégia de medo, de ameaça e de intimidação, com base no preceito constitucional ou numa eventual reacção dos nossos credores, seja para manter o Governo ou para o afastar, é um caminho condenado ao fracasso».

Chefia de Estado e Constituição

«Um chefe de Estado que conscientemente viola a Constituição não está a desempenhar a sua função. E por mais democraticamente que tenha ascendido ao cargo não o merece».

Na linha da frente

«É pena que o Estado português exija cada vez mais dos polícias e os apoie cada vez menos».