AS DISCRETAS VIRTUDES DA ESTRATÉGIA POLÍTICA DE COMBATE À CORRUPÇÃO

«Lidamos com arguidos inteligentes e calculistas com poder e dinheiro, e não com arguidos comuns. Os que se calam são os melhores amigos dos corruptos. 

É preciso sofware de tratamento da prova digital, apoio de peritos informáticos e financeiros. A dotação do MP e da PJ com recursos financeiros, tecnológicos e humanos independentes será um perigo, mas também uma recomendação do GRECO e a única maneira de enfrentar inimigo tão poderoso. 

Não estamos perante uma criminalidade comum, mas poderosa, transnacional, organizada, que usa circuitos financeiros anónimos e rápidos, empresas fictícias tituladas por homens de palha, capaz de comprar tudo, e temem a efetiva proteção dos denunciantes? Não, haverá a limpeza higiénica da caricata norma do prazo de trinta dias para denunciar como condição de dispensa da pena. 

O gato escondido com o rabo de fora aparece na preocupação de dosear a proatividade do MP na apensação de processos a pretexto dos megaprocessos. 

Resta um Grupo de Trabalho de composição e virtudes discretas, as de reverter para os tribunais e MP a exclusiva responsabilidade dos resultados de combate á corrupção, saltando da fogueira política da indignação popular».