Conheci-o no seu espaçoso gabinete, na sede da Sonae, na Maia, durante uma longa entrevista liderada pelo jornalista e meu amigo Artur Miranda.
Passado algum tempo, o destino juntou-nos num avião entre o Porto e Lisboa.
Eu, sem lugar marcado, desesperado, lá consegui arranjar uma solução à última hora.
Como fui dos últimos a embarcar, tal como Belmiro de Azevedo, trocámos um cumprimento de circunstância, mas ele não deixou de olhar, desconfiado, quando me viu entrar para o cockpit do avião.
À saída, no seu tom inconfundível, sempre mordaz, atirou-me:
- Lá conseguimos aterrar!
Limitei-me a sorrir.
Nunca lhe disse que, durante a última parte do voo, disparou um estridente alarme de segurança no cockpit do avião. Nem mesmo quando o reencontrei, em 1997, no dia em que obrigou os deputados e os jornalistas a levantarem-se às 8:00 para o poder ouvir na comissão parlamentar que "investigou" as relações entre o Governo socialista [liderado por António Guterres] e os grandes grupos económicos, cujo inquérito, aliás, partiu do então líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa.
Foi a última vez que cruzámos o olhar: ele a sorrir; e eu às gargalhadas.
Estou convencido que gostava mais de Jornalistas do que da Comunicação Social.
P. S. A factura nº1 da RCP edições foi passada em nome de Belmiro de Azevedo.
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