Para quem tinha dúvidas

Na hora de decidir, e antes de uma presidência da União Europeia, o primeiro-ministro não hesita em equacionar a exportação do seu número dois para uma candidatura à principal autarquia do país. A eventual candidatura de António Costa é o primeiro sinal visível do desgaste interno no Governo. De facto, mais tarde ou mais cedo, teria de haver uma separação entre José Sócrates e António Costa. O que espanta é o momento escolhido. De uma penada, José Sócrates livra-se de um dos seus rivais de sempre, arranja um candidato com possibilidades de vencer e, finalmente, pode colocar na Administração Interna um dos seus muitos boys que ainda estão na fila para serem promovidos ou para entrar no Governo. É uma boa jogada pesoal, política e partidária. E o do país? O governo do país que espere por melhores dias. Por muito que se possa especular, parece evidente que o país nã deveria pode estar à mercê dos interesses do PS.