Caminho possível?

Segundo o DN, a próxima intervenção de José Sócrates sobre a alegada licenciatura na Universidade Independente vai ser um contra-ataque. Contra-ataque? Contra quem? Contra incertos? Contra Jornalistas e Directores? Contra órgãos de comunicação social? Contra patrões dos Media? As revelações vão mais longe. Afinal, o que se tem dito e escrito no último mês não passaria de uma ”uma campanha de calúnias dirigida à sua honorabilidade e reputação“. A fazer fé na informação da Jornalista Ana Sá Lopes, o caso mudou de figura. Já se ultrapassou a fasquia da investigação jornalística, que, aliás, voltou aos seus melhores tempos. O caso da alegada licenciatura do primeiro-ministro passou a ser um caso de polícia, que merecia a urgente intervenção de Fernando Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República. Face a eventuais crimes públicos, de uma parte e de outra, é exegível uma investigação policial imediata e implacável. Não só por que está em causa o cidadão José Sócrates e o trabalho de diversos órgãos de cominicação social. É que está em causa a dignidade do Estado e o Estado de Direito. É um caminho inevitável. Mas será que é possível na actual Democracia? E seria suficiente para dissipar todas as dúvidas? Infelizmente, a resposta às duas perguntas traduz a dimensão do estado de coisas a que chegou Portugal.