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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

terça-feira, junho 13, 2006

O preço (in)certo

O provável encerramento da unidade da Azambuja da General Motors, que reprenta 1200 postos de trabalho, é a prova da fragilidade de uma política de captação de grandes investimentos sem rei nem roque. A extrema dependência em relação às grandes multicionais dá nisto: ou os governos pagam ou os investimentos andam a saltitar de país em país, de continente em continente. Há quem lhe chame globalização. Mas também há quem lhe chame a institucionalização do saque. Enquanto não existir legislação rigorosa sobre a deslocalização, as grandes empresas podem continuar a roubar os recursos (em forma de subsídios) de países como Portugal.
É verdade que os patrões do dinheiro não gostam deste discurso. Nem tão pouco suportam a ideia de ter que devolver os incentivos atribuídos quando fecham as portas. A lei da selva é mais favorável para quem não sabe o que é responsabilidade social.
José Sócrates tem uma oportunidade única para mostrar o que vale: que tal lançar um boicote nacional a todos os produtos da GM? Que tal apelar aos portugueses para não comprarem carros da marca Opel? Certamente, seria bem mais difícil do que pagar mais umas dezenas de milhões de euros à custa do Orçamento para os norte-americanos continuarem em Portugal. Mas até quando?

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