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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

terça-feira, outubro 17, 2006

Ainda existe

Militante socialista independente, lúcido e inteligente.

Não passa

O dirigente socialista Manuel Alegre criticou, através da página da Internet do Movimento de Intervenção e Cidadania, a redução de benefícios fiscais aos deficientes prevista no Orçamento do Estado para 2007.

Não sabem no que se estão a meter

Quase metade dos espanhóis, 45,7 por cento, quer a união entre Portugal e Espanha, com a maioria a defender que o novo país deve chamar-se Espanha, ter Madrid como capital e manter o regime monárquico, de acordo com uma sondagem.

Muito feio

O socialista e presidente da Câmara de Faro, José Apolinário, um delfim de longa data do primeiro-ministro, atirou-se à lei das Finanças Locais do número dois do governo socialista, António Costa. Um interessante resultado dos Prós e Contras, entre outros, nomeadamente a triste discussão entre autarcas e o ministro sobre quem tem maior legitimidade. É triste, mas é verdade.
Custa ouvir que cinco empresas públicas têm um endividamento maior que todos os municípios. Também custa ouvir os presidentes de Câmara a desculpar-se com a aprovação do poder central para justificar todos os crimes urbanísticos, entre outros, que se têm cometido a nível local.
No final do debate, ficou a sombria sensação que os representantes do Poder Local e da Administração Central repartem as culpas do estado a que chegou este debate, ou melhor, o país. Na verdade, em termos de gerais, os autarcas não são o paradigma da seriedade e da competência. Mas será que, nos mesmos exactos termos, os ministros de Portugal, do actual e dos governos anteriores, têm razões para sorrir?
Fátima Campos Ferreira esteve melhor, muito melhor: competente, firme e sem comentários ridículos. Apesar do ministro não ter gostado da distribuição de tempo, não te preocupes porque o teu trabalho foi honesto. Aproveita Fátima, enquanto não chega a nova Lei da Rolha.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Um texto

O Mestre das Escaramuças,
por Antõnio Barreto


«O primeiro-ministro tem jeito. Talvez mesmo talento e intuição. Decidiu, desde o primeiro dia, surpreender e tomar a iniciativa. Nunca ir atrás do acontecimento, mas provocá-lo. Para tal, escolheu um método: designar o adversário, denunciar um privilégio, tomar uma medida e atacar com a lei. Tudo isto tendo ao seu serviço uma inédita concentração de poderes e uma imbatível organização de informação, mas reservando sempre para ele o início da operação e o anúncio da surpresa. Juízes, farmacêuticos, professores, deputados, médicos, advogados, reformados, idosos, autarcas e funcionários públicos sucederam-se na honrosa lista das corporações que importava apear dos seus poleiros. Apenas foram poupados os grandes grupos econõmicos, com os quais o governo entendeu estabelecer bases para uma aliança sõlida. Escolas de reduzida dimensão, "maternidades" e equiparadas, centros de urgência médica, tribunais e câmaras municipais foram apenas algumas das instituições visadas pela inesgotável energia reformadora do governo. Em muitos casos, o êxito foi imediato. A aspirina no supermercado foi louvada por quase toda a gente. Obrigar os professores a ficar mais tempo na escola foi visto como um gesto de sabedoria e autoridade. Fazer ajoelhar os autarcas de todo o país foi bem visto e mais bem comentado nos salões e cafés. E muitos foram os que acharam "bem feito" ter-se tirado um mês de férias aos magistrados que, supostamente, gozariam dois ou três. O problema é que chegou a vez dos grandes números: mães e pais, idosos, professores, doentes, pensionistas e funcionários públicos, somados, fazem muita gente. José Sõcrates vê-se agora obrigado, não mais a seleccionar alvos de estimação, mas pura e simplesmente a olhar de frente para toda a população.

Até agora, temos estado perante uma estratégia consolidada e deliberada. A autoridade do primeiro-ministro sobre os seus ministros é indiscutível, como talvez não se tenha visto em Portugal há várias décadas. A organização da propaganda e das relações públicas, servida por centenas de profissionais, tem-se revelado impecável. A nomeação de inimigos, privilegiados e culpados, tem seguido um método eficaz. é o género de pessoa que, de manhã, quando se levanta, deve perguntar-se: "Com quem é que me vou meter hoje?". O seu método da acção tem destroçado os adversários políticos: inunda o país de medidas, semeia escaramuças em todas as esquinas e reserva sempre a iniciativa para si. Concede a despenalização do aborto ao Partido Socialista, mas não lhe dará absolutamente mais nada. Vai oferecer o que pode à Igreja Catõlica, na educação, na segurança social e no patrimõnio, para compensar a interrupção voluntária da gravidez. A alguns socialistas mais fiéis vai dar uma regionalização, que prepara sub-repticiamente, com o que espera compensar os mortos e feridos das finanças locais. Procura a empatia e a colaboração do Presidente Cavaco Silva, mas sabe o perigo que corre: este, quando lhe disser "não", terá tanto mais autoridade quanto lhe terá repetidamente dito "sim".

Reconheça-se que, entre tantas medidas e no meio desta pletora de intenções, há muito que se aproveite. O controlo da despesa pública, a poupança no gasto, a austeridade nos serviços públicos, o remendo da Segurança Social e a ordem nas escolas, por exemplo, implicam dispositivos e determinações cuja bondade, geralmente imposta pela necessidade, é indiscutível. Mas, com o tempo, tem-se também percebido que a técnica do primeiro-ministro se tem limitado ao superficial. Nunca ir até ao fim parece ser a sua regra. Ferir um pouco tudo e todos, mas nunca ir ao fundo das coisas, pois é aí que se fazem os inimigos irrecuperáveis. A actual reforma da Segurança Social, feita com vinte anos de atraso, é um exemplo interessante: foi obra das mesmas pessoas que, há meia dúzia de anos, fizeram uma outra, para Guterres e Sõcrates, considerada suficiente para "cem anos"! é um bom exemplo do que é a superficialidade.

Houve uma altura, aqui há uns meses, em que se chegou a pensar que o primeiro-ministro estava disposto a ultrapassar o efémero e o remendo. Mas agora as ilusões acabaram. A diminuição significativa da função pública e o congelamento dos vencimentos, por vários anos, não serão as suas políticas. A redução drástica das prestações sociais não será obra sua. A alteração radical da política de pescas e de fomento agrícola e hidráulico não terá a sua autoria. A nova política de fomento florestal não será elaborada nem posta em prática por este governo. A entrega definitiva das escolas às comunidades educativas e às autarquias locais não será feita por ele. A modificação da lei eleitoral e a consagração do princípio da eleição directa e nominal não serão realizações suas. Como sua não será a criação de õrgãos externos de controlo das universidades. Um cõdigo severo de incompatibilidades na acumulação de funções públicas e privadas na educação e na saúde não será aprovado por si. E a proibição de passagem promíscua de cargos políticos para empresas privadas e públicas ou vice-versa não será decretada por ele. Como não será ele que acabará com as nomeações "por confiança política". Nem imporá prazos imperativos aos magistrados judiciais e aos procuradores do ministério público. Não será capaz de acabar com a perpetuidade do emprego público. Nem saberá tornar muito mais flexível o mercado de trabalho, como não desejará dar um pouco mais de garantias aos trabalhadores precários.
Quando monologa, José Sõcrates é um homem doce e de aparência convincente. Se contrariado, revela uma rispidez ácida e uma pulsão vingativa surpreendentes. No Parlamento, atinge facilmente um grau de cõlera pouco adequada a quem tem ainda de correr um longo caminho, a quem sabe que o mais difícil está para vir. O Mestre das Escaramuças especializou-se em raides súbitos. Não parece preparado para as grandes batalhas. Mas esperemos. Dentro de pouco mais de um ano, com novas eleições à vista, veremos se até o efémero e a superficialidade são ou não sacrificados à demagogia. Como já aconteceu antes. Tantas vezes!

Quem diria ...

Vale a pena ler a biografia de António Champalimaud do concurso «Os Grandes Portugueses»
«Foi considerado o maior industrial português. Comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor e ampliou o seu império com a compra da Siderurgia Nacional. Após o 25 de Abril, e com a nacionalização das empresas que dirigia, foi para o Brasil e reergueu o seu património. Voltou a Portugal em 1992 e recuperou, com a ajuda de habilidosas movimentações de bastidores, as empresas que lhe pertenciam.
No seu testamento legou 500 milhões de euros para a criação de uma fundação destinada à investigação biomédica. Foi um grande empresário, diz Filipe de Botton, presidente da Logoplaste».

Actividade partidária sob brasas

Depois da polémica presença de uma delegação das FARC, na Festa do Avante, chegou a vez de se contestar o convite aos chineses para estarem presentes no congresso do PS por causa do massacre dos tibetanos. O Tomar Partido faz uma pergunta a José Sócrates, mas o silêncio continua.

Statement

O MAIS ACTUAL vai passar a integrar as novas regras editoriais impostas pela Proposta de Lei do Estatuto do Jornalista, que considero fascista (apesar de um amigo meu dizer que esta linguagem já não se usa). É uma forma de protesto, como qualquer outra, que vai permitir perceber todo o tipo de manipulações que podem passar a ser levadas a cabo. A partir de agora, as palavras cortadas a azul representam o lápis azul da censura, pois é disso mesmo que se trata. Um risco insuportável em democracia.

Evolução

O muro de silêncio que alguns gostariam de impor à volta da EPUL está a ficar cada vez mais frágil. Basta ler as frases da discórdia no DN.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Ainda se estampa


Manuel Pinho anda sempre a mais de 200 Km/h.

Histórico


A atribuição do Nobel da Paz a Muhammad Yunus e ao seu banco Grameen tem um simbolismo importantíssimo, pois estabelece uma relação entre progresso económico e a paz. Mas mais importante é a fronteira que estabelece entre os banqueiros, que apostam no desenvolvimento para ganhar dinheiro, e os bancários, que só conseguem favorecer o lucro especulativo e financeiro.

Quem se atrasou?

António Carlos Monteiro, ex-presidente da EMEL, foi o protagonista de uma gaffe impensável no tempo Paulo Portas. Os discursos chegavam sempre a horas...

Quem sabe ... sabe

«Para a Justiça, com o PSD. Para as finanças locais, com o CDS. Para o referendo do aborto, com o Bloco. Com o PCP, nada. É esta a política tentacular de asfixia da oposição que Sócrates prossegue com mestria».

quinta-feira, outubro 12, 2006

Sintra está de parabéns

A III Maratona de Poesia está no ar. Ainda há esperança para Portugal.

Impressionante

Não é todos os dias que 80 a 100 mil pessoas chamam mentiroso ao primeiro-ministro de Portugal. Há muito tempo que não se assistia a uma mega manifestação, que se concentrou em frente da Assembleia da República. A dimensão da indignação contrasta com os estudos de opinião favoráveis ao chefe do governo. José Sócrates bem pode afirmar que não vai mudar a agulha da política governamental, mas devia reflectir seriamente sobre a actual contestação popular.

Um Sabor muito especial


A barragem do interesse público

O Presidente e o Ucraniano

Cavaco Silva parece que descobriu a imigração depois de esbarrar num ucraniano a trabalhar nas obras da sua residência de férias. As declarações que passaram ontem na televisão são esclarecedoras: quando Cavaco Silva abandona o guião e adopta um discurso informal dá sempre matéria para a gaffe da semana.

Cuidado

A manter a guerra em curso com Alberto João Jardim, José Sócrates ainda se arrisca a ficar na liderança do governo por muitos e bons anos a ver passar sucessivos líderes do PSD.

quarta-feira, outubro 11, 2006

A vontade é tanta...

Francisco José Viegas faz a pergunta certa no momento certo ,quando se discute quem vai castigar os jornalistas. Eu acrescento: não podem ser as duas entidades ao mesmo tempo e talvez coadjuvadas por uma terceira, em regime de rotatividade, a instalar em São Bento, Belém ou Lapa?

terça-feira, outubro 10, 2006

Uma lição

A vitória da equipa de sub-21 de Portugal sobre a Rússia foi espectacular. A transmissão em directo deve ter batido todos as expectativas. Quando a vontade é maior...