Na política, como noutros sectores, em que a liberdade e a criatividade são o maior estímulo à produtividade, o que acontece, diariamente, no Parlamento é o inverso. É o desinvestimento total, para não dizer mais, na aposta em novas ideias e em novos rostos, num exercício que por vezes roç a a esquizofrenia polí tica.
Apenas alguns deputados têm a possibilidade de se exprimir e de contribuir para o debate, de acordo com as orientações e determinações das lideranças partidárias. Os restantes representantes da República estão ali para fazer número. O tal número necessário para fazer quórum. Não é de estranhar que a sua motivação seja tão baixa. E que a tentação de um FdS prolongado fale mais alto.
O debate sobre a situação, que é do conhecimento público, mas que se evita abordar e discutir, seria bem mais interessante do que alimentar primarismos inúteis. Todavia seria bem mais perigosa. A liberdade é sempre um risco para os medíocres, mas continua a ser a melhor opção. Não é por acaso que nenhum líder parlamentar se revelou interessado em discuti-la e em arranjar um método que permita dar mais liberdade e espaço de intervenção a cada um dos deputados da Nação. É pena! Daqui a algum tempo, o país voltará a constatar a evidência e os profissionais da política lá arranjaram tempo para derramar mais algumas lágrimas de crocodilo.
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