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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

domingo, maio 29, 2011

Impressiona





Manuela Ferreira Leite: discurso politicamente incorrecto

A ex-líder do PSD disse em Barcelos, ontem, o que todos pensam, mas não ousam dizer em voz alta. Mais importante que a eleição de um qualquer líder, é salvar Portugal. E o primeiro passo para salvar Portugal é afastar Sócrates do poder por manifesta e indecente governação. É politicamente incorrecto, não é? Mas é verdade!

P.S. O número de indecisos continua a ser grande. Por que será que os eleitores não querem assumir a intenção de voto perante terceiros?

Almerindo Marques: a queda do mito

A situação das Obras Públicas em Portugal atingiu o limite com as suspeitas sobre os negócios com os concessionários das SCUT's. A situação só atingiu tais proporções pelo facto do Ministério Público estar de rastos, tendo em conta a  falta de uma liderança firme e transparente e a exiguidade de meios. Obviamente, não pode haver um inquérito para cada negócio que o Estado conclui com os privados. Mas poderia haver gestores públicos com um nível de exigência maior. O caso de Almerindo Marques, que chegou a ser apontado como um dos bons exemplos na gestão pública, é paradigmático do estado a que também chegámos nas Obras Públicas. A transferência das Estradas de Portugal para a Opway, construtora do grupo Espírito Santo, é no mínimo perturbadora, como sublinhou, e muito bem, Jerónimo de Sousa, no comício em Setúbal.

Justiça implacável é só para povo?

A prisão preventiva da jovem que agrediu outra jovem e a do responsável pela filmagem de uma cena de violência inacreditável, que depois a colocou no Facebook, revela uma Justiça implacável. Aliás, até o procurador-geral da República sentiu necessidade de clamar por esta acção célere e firme. É caso para perguntar: Quantos casos da mais alta corrupção continuam a arrastar-se pelos tribunais durante anos e anos a fio sem esclarecimento? Como é diferente a Justiça para o povo.

sábado, maio 28, 2011

Continuamos entregues aos bichos do PS

Novas Oportunidades sem computador

Garcia Pereira dobra televisões

O candidato do PCTP/MRPP ganhou em tribunal o direito a ser tratado como os restantes candidatos às eleições legislativas antecipadas de 5 de Junho. É um primeiro passo para acabar com a desavergonhada discriminação levada a cabo pelas estações de televisão, sobretudo pela RTP, que tem responsabilidades acrescidas. Acabou o tempo em que o serviço público, pago milionariamente pelos contribuintes, se arrogava o direito de "eleger" os candidatos merecedores de tempo de antena.

sexta-feira, maio 27, 2011

O acordo depois do acordo

O governo mantém a opacidade até ao limite. Mesmo em funções de gestão, que deveriam obrigar a um zelo acrescido, o país só agora ficou a saber de «ajustamentos pontuais», obviamente para pior, entre a versão preliminar do acordo assinado com as instituições internacionais, a 3 de Maio passado, e a versão final do documento, apresentado na reunião de ministros das Finanças da zona euro, na semana passada.

Campanha eleitoral:Olh'ó polícia

À procura desesperadamente de um incidente

A campanha entrou na recta final. E o desespero começou a tomar conta dos perdedores. O incidente de Faro, ontem, foi um aviso. De facto, um qualquer manifestante mais exaltado, que diz ser simpatizante de um líder político, mas que não milita no respectivo partido, que, aparentemente, apoia, não pode responsabilizar quem quer que seja. Vá lá, têm de arranjar algo melhor... Dêem o seu melhor, afinal, ainda faltam uns dias...
P.S. Na sequência do incidente, José Sócrates afirmou: «É gente a quem a democracia deu alguns direitos e que não os sabem usar». Terá sido um mea culpa?

O aborto e o desespero

A polémica sobre as declarações de Passos Coelho sobre o aborto não passa de mais uma intriga. De facto, quem confunde uma declaração com uma interpretação enviesada não merece qualquer credibilidade. Vai mal quem corre pela intoxicação do vale tudo em vez da análise da  informação.

O Pacheco útil

A uma semana das eleições, Pacheco Pereira arranjou um pretexto para atacar Pedro Passos Coelho. Não tendo sido escolhido para as listas de deputados do partido, tal como Passos Coelho não foi escolhido durante o consulado de Manuela Ferreira Leite, o comentador televisivo lá aproveitou o momento mais crítico da campanha eleitoral para tentar fragilizar a alternância. Obviamente, entre as críticas requentadas lá foi dizendo que votaria Passos Coelho.  É curioso como esta espécie de PS tem sempre mais um Pacheco útil à mão de semear.

quinta-feira, maio 26, 2011

Debate eleitoral à espera do esclarecimento do PGR

O líder do PSD colocou em cima da mesa do debate dois dos mais polémicos casos da governação de José Sócrates: As transferências financeiras do Estado para os concessionários das SCUT's e para a empresa pública "Parque Escolar". E, com base em documentos do Tribunal de Contas, classificou-os como "casos de polícia". E muito bem. Ora, cabe agora ao Ministério Público esclarecer os cidadãos sobre estes dois «casos de polícia». Será que o (ainda) procurador-geral da República só dará estes esclarecimentos essenciais depois de 5 de Junho?

Entre a campanha eleitoral e o Benfica...

A investigação das contas do Benfica é um caso sério. Tão sério que até abafa momentaneamente a campanha eleitoral.

Isso é calote! Calote!

Portugal vai mudar

Desde 23 de Março, data em que José Sócrates pediu a demissão, que existe nas conversas do dia-a-dia um sentimento de necessidade de mudança, de uma verdadeira mudança na governação no sentido de haver mais transparência. A promessa da criação de um site para a divulgação de todas as nomeações na Administração Pública,  feita por Pedro Passos Coelho, é mais uma prova de que algo vai  mudar em Portugal, o que representa um sinal de esperança no futuro.

quarta-feira, maio 25, 2011

Louçã: a revelação da campanha

O líder do Bloco de Esquerda está a surpreender pelo tom sereno, cordato e competente.  A sua competência é reconhecida por todos, até pelos economistas de direita que já começaram a admitir a necessidade de renegociar a dívida, seguindo os alertas do Professor Francisco Louçã.
De facto, novos e velhos começam a olhar para o Bloco com outros olhos. E até apetece perguntar: independentemente das opiniões políticas, como seria este país se o PS tivesse um líder com a credibilidade de Louçã? A resposta é óbvia: seguramente, o país estaria muito melhor!

Paulo Portas ainda não aprendeu?

Com um início de campanha fulgurante, o líder do CDS/PP tem vindo a perder força por causa das posições hesitantes em relação ao que o partido fará com os votos a receber no dia 5 de Junho. É caso para dizer: Portas tem de ser mais selectivo em relação a certos conselheiros.

As fitas da campanha

Não é só Vader que sofre às mãos do PS.

Os indecisos e a transparência

À medida que a campanha avança, é fácil perceber que vai ganhar quem garantir mais transparência ao eleitorado: transparência nas propostas, transparência nas críticas e transparência nas alianças.

segunda-feira, maio 23, 2011

Mais transparência

O arranque das nomeações à última da hora, mais ou menos escondidas, são o primeiro sinal de derrota antes de eleições.

Basílio Horta: entre a narrativa e o mix

O ex-líder do CDS/PP surge, aparentemente, como a arma secreta de Sócrates para lançar a confusão. Não é por acaso que os socialistas seguem este caminho, tendo em conta as posições titubeantes de Paulo Portas em relação ao futuro da governação. Noutros tempos, em que o comentário político não passava pela narrativa e pelo mix, o escrutínio deste tipo de estratégia seria implacável.

PSOE: a maior derrota dos últimos 32 anos

As eleições regionais espanholas deram ao partido da oposição uma vitória retumbante, deixando Mariano Rajoy em excelentes confições para substituir Zapatero. E a Espanha aqui tão perto...

domingo, maio 22, 2011

PS: campanha igual à governação?

A notícia deixa qualquer um impressionado: PS paga apoio com refeições.
O mais impressionante não é a encenação comicieira, que já todos conhecem. O que choca é a utilização dos mais fracos (e baratos?).

Passos Coelho: um caso sério

O líder do PSD está a merecer o lugar que ocupa. E a perspectiva de chegar ao poder não o tem afastado de promessas realistas e difíceis, como foi o caso de alertar para a necessidade de reduzir alguns dias de feriados. Quanto mais Passos Coelho se distingue de Sócrates, mais a vitória de 5 de Junho parece ser mais certa.

A diferença entre Espanha e Portugal

Em Espanha, a História acontece em directo, com a juventude a protestar, na Praça das Portas do Sol, contra a governação socialista, o sistema político, o elevado desemprego e a falta de esperança no futuro. Zapatero é o alvo de todas as contestações. E, contrariamente ao que acontece em Portugal, o primeiro-ministro espanhol já afirmou que não será recandidato e que respeita o direito à manifestação dos jovens espanhóis. Agora, por um breve momento, e independentemente do que diz a comunicação social, imaginem o que estaria a acontecer se Espanha já tivesse pedido ajuda externa?

Paulo Portas: ao ritmo dos debates

Finalmente, o líder do CDS/PP disse "Não" a José Sócrates. Curiosamente, só o fez um dia depois de Passos Coelho ter batido Sócrates no debate que continua a marcar a campanha. Portas (ou o Paulinho das Feiras e/ou o Paulinho das PME's) continua igual a si próprio, e o silêncio da generalidade da comunicação social sobre esta espécie de truque renovado é apenas mais do mesmo.

sexta-feira, maio 20, 2011

Passos Coelho venceu

A vitória do líder do PSD foi evidente. E muito mais fácil do que muitos poderiam imaginar. Finalmente, José Sócrates foi confrontado com as suas gravíssimas responsabilidades por ter atirado o país para o atoleiro. O líder do PSD conseguiu revelar consistência e, sobretudo, resistência, passando uma mensagem de transparência e de esperança num futuro melhor.

P.S. A inexperiência do moderador, Vítor Gonçalves,  permitiu que assuntos como a Justiça e a corrupção tenham ficado fora do debate. Foi pena! Seria interessante ouvir os dois candidatos a primeiro-ministro sobre dois dos mais relevantes estrangulamentos da sociedade portuguesa.

Passos Coelho vs Sócrates: Ça va de soi!

É o debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro. Passos Coelho só precisa de ser igual a si próprio para marcar a diferença com Sócrates. E, sobretudo, não permitir a confusão entre as últimas seis semanas e os últimos seis anos.

P.S. Passos Coelho venceu (22h16)

Estado social de Sócrates

O estado a que chegou o Estado Social da governação de José Sócrates não deixa quaisquer dúvidas: o número de desempregados sem subsídio subiu de 48 para 54% no primeiro trimestre de 2011, ou seja, mais de metade dos desempregados foram abandonados pelo Estado socialista, apesar de terem pago os seus impostos. Pois é, não chega para tudo, pois não?

Qual é a estrela que se segue?

Depois do célebre caso Taguspark-pequeno-almoço entre Sócrates e Figo, na véspera das eleições de 2009, será que vamos assistir ao caso CML-Continente-RTP/pequeno-almoço entre Sócrates e Tony Carreira, na véspera das eleiçõies de 2011? Perguntar não ofende, pois não?

quinta-feira, maio 19, 2011

Paulo Portas: uma nuance pelo poder

Paulo Portas afirmou, hoje, com aquele ar de estadista plastificado, que, mesmo que o PS ganhe as eleições, não compreende por que razão o CDS/PP e o PSD não poderão governar se alcançarem uma maioria no Parlamento. Eis uma frase que revela o desespero do líder do CDS/PP pelo poder. Mas revela muito mais: o timing perfeito para afirmar uma nuance que também pode servir para o outro cenário, ou seja, para justificar a concretização da coligação (secreta) entre CDS/PP e o PS depois das eleições de 5 de Junho. Tudo, obviamente, em nome do interesse nacional, quiçá, da liderança do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Um problema continuado

Por um voto

«Quem muda de programa como quem muda de camisa, quem é capaz de afirmar olhos nos olhos que não disse o que disse, quem usa sem pudor os recursos do Estado para fazer propaganda política, quem tudo isto faz perante o olhar de um país inteiro não olha a meios para atingir os fins».

688 900: o número da governação Sócrates

A taxa de desemprego diz tudo sobre os últimos seis anos de governação. Não fora o condicionamento da comunicação social e os tachos distribuídos pela corte do costume à custa do défice, este primeiro-ministro (demissionário) nunca seria recandidato a governar Portugal.

O escrutínio do poder

Depois de criticar violentamente a privatização da empresa pública Águas de Portugal, o jornal Público revela os planos de privatização da dupla Sócrates/Lino, num artigo intitulado Sócrates e Mário Lino prepararam privatização das águas em 2000. Eis um excelenete exemplo da informação que escrutina o poder, com a chancela de José António Cerejo.

quarta-feira, maio 18, 2011

Braga vs Porto: final em grande

É um momento único para mostrar o melhor do futebol português. E que ganhe o clube que mais e melhor conseguiu fazer até chegar à final da Liga Europa: o Braga.

Passos Coelho frontal

O líder do PSD voltou a demonstrar elevação e sentido de humildade políítica, eliminando qualquer eventual dúvida sobre a disparatada possibilidade do partido mais votado ficar de fora do próximo governo de Portugal. Não há dúvidas: o partido mais votado deve formar o governo, quer Cavaco Silva goste ou não goste. Aliás, mesmo que o presidente da República tivesse que sair, os valores da Democracia são mais importantes do que quaisquer tacitismos manhosos, obvimanete, em nome do interesse nacional.

Juventude luta em Espanha

É um vídeo extraordinário. E há gente que pensa e não se resigna. É a esperança maior num futuro melhor e mais justo.

O triunfo dos animais políticos

terça-feira, maio 17, 2011

Lusa sem confiança nem vergonha

A Agência Lusa continua a ser notícias pelos piores motivos. É por esta e por outras que o Estado deve, infelizmente, sair da comunicação social. Já! Eis mais um triste legado da governação de José Sócrates.

Sócrates diz uma verdade

O debate entre Sócrates e Jerónimo de Sousa permitiu constatar que o PCP está muito longe de estar condenado à irrelevância no jogo político-partidário. E até pode ser uma surpresa no dia 5 de Junho. Quanto a José Sócrates, enfim, o mesmo do costume, capaz de tudo para manter o poder, e até capaz de dizer uma verdade pertinente: quem ganha as eleições, forma o governo.

segunda-feira, maio 16, 2011

A oitava vida de Portas

Fartos disto

Agitação em Belém

O cenário começa a ser medonho para as bandas de Belém. É que o dia em que Cavaco Silva vai falar ao país está cada vez mais perto. Será que vamos ter outro golpe constitucional depois de 5 de Junho? Ou será que vai aparecer, à última da hora, um estadista de pacotilha a clamar pelo interesse nacional para justificar a mentira política antes de eleições?

DSK - mais lá, que cá...

«Homens tão inteligentes, como tolinhos, abundam. Lá, como cá».

Universidade Independente: o julgamento de todos os riscos

O início do julgamento da Universidade Independente coincidiu com um período pré-eleitoral. É a universidade em que o primeiro-ministro obteve uma licenciatura, lembram-se? Ou será que, nesta Democracia, já nem é possível recordá-lo?

Eleições 2011: a questão fulcral

Com a intensificação das campanhas, em que os partidos têm tentado passar a sua mensagem política e programática, continua por esclarecer a questão fulcral do momento: qual vai ser a solução governativa no caso de nenhum partido ter maioria absoluta?
Os líderes partidários não podem fugir a esclarecer esta questão, nem socorrerem-se de truques infantis para depois fazerem o que tinham prometido não fazer. Não há meias tintas nesta fase crucial da sobrevivência do país. É preciso escolher: ou se opta pela fraude eleitoral, ou se diz a verdade aos eleitores.

domingo, maio 15, 2011

Corrupção: líderes políticos distraídos?

Francisco Louçã, até ao momento, foi o único candidato a falar abertamente da corrupção. A propósito de um artigo de Maria José Morgado - "Sermão do bom ladrão" -, o líder do Bloco de Esquerda tocou num dos maiores falhanços do consulado de José Sócrates: o combate à corrupção.

P.S. É curioso que Paulo Portas fale de Justiça, mas não fale da necessidade de um verdadeiro combate à corrupção. Será que o silêncio de Pedro Passos Coelho sobre esta matéria também é explicado pelos mesmos motivos?

Os portugueses são manhosos?

Sempre detestei o vox populi, mas nunca ignorei a voz do povo. Entre as últimas tiradas de rua, destaco uma impressionante: «Sócrates deve ganhar com a diferença de uma décima, ou seja, não vai poder fugir à merda que fez». A brincar, a brincar, e já que estamos no fosso, vale a pena pensar nisto...

O teste do algodão

As contradição entre os líderes partidários e as suas respectivas equipas não têm todas o mesmo interesse para o debate. Basta verificar como a tirada Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro, foi atirada para um canto. Ora, pois bem, para uns trata-se de impreparação; para os outros, é uma questão de opinião pessoal... Como o debate não deve ser silenciado por todos, e independentemente da vontade do chefe (deles!), aqui fica  a declaração do governante (demissionário) sobre a privatização da RTP.

sábado, maio 14, 2011

Os boys vencerão

A blogosfera é assim, oscila entre a banalidade, o acerto de contas e o sentido de oportunidade. Quanto aos primeiros, é deixar o tempo fazer o respectivo controlo de qualidade. Quanto ao último, aqui fica um exemplo notável: «Há quem diga que os encontros tiveram como modelo de inspiração, Rui Pedro Soares, o exemplo máximo de um jovem activo e dinâmico. E parece, inclusive, que nos meandros do largo do rato, quem apurar, atento, o ouvido perceberá um sussurro constante: 'os boys vencerão'».

O sexto e o mesmo Sócrates

Vem aí o lobo mau

Sermão do bom ladrão

Paulo Portas: à beira da fraude eleitoral

Conforme referi aqui, só alguém que não conhece Paulo Portas (ou pior, conhecendo-o presta-se a mais um frete inacreditável) pode afirmar que o líder do CDS/PP já esclareceu a sua posição em relação a um eventual acordo com José Sócrates para formar governo. Aliás, nem seria preciso ler "Portas não exclui ter de negociar com o PS", no Expresso, para perceber que a recusa de Portas em dizer "Não" a José Sócrates é mais um truque. E de truques, estamos conversados e fartos.

P.S. O programa do CDS/PP está apresentado. É mais do mesmo, pouco claro e revela uma atitude em bicos dos pés. O que é feito da humildade que Portas tanto tem recomendado à classe política?

Os profissionais dos pentelhos

Num dos momentos mais graves da história de Portugal alguma imprensa e alguns dos comentadores do regime enchem a boca com a gaffe de Eduardo Catroga, ou seja com fait divers que não merecem mais do que uma breve. Obviamente, para quem não não trabalha e/ou não tem argumentos é bem mais fácil escrever sobre os pentelhos, ou os pintelhos, do que escrutinar, comentar e debater a governação dos últimos seis anos. Não é surpresa, vindo de quem vem. Compreende-se, é a táctica de diversão de sempre utilizada pelos serviçais do costume....

sexta-feira, maio 13, 2011

Pedro vs Paulo: a vitória da serenidade

O debate entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas foi um mau prenúncio para um eventual futuro governo de coligação entre o PSD e o CDS/PP. Pedro Passos Coelho marcou pontos com a serenidade das propostas já apresentadas, deixando Paulo Portas colocar-se permanentemente em bicos dos pés e a assumir uma atitude de ataque traquina e inconsequente, mesmo quando quando não estava preparado, como foi o caso da baixa da Taxa Social Única ou da redução de metade do número de deputados.

P.S. Apesar da euforia permitida por algumas sondagens, não vale tudo. Paulo Portas sabe que os portugueses nem esqueceram os submarinos (comissões de 63 milhões de euros?), nem Celeste Cardona, porventura a pior ministra da Justiça desde o 25 de Abril.

Recessão: a realidade implacável

Apesar de todas as garantias do governo Sócrates (demissionário), a realidade está aí: Portugal entrou em recessão. É o início de um período negro que ninguém sabe, honestamente, quanto tempo vai durar. Eis o legado de Sócrates à beira das eleições..

Jerónimo vs Louça: ainda existe esquerda

Desde o 25 de Abril, há uma espécie de esquerda, ora revolucionária, ora pragmática, que sempre julgou ser dona do Estado e da Democracia. Apesar de doutrinalmente afastadas, ambas têm em comum o facto de terem estado permanentemente sentadas à mesa do Orçamento de Estado e de ignorarem a corrupção, o nepotismo e o tráfico de influências. E mais. Ambas enchem a boca com o Estado Social, apesar de participarem, activamente, na sua progressiva liquidação, e, curiosamente, ou não, ambas estão, mais ou menos fervorosamente, com José Sócrates. Obviamente, a esquerda não se resume esta espécie de oportunistas instalados, como comprovou o debate entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. Afinal, ainda existe uma esquerda fiável e credível.

quarta-feira, maio 11, 2011

Das Finanças ao MP

O conhecimento das equipas governamentais é um dado cada vez mais importante nas campanhas eleitorais. Contudo, actualmente, é tão importante conhecer o próximo ministro das Finanças como, por exemplo, conhecer quem vai liderar a Justiça e a Pocuradoria-geral da República. Da parte do PS, ninguém duvida quem serão os escolhidos.. Mas será que, em breve, os restantes partidos  terão a capacidade de apresentar os nomes que têm em carteira para travar o actual estado de desastre na Justiça e, em particular, no MP?

Reestruturação do IVA: malditos critérios

O IVA está a dar pano para mangas nesta fase de campanha pré-eleitoral. As declarações da reestruturação dos escalões do IVA têm provocado todo o tipo de cambalhotas. Aliás, basta verificar a grosseira diferença do tratamento da questão quando se trata da comunicação da oposição ou do governo (demissionário): quando se trata do PSD, é aumento de impostos; por sua vez, quando se trata do CDS/PP, então é  paisagem; por último, quando se trata do PS, é invocado o acordo da Troika. Da Troika? Mas o acordo com a Troika não foi negociado e assinado pelo governo (demissionário)?

Laurentino Dias e a bola

O secretário de Estado do Desporto (demissionário) foi desancado por Pinto da Costa por ter manifestado o seu desejo de ver o Braga ganhar a Liga Europa. Pobre Laurentino! Então um governante já nem pode confessar um sentimento de favorecimento do clube da sua própria terra?

Vieira da Silva: o desastre à vista

A possibilidade do PS ganhar as eleições é tão desastrosa quanto a aventada hipótese de Vieira da Silva assumir a pastas das Finanças do próximo governo. Aliás, a  péssima prestação do ministro Economia (demissionário), quiçá provocada pelos seus pesados afazeres de coordenação da mercearia partidária e eleitoral, não pode ser esquecida, nem que seja à custa de mais um qualquer truque de marketing político.

P.S. É interessante assistir ao lançamento do nome de Vieira da Silva para a pastas das Finanças no mesmo dia em que ficou a ser público a concessão de benefícios fiscais aos BPN e, obviamente, à J.P.Sá Couto. 

Os negócios entram na campanha

À medida que a corrida eleitoral avança para o período formal de campanha eleitoral, os negócios de Estado e com o Estado vão ser uma presença cada vez mais regular no debate. Porventura, não vai haver tempo suficiente para tudo, mas o escrutínio é necessário e importante. Afinal, com uma tal brutalidade de dívida pública e de défice, é preciso saber para onde foi tanto e tanto dinheiro.

terça-feira, maio 10, 2011

Por portas travessas

Um argumento para debater na campanha

Antes das eleições de 5 de Junho, a última palavra caberá ao presidente da República, na comunicação que fará ao país no dia anterior. É preciso que os eleitores saibam o que fará Cavaco Silva no caso de o PS ganhar as eleições com maioria simples. Se todos os líderes já recusaram um entendimento com José Sócrates, com vai ser constituído o governo do PS? Sem Sócrates? O presidente dará posse a um governo minoritário? Eis três questões essenciais que têm de ser clarificadas, de forma a permitir o juízo dos eleitores.

Reino Unido à espera do resultado das eleições

«Não se pode gerir uma união monetária com governantes como Sócrates».
Financial Times».
(Via 31 da Armada)

segunda-feira, maio 09, 2011

Financial Times: o colunista vai resistir à fúria socrática?

No debate entre Portas e Sócrates, Judite Sousa perguntou e bem. E Sócrates fez uma cara de espanto, como se fosse possível que o seu (tão competente?) gabinete lhe tivesse omitido um tal comentário no Financial Times. E para tirar quaisquer dúvidas, aqui fica a notícia da RTP: «Na coluna que assina no Financial Times, Wolfgang Münchau não poupa criticas ao Governo e ao primeiro-ministro português, que segundo ele, 'protagonizou um momento de tragicomédia', durante a sua comunicação ao país na semana passada. Na opinião deste comentador, a gestão da crise por parte do Governo português foi, e continua a ser 'aterradora'».

Paulo Portas arrasa Sócrates

O líder do CDS/PP esteve implacável. Portas conseguiu, por diversas vezes, desmontar impiedosamente a cassete de José Sócrates, cuja convicção já teve melhores dias. Só lhe faltou responder à letra quando Sócrates deixou no ar saber qualquer coisa (que não disse!) sobre os submarinos.

P.S. Judite de Sousa esteve a um nível excelente. Fez as perguntas que se impunham, sem se deixar perturbar pela experiência dos dois candidatos.

Preparem-se: vem aí o papão

Após a a presentação do programa eleitoral do PSD, vamos assitir a uma fortíssima campanha em defesa de um muito sui generis Estado Social. Sobretudo daqueles que tratam a saúde em clínicas privadas, têm os filhos nas melhores escolas privadas e vivem em condomínios de luxo.
De facto, quem sofre o corte nas reformas, quem definha com um subsídio de desemprego de miséria e quem desespera meses à espera de uma consulta e/ou de uma cirurgia sabe bem qual é o preço de uma qualquer Parceria Pública e Privada (PPP).
P.S. Hoje, os tempos são tão especiais que a notícia de uma doente oncológica que não tem lugar nos cuidados continuados dos hospitais públicos é quase uma não-notícia. Se calhar, não interessa nada. Nem interessa a quem enche a boca com o Estado Social.  

domingo, maio 08, 2011

PSD: a alternativa sem rodeios

Pedro Passos Coelho está renovado. E está a mostrar o que vale. Finalmente! A apresentação do programa eleitoral do PSD está aí. Com transparência. E com diferenças claras em relação às meias propostas dos socialistas. Em síntese: os eleitores. têm uma escolha facililitada. Afinal, haverá alguém que não esteja farto deste Estado gordo e tentacular, que tudo abafa e controla, que está mais ao serviço da nomenclatura do que do povo, e que quase arruinou o país?

P.S. As propostas do PSD revelaram atenção a áreas cruciais. A  revolução da Justiça e o fim de órgãos de comunicação social controlados pelo Estado (e ao serviço do governo) também fazem a diferença. É prova que os social-democratas estão ligados à realidade.

Convenção BE: a garantia do Estado Social

Francisco Louçã está em forma. E o Bloco de Esquerda mais vivo do que nunca. Além daqueles que se calaram, em nome da unidade (mais parecem comunistas, socialistas ou social-democratas da velha guarda), o partido mais esquerda com deputados na Assembleia da República continua ser igual a si próprio, tentando lançar as pontes para uma alteranativa de esquerda. O BE continua a ser a garantia que esta espécie de PS de Sócrates não seja ainda mais neoliberal do que a própria direita.

sábado, maio 07, 2011

José Sócrates precisa de ser muito, muito severamente castigado

 E a melhor maneira de o castigar é através da via eleitoral.

Pedro Passos Coelho: chegou a hora

Após a confirmação da ajuda externa necessária para tentar sair do atoleiro, e com a  confortável vantagem que decorre da desastrosa governação dos últimos seis anos, o líder do PSD tem de mostrar o que vale. É a hora. O facto de ser um outsider da política partidária e governativa é um trunfo para poder falar claro, como ontem, em que afirmou que no próximo governo não podem estar PSD e PS. É exactamente isso que o país precisa de saber e ouvir. Para poder escolher. Chega de paninhos quentes e de branqueamento da governação que levou o país ao desastre financeiro.

P,S, A clarificação na política é essencial. Vamos lá ver se Paulo Portas é capaz de dizer o mesmo: no próximo governo ou está o CDS/PP ou o PS?

Acordo com a Troika: É ou não é?

Não é por não haver cortes nos 13º e 14º meses que o acordo com a Troika é melhor ou pior. Muito pelo contrário. Porventura, o custo que teremos de pagar vai ser muito maior do que o corte dos dois meses extraordinários. É só fazer as contas... obviamente depois de 5 de Junho, quiçá daqui a um ou dois anos.
Em Portugal, José Sócrates deixa uma triste herança: O que é não é, e por vezes o que não é passa a ser. Eis um lema que poderia assentar muito bem no que se disse e continua a dizer sobre o acordo que a Troika impôs a Portugal.

quinta-feira, maio 05, 2011

Uma final com norte

Grande jogo e um resultado histórico para o Braga.

Outro marco histórico da governação Sócrates

Comparação da dívida pública contraída.

Novo truque aguardado a qualquer momento

Depois da conferência de imprensa da Troika, que arrasou esta espécie de governação/propaganda, é aguardado a qualquer momento mais um novo truque. Não é de excluir que seja do tipo canalha, surdo, pela calada dos bastidores da Administração, com um qualquer boy do costume a tentar prestar mais um frete. Afinal, a verdade vem sempre à tona. E estamos a pagar o tardio pedido de ajuda externa. É que a coisa já não vai lá com paleio, com mais ou menos declaração, nem que seja com teleponto.

Inalam e engolem

quarta-feira, maio 04, 2011

Acordo com a Troika: Acabou a festa

Aí estão os primeiros detalhes do acordo que o governo celebrou com a Troika. Vai ser duro, muito duro, para os pobres, para os trabalhadores com mais de 35 anos e para toda a classe média. Hoje, acabou a festa, definitivamente. Acabou a historiazinha saloia e medíocre da tentativa de passar as responsabilidades para a oposição. Já não há mais truque que tape a evidência. Este país vale o que valeu a governação de José Sócrates: uma mão cheia de ilusões, de mentiras e de aventureirismos.

P.S.  Ao anunciar o que não estava contemplado no acordo com a Troika, ontem, José Sócrates até pode ter conseguido iludir algumas pessoas, divertir a corte do costume que vive à custa do Estado e alimentar a esperança de uma vitória eleitoral. Mas, hoje, 24 horas depois, o silêncio governamental é estrondosamente ruidoso.

Carta aberta a Pedro Passos Coelho

Repetir 2009?

O ministro Silva Pereira recebeu os partidos que recusaram falat com a Troika. Eis um bom momento da governação, cumprindo a promessa de informar os partidos das negociações (?) com os representantes de quem tem possibilidades para emprestar dinheiro ao país.
Agora, só falta mesmo dizer a todos os partidos qual é a verdadeira situação das contas públicas. É que a execução orçamental não acaba em 5 de Junho. E já não temos por cá Vítor Constâncio. Ou seja, as medidas que podem ter que ser tomadas depois das eleições legislativas antecipadas fazem toda a diferença. Afinal, já basta o que aconteceu em 2009, não é?

Boa notícia: Ditadores africanos congelados

As autoridades suiças anunciaram que congelaram as fortunas de ditadores africanos, entre os quais estão Mubarak, Kadhafi e Ben Ali. Só na Suiça, os três tinham valores superiores a 600 milhões de euros.

O PS tem opinião sobre o acordo com o FMI?

Até ao momento, o PS não teve uma palavra sobre o acordo com a troika. Será que foi consultado? Será que tem opinião? Ou será que nem tem direito a opinião porque basta a palavra do chefe?

Dramatização falhada

A vitimização deixou de fazer sentido. E continua, a haver boas razões para responsabilizar o governo pelo actual Estado a que o país chegou. Esta é a primeira conclusão após a divulgação do acordo com a Troika, apesar de não serem conhecidos os seus contornos precisos. Ou seja, a estratégia dramatização de José Sócrates não resultou. Afinal, o cataclismo anunciado, na sequência da crise política que resultou na sua demissão, parece estar afastado. Aliás, a queda do governo contribuiu para uma clarificação das contas públicas e, muito importante, permitiu dar a palavra aos eleitores.

terça-feira, maio 03, 2011

Até tu, Joana Amaral Dias?

Uma das principais mensagens que estão a passar diz muito da propaganda governamental que, pasme-se, até consegue colher junto de quem tem mantido uma intervenção pública credível, como Joana Amaral Dias. A tese é simples (e falsa): seja qual for a escolha do eleitorado para governar Portugal nos próximos quatro anos, a política já está decidida pelo FMI. Ou seja, de uma forma subliminar, tenta-se assim diminuir o valor da alternância, a capacidade de mudança e a possibilidade de corrigir os erros dos últimos seis anos. Só falta mesmo dizer que não vale a pena votar, nem no seu próprio partido (Bloco de Esquerda). Afinal, já está tudo decidido, não é?

O grau zero da propaganda política

O tema das inaugurações à beira das eleições voltou à ribalta, através da TSF. E muito oportunamente. Todos sabem (pelo menos os que querem saber) quanto tem custado ao país, em derrapagens financeiras, a aceleração de obras para serem inauguradas em tempo pré-eleitoral. Aliás, o mais cómico, neste ambiente surrealista, é assistir às inaugurações de José Sócrates, exibindo um enorme sorriso de auto-satisfacção, enquanto o resto do governo e afins, na calada dos corredores do poder, andam de mão esticada para caçar uns trocos a mais ao FMI.

P.S. Falar em «sobriedade do governo» nas inaugurações é de um descaramento intolerável, sobretudo quando tiradas deste calibre ficam sem enquadramento jornalistico, como por exemplo: o primeiro-ministro demitiu-se. Aliás, nem é preciso ter muita memória. Bastaria recordar os milhões, repito, os milhões de euros gastos em inaugurações de vias rodoviárias (PPP's), com banquetes para mais de 100 pessoas, entre outras mordomias.

P.P.S. A propósito, vai haver cerimónia pública, com pompa e circunstância, da assinatura do acordo com o FMI?

Notícias do Estado Social

Não tarda nada

Apesar de toda a a situação já conhecida e da troika instalada em Portugal, chamando ministros e ajudantes como se de subalternos se tratasse, o governo continua a esconder informação sobre as contas públicas. É a governação socialista em todo o esplendor, mantendo o padrão de opacidade até ao fim. E, ainda para cúmulo, quem pede a informação e denuncia a ausência de resposta ainda é criticado. Não tarda nada, José Sócrates, ou um dos afins, vai aparecer na televisão a afirmar que quem critica o governo neste momento é mau português.

P.S. Desengane-se quem julga que pode estar contra a transparência às segundas e a favor da transparência o resto da semana.

segunda-feira, maio 02, 2011

Os socialistas vão votar Portas?

Não vi a entrevista de Paulo Portas na RTP1, mas quem viu gostou. Sobretudo, os socialistas. Será que a grande surpresa das próximas eleições é a transferência de votos do PS para o CDS/PP?

Luís Amado: declaração ambígua em tempo pré-eleitoral

O ministro dos Negócios Estrangeiros felicitou as autoridades norte-americanas pela morte de Bin Laden. Não se sabe se foi durante mais um pequeno-almoço, mas é sabido que, posteriormente, fez uma declaração suficientemente ambígua para merecer toda a atenção e escrutínio: «Portugal não tem sido identificado como um alvo de prioridade desta organização, felizmente, até ao momento, mas as nossas precauções têm que ser tomadas».

A morte de Bin Laden e o terrorismo

É uma grande notícia para Barack Obama, que lhe garante um segundo mandato. Mas a morte do terrorista mais procurado do mundo é muito mais do que a reeleição de um presidente norte-americano e o fim do terrorismo. É a criação de um mártir, cuja imagem vai ser usada para continuar a alimentar a violência, enquanto não forem erradicadas as causas que sempre alimentaram os fundamentalistas, entre as quais se destacam a pobreza, a miséria e o analfabetismo.

domingo, maio 01, 2011

Entretanto, viva a união nacional!

Tem sido particularmente interessante assistir à cobertura da imprensa deste período de pré-campanha eleitoral. Escrutínio? Balanço? Síntese? Não! Aparentemente, o que continua a interessar é o escrutínio, o balanço e a síntese da actividade do maior partido da oposição. Os seis anos de governação socialista continuam a estar fora do centro das atenções mediáticas. Para os mais distraídos a coisa pode ser difícil de entender, mas a explicação pode ser bem mais simples: na imprensa ainda muitos se lembram o que acontece a quem escrutina este governo. Assim, cautelas e caldos de galinha .... Mais vale ir transmitindo as conclusões que vão sendo largadas pela troika.

O desespero e a careca à mostra

Há declarações políticas que matam. Não tanto quando são repetidas por incompetentes e oportunistas, mas quando são proferidas pelos próprios líderes. Há semanas que os socialistas (e os tais papagaios ao serviço) repetem, até à exaustão, que o PSD tem de apresentar propostas e o programa de governo (curiosamente o CDS/PP é poupado). Vale a pena reflectir sobre este compasso de espera. Será que é possível fazê-lo, com seriedade, sem saber o estado das contas públicas e/ou as receitas draconianas impostas pela Troika? Será que antes do disparate, ao serviço do poder, é assim tão difícil perceber que os tempos mudaram? É que já chegou de programas e de anúncios de medidas que nunca saíram do papel. Os tempos mudaram, mas para alguns ainda não.

Ganhar eleições com a verdade

A última carta de Eduardo Catroga ao governo será uma das peças essenciais para os historiadores no futuro. De facto, o «fartar vilanagem de Sócrates foi uma tragédia nacional (...) e as gerações mais jovens deviam pôr este governo em tribunal».Eis um momento de verdade que já faltava. Só assim o PSD pode ganhar as eleições. É preciso falar sem medo da Troika porque eles sabem muito bem o Estado a que o país chegou, como todos poderão ver muito em breve com o anúncio das medidas impostas para ir apanhar o dinheirinho. Quanto ao resto, vale o que vale, pois é mais do mesmo: falta de transparência e silêncios para esconder a actual situação. Aliás, sem qualquer surpresa: há políticos  assim, que não gostam de cartas escritas, que nem podem desmentir, nem são susceptíveis de truques.

William e kate: cobertura sem crise

A cobertura televisiva do casamento real não olhou a meios. A obscena quantidade de horas de emissão (de fraca qualidade) e os comentários saloios chegaram a ofuscar a dimensão noticiosa do acontecimento. Obviamente, não é possível ignorar tal evento, mas será que num tempo de tantos apertos é justificável tantos jornalistas e tantas horas de emissão?

Submarino, Arpão e silêncio

A entrega do segundo submarino, comprado aos alemães da Man Ferrostaal, foi rodeada de um estranho silêncio. Até o caceteiro político de serviço esteve calado. Curiosamente, o equipamento militar foi baptizado com o nome de "Arpão". Eis um nome adequado para uma pescaria de peixe graúdo. Corrupção nos submarinos, pagamento de comissões, críticas a Paulo Portas... ora, ora, isso já lá vai! A hora é de sublinhar o brilhantismo estratégico do líder do CDS/PP. Esta espécie de PS nunca enganou.