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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

segunda-feira, março 14, 2011

PM: Sem um pingo de vergonha democrática

A demagogia sem limites ajuda a liquidar a credibilidade que ainda resta a Portugal.

PM: Discurso oficial das 20H

Capuchinho vermelho, lobo mau ou a demagogia do costume?

À beira do abismo

Passos Coelho avança e Sócrates em silêncio

O líder do maior partido da oposição pediu uma audiência ao presidente da República. Pode ser que o primeiro-ministro quebre o silêncio pesado, cada vez mais pesado e incompreensível na actual conjuntura política.

Paulo Portas: a garantia da clarificação

Paulo Portas prestou um bom serviço ao país: o novo PEC vai ter de passar pelo Parlamento.

Está lélé da cuca

domingo, março 13, 2011

Eleições antecipadas: geração à rasca pode fazer a diferença

Depois de mais um truque do primeiro-ministro, que saiu manifestamente mal, as eleições antecipadas já são admitidas por todos — até por Marcelo Rebelo de Sousa. Não poderia ter havido melhor momento para a consolidação do movimento protagonizado pela Geração à Rasca, cuja força e capacidade de mobilização ficaram bem patentes. Com continuação garantida no Facebook: "Fórum das Gerações-12/3 e o Futuro".

Geração à Rasca: uma foto que vale 300 mil mensagens

sábado, março 12, 2011

Geração à rasca: a manifestação da dignidade

A monumental manifestação dos jovens (e menos jovens) foi uma demonstração inequívoca que o país tem futuro, não obstante este governo ou qualquer outro que venha a demonstrar a mesma incompetência e insensibilidade.
Quem esteve na rua, quem sentiu a energia positiva de uma geração que tem sido humilhada e esquecida, ficou a saber que o país está a mudar. E também ficou a saber que esta geração está melhor preparada, tem mais consciência social e, sobretudo, não está sozinha.
P.S. Todos aqueles que agitaram o espantalho da manipulação política, os riscos de instrumentalização partidária e até o fantasma da violência foram derrotados por uma demonstração de civismo exemplar.

Japão: sismo obriga a debate sobre o nuclear

O sismo que assolou o Japão impressionou pelas imagens de devastação que correram o mundo. E vai obrigar a um novo debate sobre os riscos da opção nuclear e de centrais que funcionam há décadas, como a de Fukushima, que já deu origem a um alerta nuclear internacional.

O verdadeiro Sócrates

O primeiro-ministro de Portugal foi genuíno nas declarações à saída do Conselho Europeu.
É quase surrealista que José Sócrates tenha falado verdade para explicar as mentiras e as omissões ao presidente da República, ao Parlamento e aos parceiros sociais.
Este momento, politicamente patético e triste, ficará como um dos exemplos mais gritantes da governação dos últimos seis anos, em que o próprio líder político confessa que enganou os portugueses para melhor tentar convencer os líderes europeus.

P.S. A reacção de Pedro Passos Coelho foi pronta, certeira e clarificadora. O líder do maior partido da oposição não pode continuar a pactuar com este tipo de governação do vale de tudo. E para ter o apoio dos portugueses, basta-lhe demonstrar que tanto ele como os seus principais conselheiros não são feitos da mesma massa do (ainda) primeiro-ministro de Portugal.

sexta-feira, março 11, 2011

Falta igualdade entre gerações

Carlos Alexandre: guerra suja em marcha

A "guerra" suja contra o juiz Carlos Alexandre só surpreende quem não tem acompanhado os últimos anos da actualidade. Por isso, ainda tem maior relevância a manchete do jornal Público: «Juiz Carlos Alexandre acredita que já foi alvo de escutas ilegais na investigação do Freeport». Este incidente é a prova, mais uma, da existência do clima mafioso que se abateu sobre o país.

P.S. Depois de, em 2007, ao Sol, e recentemente numa entrevista à TSF, ter reafirmado que há escutais ilegais realizadas no aparelho do Estado, o procurador-geral da República vem agora espantosamente (ou não) tentar corrigir a acusação que tornou pública e notória, dizendo que não se referia aos serviços de informações. Ora, se o próprio também afirmou que não tem meios para controlar a realização de escutas ilegais, como é possível que tente excluir quem quer que seja? De facto, para um mandato tão desastroso, que contrasta com uma carreira tão longa e luminosa, só faltava mesmo mais um processo a um jornal e a jornalistas.

quarta-feira, março 09, 2011

Cavaco Silva: o presidente a falar verdade

O discurso de tomada de posse não defraudou as expectativas. É com a verdade que se enfrentam os problemas. E também é com a verdade que se critica a (des)governação.
Depois das palavras presidenciais, o primeiro-ministro só tem um caminho: ou demite-se, ou apresenta uma moção de confiança no Parlamento.

Portugal sem tempo

Boys em apuros: guia prático

«Ocorreu-me comparar este gesto [demissão voluntária do director da London School of Economics, devido aos financiamentos de Kadhafi] com o processo de reabilitação em curso do avençado Rui Pedro Soares, o administrador colocado na comissão executiva da PT para fazer de embaixador pessoal e coordenador de operações negras de José Sócrates»
Pedro Lomba, in Público

Cavaco Silva: um dia de esperança


O momento é tão grave que todos esperam uma mensagem que seja mais do que um conjunto de palavras de circunstância. O discurso de tomada de posse do presidente da República reeleito tem de ser marcante e clarificador.

terça-feira, março 08, 2011

Apita o Mendonça

Orgulhosamente sem o FMI

O discurso do secretário-geral do PS, que (ainda) é primeiro-ministro, no momento de apresentação da moção ao XVII congresso do PS, em Viseu, é um retrato fiel do desnorte dos actuais governantes. Então recorrer ao FMI significa uma «perda de dignidade»? De quem? Dos portugueses? Indignidade, para não lhe chamar atitude desesperada para manter o tacho, é adiar até ao limite o recurso ao FMI nem que isso signifique afundar ainda mais o país.

Geração à Rasca: quem se mete com o PS...

Representantes do "Movimento Geração à Rasca" foram corridos a empurrões e pontapés depois de interromperem o discurso de José Sócrates em Viseu.
P.S. No próximo dia 12, este movimento vai promover uma manifestação, convocada a partir do Facebook. Será que vão ser corridos à bastonada?

segunda-feira, março 07, 2011

Líbia: problema sem fim à vista

Se não fosse trágico, os discursos de Muammar Kadhafi a culpar a Al Qaeda pela revolta na Líbia estariam ao nível das melhores comédias. Mas em tudo o que é risível também há algo que nos faz pensar: será que o ditador aprendeu a lidar com o problema interno com o mesmo cinismo com que as democracias ocidentais lidam com os problemas externos?

Angola: com petróleo e sem liberdade

A estratégia de antecipação (manifestação organizada pelo MPLA) desmobilizou o movimento espontâneo de contestação ao regime de José Eduardo dos Santos. Ainda assim, o arbítrio tão caro à ditadura angolana precisava de um toque final: a prisão de jornalistas.
Em tempos de mudança, que varrem os regimes sanguinários e criminosos, de ocidente a oriente, eis mais um sinal para os portugueses terem de engolir. Afinal, quem se verga em relação a ditadores tem de fazer de conta que não percebe que a arrogância do petróleo e dos diamantes não tem limites.

sábado, março 05, 2011

sexta-feira, março 04, 2011

Alternância: os barões incomodados

Rui Rio e Jorge Sampaio vieram a público fazer o que Pacheco Pereira já tinha feito com muito mais mestria: lançar um aviso para dentro do PSD, alertando para o facto de Pedro Passos Coelho estar cada vez mais perto de chegar ao poder.
O presidente da Câmara do Porto, eterno candidato à liderança do PSD (que vai liquidando politicamente aqueles que não tiveram medo de avançar), engoliu as críticas ao governo para alertar que a resolução da crise não passa pela alternância; o ex-presidente da República (o único que conseguiu demitir um governo sustentado por uma maioria parlamentar) defendeu a estabilidade de mais um qualquer pacto de regime, quiçá a formação de mais uma versão do Bloco Central.
Se é surpreendente o incómodo que a possível alternância política está a provocar, ainda mais surpreendente é a concepção política destes barões do regime que, agora, tentam descredibilizar e lançar o medo sobre as eleições democráticas.

Uma Anschluss à moda portuguesa

quinta-feira, março 03, 2011

Mais austeridade a caminho

O sinal está dado pelo mercado: a taxa de juros do dinheiro que o país tem de pedir emprestado baixou ligeiramente.
A questão que agora se tem de colocar é a seguinte: quais foram as novas medidas de austeridade que o primeiro-ministro prometeu a Angela Merkel?
Como o povo nunca sufragou estas medidas, a legitimidade política do governo para as levar por diante é mais do que questionável. Fazer de conta que a questão não se coloca, mais não é do que agravar o actual estado de pântano..

quarta-feira, março 02, 2011

E depois de Berlim: a subserviência

O encontro entre a chanceler alemã e o primeiro-ministro português ficou pelas meras palavras de circunstância. Certamente, nos próximos dias, e através da evolução das taxas de juro do dinheiro que Portugal pede emprestado, ficaremos a saber se houve alguma mudança. Para já, o essencial do encontro ficou reduzido à pergunta de Luís Ferreira Lopes, editor de Economia da SIC: a deslocação a Berlim não é um gesto de subserviência em relação á Alemanha? Sócrates respondeu: Não. E lá continuou com os estafados oito séculos de história.

Matar a regionalização

Lá vai ele, a caminho de Berlim

O primeiro-ministro já deve estar a coligir as últimas continhas do país para mostrar à chanceler alemã, Angela Merkel. Ninguém sabe se a apresentação vai ser com teleponto ou Moleskine, com os números muito alinhadinhos. A única certeza, e bem triste, é a sensação de que o diktat alemão está sobre as nossas cabeças, por culpa da (des)governação, como sintetiza Rodrigo Moita de Deus.
P.S. Vai valer a pena assistir à performamnce à saída do gabinete de Merkel.

terça-feira, março 01, 2011

Pacheco Pereira: a declaração que faltava a Passos Coelho

O governo deve estar por um fio, a atender à entrevista de Pacheco Pereira: «As democracias têm procedimentos e não devemos interromper, traumaticamente, esses procedimentos».
O alerta está dado para dentro do PSD: Pedro Passos Coelho deve estar mais próximo do que muitos julgam de chegar ao poder.

Merkel versus Sócrates: à beira do pesadelo

O encontro entre a chanceler alemã e o primeiro-ministro português tem algo de dramático. Só falta que, à entrada ou à saída do encontro, que se realiza quarta-feira, em Berlim, às 16horas, José Sócrates se lembre de declarar aos jornalistas: sair do governo... porquê? O povo ama-me.

Desemprego: novo recorde

11,2 por cento entre Setembro e Janeiro. Não é propaganda. É obra, é obra de José Sócrates, do governo e da maioria socialista.

Rui Pedro: um caso para reflectir

13 anos para proferir uma acusação, é muito tempo. Não há propaganda que valha. A Justiça tem de merecer maior atenção da parte do governo e do legislador. E tem de haver vontade política para encontrar soluções, em sintonia com magistrados e polícias.

Khadaffy ri-se e continua a massacrar

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

A diplomacia francesa: o Grupo Marly

J.M. Correia Pinto, in Politeia

Cavaco Silva: faltam nove dias

A cada dia que passa, cresce a expectativa em relação ao discurso de tomada de posse do presidente da República reeleito.

Austeridade: "Se não têm pão, que comam brioches"

De uma penada, e ainda antes da prova de fogo na Alemanha, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças anunciaram a possibilidade de mais medidas de austeridade. A forma politicamente despudorada como se atreveram a avançar tal hipótese, como se fosse algo normal, justifica que alguns já tenham avançado que o governo luta por uma sobrevivência impossível, esquecendo que estão a liquidar o que resta da qualidade de vida dos portugueses.

domingo, fevereiro 27, 2011

Loureiro dos Santos: no melhor pano...

O general Loureiro dos Santos saiu em defesa das Forças Armadas, após ter sido divulgado um telegrama do ex-embaixador norte-americano, dando conta da surrealista política portuguesa de Defesa e de aquisição de equipamentos militares.
Foi uma atitude formal, mas incompatível com a credibilidade de um militar que tem tido uma intervenção pública séria e respeitada.
Afinal, é possível, com seriedade e sem recurso ao insulto, contrariar os argumentos do ex-embaixador norte-americano?
É possível negar que temos mais generais — os tais sentados — do que os nossos parceiros europeus?
É possível disfarçar que algumas aquisições aparecem aos olhos dos cidadãos mais como negociatas do que opções válidas de uma política de Defesa?
Em vez de tentar esconder o sol com a peneira, não terá também chegado a hora de uma verdadeira reestruturação das Forças Armadas?

Kadhafii exilado em Portugal?

À medida que o ditador líbio fica mais isolado, o governo português mostra cada vez mais nervosismo e embaraço, o que explica a escandalosa ausência de uma única declaração oficial de clara condenação. Só faltava mesmo ter o atrevimento de oferecer ao facínora, que já se passeou por Lisboa, com direito a tenda ao lado da residência oficial do ministro da Defesa, o exílio num qualquer condomínio fechado (a sete chaves) no Algarve.

Escutas e mais escutas

A entrevista do PGR à TSF ainda continua a marcar a agenda política. A relação de Fernando Pinto Monteiro com as escutas, as legais e as ilegais, continua a ser difícil, muito difícil de compreender. Mas tudo ficou mais claro com a declaração oficial do primeiro-ministro que, a propósito das polémicas declarações do líder do MP, defendeu que os serviços de informações deviam poder fazer escutas legais...
A resposta do PSD, através de Miguel Macedo, era a única possível e aceitável.

Justiça e ambulância

A notícia sobre a ordem de retirada de uma ambulância para a viatura do ministro da justiça passar vale o que vale. Mas diz tudo da da forma com esta maioria (ainda) exerce o poder.

sábado, fevereiro 26, 2011

Expresso/Wikileaks: um serviço público

O semanário vai divulgar 722 telegramas (2500 páginas) de documentos oficiais que o WikiLeaks teve sobre Portugal. Finalmente, há um órgão de comunicação social português que decide assumir o assunto, evitando a vergonha de ficar de fora num dos momentos mais importantes da história do jornalismo.

P.S. O editorial de Ricardo Costa, director do Expresso, assume uma espécie de censura prévia do governo português por causa de eventuais questões de segurança nacional. É um caminho perigoso, mas para já merece o benefício da dúvida.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

RTP: Uma nova era

A RTP nunca mais vai ser igual, depois da debandada de quadros para a TVI.
Os tempos da megalomania despesista acabaram. Aliás, o governo não hesitará em mudar de posição em relação ao serviço público, a partir do momento em que este deixe de ser tão decisivo como foi nos últimos cinco anos.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

São os negócios...

Deve ser isto o “socialismo democrático” do PS.

Líbia: A vergonha sobre o governo

À medida que os confrontos e os massacres se sucedem na Líbia, com um líder facínora a mostrar a sua verdadeira face (a do atentado de Lockerbie), os governantes portugueses vergam-se a um silêncio vergonhoso. O primeiro-ministro recusa comentar o que o mundo comenta, adoptando uma atitude de arrogância política, quando chegou a hora de pedir desculpa aos portugueses por ter embarcado num branqueamento escandaloso da ditadura líbia a troca de uns trocados, e sabe Deus o que mais.
É preciso recordar que há quem tenha estado contra esta política do vale tudo, até na diplomacia (o que também não é novidade), e que não teve medo, mais uma vez, de remar contra a maré, como Ana Gomes (ver também "Portugal no Conselho de Segurança. E a Líbia").

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Plano inclinado: suspenso ou em suspensão?

É uma pena acabar com um programa com uma opinião séria, credível e livre.
A SIC Notícias e o respectivo director do canal, António José Teixeira, ficam a perder.

Execução orçamental: Afinal, era mais um truque

Todos os analistas, da esquerda à direita, ficaram estupefactos quando conheceram, em detalhe, os números da execução orçamental de Janeiro. A euforia (falsa) de José Sócrates está explicada. Aliás, conforme era previsível, sobretudo para todos aqueles que conhecem os últimos anos de governação (ou querem conhecer), a infantilidade e a irresponsabilidade são tais que já nem espantam. Mas continuam a indignar.
Os portugueses não se podem queixar dos sacrifícios que estão a fazer. Só acredita neste primeiro-ministro quem quer ou tem mesmo de acreditar.

P.S. O semanário Expresso sai mal na fotografia. Vai valer a pena esperar pela próxima edição.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Amigos de Kadhafi calados que nem ratos

O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem estado estranhamente silencioso. Enquanto os massacres se sucedem na Líbia, com o assassinato de centenas de civis que lutam pela liberdade, os governantes portugueses, ao contrário de outros europeus, estão calados que nem ratos. Obviamente, já ninguém espera um gesto de decência, uma palavra inequívoca de condenação. Mas nem mesmo um singelo apelo à moderação do amigo (deles) Muammar Kadafi? Será que não emprestou e/ou pagou o suficiente?

BCE: aviso final a Portugal

Depois da entrevista de Durão Barroso, à BBC, chegou a vez de Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, ser claro, muito claro: «Cabe aos países serem convincentes face à desconfiança dos mercados internacionais».

Não percebo

«Vara passa à frente de todos em centro de saúde. Ex-ministro socialista apareceu de surpresa, passou à frente de todos os doentes e deu ordens a uma médica para lhe passar um atestado».

domingo, fevereiro 20, 2011

Pinto Monteiro: o clone de Sócrates

As palavras de Fernando Pinto Monteiro ao programa "Gente que conta", da TSF, revelaram cristalinamente por que razão o Ministério Público vive um dos piores momentos da sua história. Em vez de colocar as questões com frontalidade e rigor, o PGR limitou-se a uma atitude autojustificativa e a sacudir a água do capote, como se a generalizada desconfiança em relação à Justiça fosse da responsabilidade de todos menos do líder do Ministério Público.
Cada um invoca a "crise externa" que mais lhe convém para disfarçar as responsabilidades próprias. Mas até numa entrevista dócil, para não lhe chamar incompetente, a informação ficou a ganhar. Basta atentar aos elogios do PGR ao actual ministro da Justiça, Alberto Martins, e até ao anterior, Alberto Costa. Está tudo dito!
P.S. Com tanta gente «elegante e sensata» a mandar na Justiça, aliás, bem secundada por quem tenta iludir os portugueses, o PGR não escondeu a ânsia de conseguir transformar o "segredo de Justiça" numa nova versão de "segredo de Estado". É o velho sonho de uma Lei da Rolha para os jornalistas.

sábado, fevereiro 19, 2011

Manchete, boa notícia ou mais um truque?

A redução do défice, anunciada na manchete do semanário Expresso, até pode ser uma boa notícia, a confirmar-se que a despesa pública está sob controlo, pelo menos durante o mês de Janeiro. Todavia, a avaliar pela evolução dos juros que o país tem de pagar para obter financiamento externo, o mais provável é que os números divulgados não passem de mais um truque. De facto, não é por o governo ser liderado por José Sócrates que este tipo de anúncios são credíveis e consistentes. Muito pelo contrário, basta atentar no que afirmou, com toda a propriedade, Soares dos Santos, líder do grupo Jerónimo Martins, um dia antes da publicação do Expresso:«Não vale a pena continuar a mentir. (...) Truques é com o Sócrates.».

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Pedro Passos Coelho sem erros

O líder do maior partido da oposição foi à "Grande Entrevista", de Judite de Sousa, para afirmar, entre outras declarações serenas e sensatas, que um serviço público de televisão que custa 300 milhões de euros por ano é um mau exemplo num país que vive em dificuldades. E mais. Com um toque de autoridade, que começa a assentar-lhe bem, deixou um sério aviso: «O Governo tem de se despachar».

P.S. A notícia da agência Reuters, que dá como certo o pedido de ajuda de Portugal ao Fundo de Estabilização Europeu e FMI, em Abril, deu outra importância a uma entrevista oportuna.

Câmara de Lisboa: Uma vitória suada do MP

O Tribunal da Relação de Lisboa determinou que Carmona Rodrigues, os ex-vereadores da Câmara de Lisboa Fontão de Carvalho e Eduarda Napoleão e ainda Remédio Pires, dos serviços jurídicos da mesma autarquia, vão mesmo a julgamento. O recurso do Ministério Público acabou por ultrapassar uma decisão de primeira instância que, à data, ninguém conseguiu compreender. Finalmente, os cidadãos poderão compreender melhor a fantástica permuta de terrenos da Feira Popular e do Parque Mayer com o grupo Bragaparques.

Cartão do eleitor: erro ou chapelada?

Depois da monumental barraca no dia das eleições presidenciais, que o governo arrumou inacreditavelmente com a demissão de um director-geral, surge agora a intenção de
extinguir o número de eleitor, substituindo-o pelo número de identificação civil. Na actual conjuntura, em que parece valer tudo para manter o poder, a intenção agora avançada deve merecer o maior escrutínio.

Face Oculta: o poder e a Justiça

É mais um dos processos mediáticos que vão fazer correr rios de tinta, com 36 arguidos que vão a julgamento, depois da conclusão do debate instrutório. Com José Sócrates de fora, e com as célebres escutas com Armando Vara a bailar de um lado para o outro, ao ritmo de diversos despachos judiciais, a primeira conclusão é simples: Em Aveiro, como noutras comarcas do país, há magistrados que não têm medo do poder, nem tão pouco desta espécie de poder em funções. e que não se vendem em troca de mordomias, nem se amedrontam com escutas, vigilâncias e perseguições. Também na Justiça, o país divide-se em dois: por um lado, os que querem trabalhar com condições e dignidade; por outro, os que fazem de conta, sempre fortes com os fracos e fracos com os fortes.

O aviso de Mário Mendes

"Há risco de favelas à volta de Lisboa".
Mário Mendes, in Correio da Manhã

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Media: estado de alerta

Estamos a entrar na fase política propensa às últimas negociatas. Tal como aconteceu no passado, com a esquerda e a direita no poder, o fim de ciclo que se aproxima, a passos galopantes, exige um escrutínio ainda mais apertado em relação a todas as decisões governamentais.

Tráfico de armas:três décadas para investigar

Ricardo Sá Fernandes continua a insistir na necessidade de uma investigação da maior relevância para compreender a evolução da Democracia portuguesa: «Portugal era referenciado como o paraíso do tráfico de armas no princípio da década de oitenta».

Post do dia

O segredo Socra-Cola.

PS a desfazer-se

Alfredo Barroso, in Jornal i

Desemprego: novo máximo

A escalada alucinante do número de desempregados continua a fazer vítimas em Portugal.
No 4º trimestre de 2010, a taxa atingiu os 11,1%.
Mais um recorde para o que resta deste governo e do primeiro-ministro (ainda em funções).
P.S. Basílio Horta é um pândego. Então não é que o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que já foi do CDS/PP, tem dúvidas sobre se é bom para o país conhecer as análises do Banco de Portugal. Será que também é prejudicial que o INE revele os desgraçados números do desemprego?

O assalto ao BCP

O consulado da maioria socialista — a absoluta e a relativa —, ficará na história da democracia, seguramente por boas, mas sobretudo pelas más razões. Não é todos os dias que um ex-ministro das Finanças afirma que a «Caixa Geral de Depósitos financiou o assalto ao BCP, com luz verde do Governo e apadrinhada pelo Banco de Portugal, pela CMVM e pelo ministro das Finanças[Teixeira dos Santos». "E la nave va", não é? 

P.S. E a falta que faz, hoje, Vítor Constâncio...

Recessão e comunicação governamental

Mais uma vez, o primeiro-ministro utilizou a táctica habitual para tentar diminuir o impacto das más notícias sobre a economia e as finanças. Um par de dias antes do discurso de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, que confirmou que o país já está em recessão, José Sócrates desatou a fazer uma festa com o crescimento económico, beneficiando de um jornalismo acéfalo que se limita a papaguear os discursos governamentais (modelo da RTP).

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Francsico Louça: jogada de mestre

O líder do Bloco de Esquerda recuperou de uma só penada da derrota nas presidenciais. Ao apresentar a moção de censura, prestou um serviço ao país, clarificando a situação politicamente panatanosa que estava a asfixiar o debate público. E mais: encostou o PCP às cordas e conseguiu meter no mesmo saco o primeiro-ministro (Governo), Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS/PP).
Agora, não há dúvidas relativamente a quem está a suportar a insuportável (des)governação socialista. E, a partir de agora, a oposição à direita do PS tem de comer e calar. Resta saber por quanto tempo.
P.S. O líder do maior partido da oposição tem de tirar consequências do tacitismo que está a liquidar a normal alternância democrática. Ao não liderar a oposição, como lhe compete, Pedro Passos Coelho foi obrigado a andar a reboque e a engolir (novamente) quem tanto tem criticado.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Crescimento económico: Mais do que copo meio cheio ou meio vazio

A revelação dos dados do INE relativos ao crescimento do PIB em 2010 fizeram regressar os truques de ilusionismo político do primeiro-ministro, que exultou com um crescimento de 1,4%. Aliás, não tarda nada, os cidadãos serão bombardeados com a a análise idiota do copo meio cheio ou meio vazio. Mas o que é realmente importante é sublinhar que o país não é viável com uma taxa de crescimento de 1,4%, tanto mais que o dinheiro que andamos a pedinchar por aí fora já ultrapassou os inimagináveis 8%.
Não será tempo de acabar com as meias verdades deste governo moribundo?

P.S. A contracção da economia no último trimestre de 2001 é um indicador preocupante. Para quem ainda tem dúvidas, basta uma rápida consulta das cotações bolsistas para perceber como é dramática a situação do país.

P.P.S. O choradinho oficial que anda por aí, a propósito dos recentes casos de idosos que morrem em casa, sozinhos e abandonados, é ultrajante, simplesmente ultrajante.

domingo, fevereiro 13, 2011

Democracia: ambiente pesado à portuguesa

Um dos maiores estrangulamentos da vida pública é a falta de renovação da classe política. Não faltam exemplos, desde Paulo Portas (CDS/PP), Alberto João Jardim (PSD Madeira), António Almeida Santos (PS), Carvalho da Silva (CGTP) e João Proença (UGT), entre muitos outros. Mas também não faltam ex-líderes que não saiem de cena, nem depois de serem dispensados por imposição constitucional e/ou vontade popular, como são os casos de Mários Soares e Jorge Sampaio (PS), Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Morais Sarmento (PSD), entre muitos outros. Afinal, e à falta de melhor, o espírito de missão e os sacrifícios da exposição pública não são assim tão pesados, pois não?

sábado, fevereiro 12, 2011

Quem tem medo do voto?

Uma estranha aliança surgiu: os fiéis de Sócrates, os inimigos de Pedro Passos Coelho e a corte do costume. Esta santa aliança, que no passado apenas tinham outras moscas com outros nomes, desataram a vociferar contra a moção de censura apresentada pelo Bloco de Esquerda, esquecendo que o país não aguenta mais esta governação de ilusões e mais negociatas de Estado.
Uns não querem perder o poder e as benesses; outros têm medo que o poder caia nas mãos de quem já os conhece de ginjeira; por último, os parasitas do costume querem evitar quaisquer mudanças que os coloquem em risco.
Por tudo isto, a opção política de Francisco Louçã teve três vantagens: não agradou a esta espécie de PS; incomodou o tacitismo da nova liderança do PSD; e agitou o chiqueiro em que a estabilidade está transformada.

Chamem o Figo

Apesar de Rui Pedro Soares, João Carlos Silva e Américo Tomati já não poderem dar uma mãozinha, e da PT e do Taguspark terem sido obrigados a operações mais cuidadosas, a situação complicou-se para o primeiro-ministro. Quase que apetece ironizar: Será que vamos ter, em breve, mais um pequeno almoço entre José Sócrates e Luís Figo?

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Moção de censura: os primeiros efeitos

A conferência de imprensa de Francisco Assis, a seguir ao anúncio da moção de censura ao governo, é um sinal importante do estado de pânico dos socialistas. E, nestas ocasiões, a linguagem política é muito reveladora. O PS que "exige" já lá vai. Agora, o líder da bancada parlamentar do PS "pede" aos outros partidos uma resposta rápida quanto possível à iniciativa do Bloco de Esquerda.

A luz ao fundo do túnel

Censura ao governo

José Sócrates teve a possibilidade de apresentar uma moção de confiança no Parlamento, de forma a renovar a legitimidade política. Perdeu uma oportunidade. E mais do que isso: revelou que o principal objectivo é manter o poder a todo o custo. Felizmente, o jogo democrático falou mais alto. O PCP ameaçou e o Bloco de Esquerda avançou: o governo vai ter uma moção de censura pela frente, no dia 9 de Março.

«Portugal não tem um governo, tem uma agência de publicidade»

É a declaração do dia, no Parlamento, de Paulo Portas. A resposta nervosa de José Sócrates é revelador de que a mudança já está em curso dos bastidores.

PGR tem responsabilidades por acção e omissão

Ana Gomes, in Conselho Superior da Antena 1

TMN: ao serviço de quem?

A operadora móvel da Portugal Telecom é o Estado dentro do Estado. Além do péssimo atendimento, só possível com o actual estado de (des)regulação, a recusa de fornecimento dos dados solicitados pelo tribunal de Aveiro, no âmbito do processo "Face Oculta", dizem tudo do momento que o país atravessa. Fora em qualquer país civilizado, as acções da PT teriam outro destino, ou seja dariam um tombo monumental. Isto sim, chama-se cidadania activa.

Governo aposta no ilusionismo

O país entrou outra vez numa vaga de ilusionismo. Apesar dos indicadores mais do que preocupantes e do dinheiro obtido nos mercados a taxas de juro incomportáveis. Com a aproximação das cada vez mais do que prováveis eleições antecipadas, o governo de José Sócrates lança mais uma vaga rosa para evitar ser corrido do poder. Mais uma vez, as receitas de 2005 e 2009 voltam em força. Agora, só é enganado quem quer.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Ana Benavente: a voz incómoda

Entre a apatia generalizada no seio dos militantes socialistas, ainda há vozes que se destacam de uma forma cristalina. Com ou sem razão, o último artigo de Ana Benavente, ex-secretária de Estado da Educação de António Guterres é uma síntese lúcida e implacável da governação de José Sócrates. Ainda é possível acordar os socialistas?

domingo, fevereiro 06, 2011

Governação: A diferença entre presente e passado

A ideia que os portugueses e as empresas são subsidiodependentes já viu melhores dias. Basta andar nas ruas para perceber que a dependência do Estado é vista com bons olhos, desde que isso não pese nos bolsos de cada um. Ora, com o nível de défice e de endividamento a que chegámos, sem a contrapartida de mais e melhores serviços públicos, já todos perceberam que quem acaba por pagar a factura são os contribuintes. Pedro Passos Coelho já o percebeu; o primeiro-ministro continua agarrado ao século passado.

sábado, fevereiro 05, 2011

Comunistas marcam a agenda

A política portuguesa está a viver um momento decisivo. Como é habitual, os comunistas deram o pontapé de saída, marcando a agenda ao admitir avançar com uma moção de censura, o que deixaria o Bloco de Esquerda numa situação aflitiva. De igual modo, a direita seria quase obrigada a definir prioridades, tendo de optar por enfrentar eleições ou sustentar o governo de José Sócrates. Ora, se acrescentarmos uma pitada de Belém, q.b., num cenário europeu mais desanuviado, então é possível compreender que os próximos meses vão aquecer as hostes partidárias e os barómetros políticos.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

União Europeia: Agradecidos, reverendos e serviçais

Alemães e franceses esticaram a corda até ao limite de forma a impor aos países periféricos e endividados mais regras draconianas a propósito da capacidade de endividamento externo. Inexplicavelmente, José Sócrates sorriu. E até pareceu aliviado. Mas com quê? Será que é uma vitória condenar este país a andar com uma trela ao pescoço ainda mais curta?

Sporting: entre o descalabro financeiro e desportivo

O empate com a Naval é a gota de água.
Depois do pior presidente de sempre, cuja demissão foi o mínimo dos mínimos, só falta correr com esta espécie de treinador inventado por uma direcção do departamento de futebol que mais parece uma brincadeira. A propósito, o Costinha e o Couceiro ainda não se demitiram?

O PS cada vez mais chinês

Capoulas Santos está com um discurso cada vez mais chinês. Não, não é por causa do seu camarada Almeida Santos. O discurso pretensamente democrático de estimular candidaturas alternativas a José Sócrates, para engalanar o congresso do PS, é de uma ingenuidade tal que parece mais um negócio da China.

Sinais de recuperação ou ajuda europeia?

O abrandamento das taxas de juro é uma boa notícia para o país endividado, cujos governantes andam pelo mundo de mão estendida. Mas será que tal se ficou a dever a sinais de recuperação económica e às reformas estruturais prometidas, ou apenas se pode explicar pela aparente mudança de estratégia dos alemães em relação á União Europeia?

Adeus Mubarak

Hoje, sexta, dia 4 de Fevereuiro, pode ficar na história de África.

P.S. Esperemos que o presidente egípcio não escolha a zona da Expo para o exílio.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Remodelação em marcha

Nunca foi tão claro e tão cristalino que José Sócrates está a preparar uma profunda remodelação governamental. Jorge Lacão que o diga: ministro dos Assuntos Parlamentares...ainda.

Cavaco Silva: investigação de José António Cerejo

É mais um artigo surpreendente. Que levanta ainda mais dúvidas. O último esclarecimento presidencial é manifestamente insuficiente, o que é mau para o exercício de tão altas funções. Até à tomada de posse, Cavaco Silva ainda tem tempo para esclarecer os portugueses.

Portucale: um julgamento do regime

O caso Portucale é muito mais do que o processo judiciaol e os intervenientes que estão sentados no banco dos réus. É o espelho do funcionamento do regime, a teia das ligações entre a política e a banca e a consgração dos serviçais diligentes do costume.

Justiça ou paródia?

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Redução de deputados: Ups!

À beira do congresso, a estratégia dos socialistas é capaz de dar para o torto após a aceitação imediata do PSD para avançar com uma das reformas mais necessárias e evidentes aos olhos da generalidade dos cidadãos.

P.S. A partir de agora, cada gesto, palavra ou atitude de Pedro Passos Coelho vão passar a ser escrutinados ao milímetro. Os apêndices cavaquistas, marcelistas, barrosistas, santanistas e todos os outros que são, ou já foram, seguidores de uma destas tendências, quando não de todas ao mesmo tempo, passaram a ter o tacho em risco.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Debate, diz ele

A democracia c'est moi?

Cavaco Silva veio a terreiro explicar o negócio da casa do Algarve. Fê-lo tarde, muito tarde, mas acabou por o fazer.
P.S. Mais de dez dias depois da vitória eleitoral, continua por conhecer o nome da tal agência de comunicação, entre outros, que Cavaco Silva acusou de orquestrar uma campanha de difamação e calúnias. Querem ver que é a mesma do e-mail? Ou será que não interessa nada?

PSP: mais uma baixa

Mais um cidadão morreu na sequência de uma perseguição policial, em condições extraordinárias. E das duas uma: ou a PSP está em pé de guerra com o ministro ou o ministro está em pé de guerra com todas as forças de segurança e afins.

Egipto: Um milhão de novas oportunidades

As ditaduras que esmagam os africanos, e enchem os bolsos de europeus e norte-americanos, estão em risco. Os manifestantes esperados no Cairo, hoje, estão a fazer história.
P.S. Ups! Querem ver que outros amigos africanos, que se passearam por Lisboa, com tapete vermelho estendido, também estão na calha?

Tarzan na selva