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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

domingo, fevereiro 20, 2011

Pinto Monteiro: o clone de Sócrates

As palavras de Fernando Pinto Monteiro ao programa "Gente que conta", da TSF, revelaram cristalinamente por que razão o Ministério Público vive um dos piores momentos da sua história. Em vez de colocar as questões com frontalidade e rigor, o PGR limitou-se a uma atitude autojustificativa e a sacudir a água do capote, como se a generalizada desconfiança em relação à Justiça fosse da responsabilidade de todos menos do líder do Ministério Público.
Cada um invoca a "crise externa" que mais lhe convém para disfarçar as responsabilidades próprias. Mas até numa entrevista dócil, para não lhe chamar incompetente, a informação ficou a ganhar. Basta atentar aos elogios do PGR ao actual ministro da Justiça, Alberto Martins, e até ao anterior, Alberto Costa. Está tudo dito!
P.S. Com tanta gente «elegante e sensata» a mandar na Justiça, aliás, bem secundada por quem tenta iludir os portugueses, o PGR não escondeu a ânsia de conseguir transformar o "segredo de Justiça" numa nova versão de "segredo de Estado". É o velho sonho de uma Lei da Rolha para os jornalistas.

sábado, fevereiro 19, 2011

Manchete, boa notícia ou mais um truque?

A redução do défice, anunciada na manchete do semanário Expresso, até pode ser uma boa notícia, a confirmar-se que a despesa pública está sob controlo, pelo menos durante o mês de Janeiro. Todavia, a avaliar pela evolução dos juros que o país tem de pagar para obter financiamento externo, o mais provável é que os números divulgados não passem de mais um truque. De facto, não é por o governo ser liderado por José Sócrates que este tipo de anúncios são credíveis e consistentes. Muito pelo contrário, basta atentar no que afirmou, com toda a propriedade, Soares dos Santos, líder do grupo Jerónimo Martins, um dia antes da publicação do Expresso:«Não vale a pena continuar a mentir. (...) Truques é com o Sócrates.».

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Pedro Passos Coelho sem erros

O líder do maior partido da oposição foi à "Grande Entrevista", de Judite de Sousa, para afirmar, entre outras declarações serenas e sensatas, que um serviço público de televisão que custa 300 milhões de euros por ano é um mau exemplo num país que vive em dificuldades. E mais. Com um toque de autoridade, que começa a assentar-lhe bem, deixou um sério aviso: «O Governo tem de se despachar».

P.S. A notícia da agência Reuters, que dá como certo o pedido de ajuda de Portugal ao Fundo de Estabilização Europeu e FMI, em Abril, deu outra importância a uma entrevista oportuna.

Câmara de Lisboa: Uma vitória suada do MP

O Tribunal da Relação de Lisboa determinou que Carmona Rodrigues, os ex-vereadores da Câmara de Lisboa Fontão de Carvalho e Eduarda Napoleão e ainda Remédio Pires, dos serviços jurídicos da mesma autarquia, vão mesmo a julgamento. O recurso do Ministério Público acabou por ultrapassar uma decisão de primeira instância que, à data, ninguém conseguiu compreender. Finalmente, os cidadãos poderão compreender melhor a fantástica permuta de terrenos da Feira Popular e do Parque Mayer com o grupo Bragaparques.

Cartão do eleitor: erro ou chapelada?

Depois da monumental barraca no dia das eleições presidenciais, que o governo arrumou inacreditavelmente com a demissão de um director-geral, surge agora a intenção de
extinguir o número de eleitor, substituindo-o pelo número de identificação civil. Na actual conjuntura, em que parece valer tudo para manter o poder, a intenção agora avançada deve merecer o maior escrutínio.

Face Oculta: o poder e a Justiça

É mais um dos processos mediáticos que vão fazer correr rios de tinta, com 36 arguidos que vão a julgamento, depois da conclusão do debate instrutório. Com José Sócrates de fora, e com as célebres escutas com Armando Vara a bailar de um lado para o outro, ao ritmo de diversos despachos judiciais, a primeira conclusão é simples: Em Aveiro, como noutras comarcas do país, há magistrados que não têm medo do poder, nem tão pouco desta espécie de poder em funções. e que não se vendem em troca de mordomias, nem se amedrontam com escutas, vigilâncias e perseguições. Também na Justiça, o país divide-se em dois: por um lado, os que querem trabalhar com condições e dignidade; por outro, os que fazem de conta, sempre fortes com os fracos e fracos com os fortes.

O aviso de Mário Mendes

"Há risco de favelas à volta de Lisboa".
Mário Mendes, in Correio da Manhã

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Media: estado de alerta

Estamos a entrar na fase política propensa às últimas negociatas. Tal como aconteceu no passado, com a esquerda e a direita no poder, o fim de ciclo que se aproxima, a passos galopantes, exige um escrutínio ainda mais apertado em relação a todas as decisões governamentais.

Tráfico de armas:três décadas para investigar

Ricardo Sá Fernandes continua a insistir na necessidade de uma investigação da maior relevância para compreender a evolução da Democracia portuguesa: «Portugal era referenciado como o paraíso do tráfico de armas no princípio da década de oitenta».

Post do dia

O segredo Socra-Cola.

PS a desfazer-se

Alfredo Barroso, in Jornal i

Desemprego: novo máximo

A escalada alucinante do número de desempregados continua a fazer vítimas em Portugal.
No 4º trimestre de 2010, a taxa atingiu os 11,1%.
Mais um recorde para o que resta deste governo e do primeiro-ministro (ainda em funções).
P.S. Basílio Horta é um pândego. Então não é que o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que já foi do CDS/PP, tem dúvidas sobre se é bom para o país conhecer as análises do Banco de Portugal. Será que também é prejudicial que o INE revele os desgraçados números do desemprego?

O assalto ao BCP

O consulado da maioria socialista — a absoluta e a relativa —, ficará na história da democracia, seguramente por boas, mas sobretudo pelas más razões. Não é todos os dias que um ex-ministro das Finanças afirma que a «Caixa Geral de Depósitos financiou o assalto ao BCP, com luz verde do Governo e apadrinhada pelo Banco de Portugal, pela CMVM e pelo ministro das Finanças[Teixeira dos Santos». "E la nave va", não é? 

P.S. E a falta que faz, hoje, Vítor Constâncio...

Recessão e comunicação governamental

Mais uma vez, o primeiro-ministro utilizou a táctica habitual para tentar diminuir o impacto das más notícias sobre a economia e as finanças. Um par de dias antes do discurso de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, que confirmou que o país já está em recessão, José Sócrates desatou a fazer uma festa com o crescimento económico, beneficiando de um jornalismo acéfalo que se limita a papaguear os discursos governamentais (modelo da RTP).

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Francsico Louça: jogada de mestre

O líder do Bloco de Esquerda recuperou de uma só penada da derrota nas presidenciais. Ao apresentar a moção de censura, prestou um serviço ao país, clarificando a situação politicamente panatanosa que estava a asfixiar o debate público. E mais: encostou o PCP às cordas e conseguiu meter no mesmo saco o primeiro-ministro (Governo), Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS/PP).
Agora, não há dúvidas relativamente a quem está a suportar a insuportável (des)governação socialista. E, a partir de agora, a oposição à direita do PS tem de comer e calar. Resta saber por quanto tempo.
P.S. O líder do maior partido da oposição tem de tirar consequências do tacitismo que está a liquidar a normal alternância democrática. Ao não liderar a oposição, como lhe compete, Pedro Passos Coelho foi obrigado a andar a reboque e a engolir (novamente) quem tanto tem criticado.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Crescimento económico: Mais do que copo meio cheio ou meio vazio

A revelação dos dados do INE relativos ao crescimento do PIB em 2010 fizeram regressar os truques de ilusionismo político do primeiro-ministro, que exultou com um crescimento de 1,4%. Aliás, não tarda nada, os cidadãos serão bombardeados com a a análise idiota do copo meio cheio ou meio vazio. Mas o que é realmente importante é sublinhar que o país não é viável com uma taxa de crescimento de 1,4%, tanto mais que o dinheiro que andamos a pedinchar por aí fora já ultrapassou os inimagináveis 8%.
Não será tempo de acabar com as meias verdades deste governo moribundo?

P.S. A contracção da economia no último trimestre de 2001 é um indicador preocupante. Para quem ainda tem dúvidas, basta uma rápida consulta das cotações bolsistas para perceber como é dramática a situação do país.

P.P.S. O choradinho oficial que anda por aí, a propósito dos recentes casos de idosos que morrem em casa, sozinhos e abandonados, é ultrajante, simplesmente ultrajante.

domingo, fevereiro 13, 2011

Democracia: ambiente pesado à portuguesa

Um dos maiores estrangulamentos da vida pública é a falta de renovação da classe política. Não faltam exemplos, desde Paulo Portas (CDS/PP), Alberto João Jardim (PSD Madeira), António Almeida Santos (PS), Carvalho da Silva (CGTP) e João Proença (UGT), entre muitos outros. Mas também não faltam ex-líderes que não saiem de cena, nem depois de serem dispensados por imposição constitucional e/ou vontade popular, como são os casos de Mários Soares e Jorge Sampaio (PS), Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Morais Sarmento (PSD), entre muitos outros. Afinal, e à falta de melhor, o espírito de missão e os sacrifícios da exposição pública não são assim tão pesados, pois não?

sábado, fevereiro 12, 2011

Quem tem medo do voto?

Uma estranha aliança surgiu: os fiéis de Sócrates, os inimigos de Pedro Passos Coelho e a corte do costume. Esta santa aliança, que no passado apenas tinham outras moscas com outros nomes, desataram a vociferar contra a moção de censura apresentada pelo Bloco de Esquerda, esquecendo que o país não aguenta mais esta governação de ilusões e mais negociatas de Estado.
Uns não querem perder o poder e as benesses; outros têm medo que o poder caia nas mãos de quem já os conhece de ginjeira; por último, os parasitas do costume querem evitar quaisquer mudanças que os coloquem em risco.
Por tudo isto, a opção política de Francisco Louçã teve três vantagens: não agradou a esta espécie de PS; incomodou o tacitismo da nova liderança do PSD; e agitou o chiqueiro em que a estabilidade está transformada.

Chamem o Figo

Apesar de Rui Pedro Soares, João Carlos Silva e Américo Tomati já não poderem dar uma mãozinha, e da PT e do Taguspark terem sido obrigados a operações mais cuidadosas, a situação complicou-se para o primeiro-ministro. Quase que apetece ironizar: Será que vamos ter, em breve, mais um pequeno almoço entre José Sócrates e Luís Figo?

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Moção de censura: os primeiros efeitos

A conferência de imprensa de Francisco Assis, a seguir ao anúncio da moção de censura ao governo, é um sinal importante do estado de pânico dos socialistas. E, nestas ocasiões, a linguagem política é muito reveladora. O PS que "exige" já lá vai. Agora, o líder da bancada parlamentar do PS "pede" aos outros partidos uma resposta rápida quanto possível à iniciativa do Bloco de Esquerda.

A luz ao fundo do túnel

Censura ao governo

José Sócrates teve a possibilidade de apresentar uma moção de confiança no Parlamento, de forma a renovar a legitimidade política. Perdeu uma oportunidade. E mais do que isso: revelou que o principal objectivo é manter o poder a todo o custo. Felizmente, o jogo democrático falou mais alto. O PCP ameaçou e o Bloco de Esquerda avançou: o governo vai ter uma moção de censura pela frente, no dia 9 de Março.

«Portugal não tem um governo, tem uma agência de publicidade»

É a declaração do dia, no Parlamento, de Paulo Portas. A resposta nervosa de José Sócrates é revelador de que a mudança já está em curso dos bastidores.

PGR tem responsabilidades por acção e omissão

Ana Gomes, in Conselho Superior da Antena 1

TMN: ao serviço de quem?

A operadora móvel da Portugal Telecom é o Estado dentro do Estado. Além do péssimo atendimento, só possível com o actual estado de (des)regulação, a recusa de fornecimento dos dados solicitados pelo tribunal de Aveiro, no âmbito do processo "Face Oculta", dizem tudo do momento que o país atravessa. Fora em qualquer país civilizado, as acções da PT teriam outro destino, ou seja dariam um tombo monumental. Isto sim, chama-se cidadania activa.

Governo aposta no ilusionismo

O país entrou outra vez numa vaga de ilusionismo. Apesar dos indicadores mais do que preocupantes e do dinheiro obtido nos mercados a taxas de juro incomportáveis. Com a aproximação das cada vez mais do que prováveis eleições antecipadas, o governo de José Sócrates lança mais uma vaga rosa para evitar ser corrido do poder. Mais uma vez, as receitas de 2005 e 2009 voltam em força. Agora, só é enganado quem quer.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Ana Benavente: a voz incómoda

Entre a apatia generalizada no seio dos militantes socialistas, ainda há vozes que se destacam de uma forma cristalina. Com ou sem razão, o último artigo de Ana Benavente, ex-secretária de Estado da Educação de António Guterres é uma síntese lúcida e implacável da governação de José Sócrates. Ainda é possível acordar os socialistas?

domingo, fevereiro 06, 2011

Governação: A diferença entre presente e passado

A ideia que os portugueses e as empresas são subsidiodependentes já viu melhores dias. Basta andar nas ruas para perceber que a dependência do Estado é vista com bons olhos, desde que isso não pese nos bolsos de cada um. Ora, com o nível de défice e de endividamento a que chegámos, sem a contrapartida de mais e melhores serviços públicos, já todos perceberam que quem acaba por pagar a factura são os contribuintes. Pedro Passos Coelho já o percebeu; o primeiro-ministro continua agarrado ao século passado.

sábado, fevereiro 05, 2011

Comunistas marcam a agenda

A política portuguesa está a viver um momento decisivo. Como é habitual, os comunistas deram o pontapé de saída, marcando a agenda ao admitir avançar com uma moção de censura, o que deixaria o Bloco de Esquerda numa situação aflitiva. De igual modo, a direita seria quase obrigada a definir prioridades, tendo de optar por enfrentar eleições ou sustentar o governo de José Sócrates. Ora, se acrescentarmos uma pitada de Belém, q.b., num cenário europeu mais desanuviado, então é possível compreender que os próximos meses vão aquecer as hostes partidárias e os barómetros políticos.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

União Europeia: Agradecidos, reverendos e serviçais

Alemães e franceses esticaram a corda até ao limite de forma a impor aos países periféricos e endividados mais regras draconianas a propósito da capacidade de endividamento externo. Inexplicavelmente, José Sócrates sorriu. E até pareceu aliviado. Mas com quê? Será que é uma vitória condenar este país a andar com uma trela ao pescoço ainda mais curta?

Sporting: entre o descalabro financeiro e desportivo

O empate com a Naval é a gota de água.
Depois do pior presidente de sempre, cuja demissão foi o mínimo dos mínimos, só falta correr com esta espécie de treinador inventado por uma direcção do departamento de futebol que mais parece uma brincadeira. A propósito, o Costinha e o Couceiro ainda não se demitiram?

O PS cada vez mais chinês

Capoulas Santos está com um discurso cada vez mais chinês. Não, não é por causa do seu camarada Almeida Santos. O discurso pretensamente democrático de estimular candidaturas alternativas a José Sócrates, para engalanar o congresso do PS, é de uma ingenuidade tal que parece mais um negócio da China.

Sinais de recuperação ou ajuda europeia?

O abrandamento das taxas de juro é uma boa notícia para o país endividado, cujos governantes andam pelo mundo de mão estendida. Mas será que tal se ficou a dever a sinais de recuperação económica e às reformas estruturais prometidas, ou apenas se pode explicar pela aparente mudança de estratégia dos alemães em relação á União Europeia?

Adeus Mubarak

Hoje, sexta, dia 4 de Fevereuiro, pode ficar na história de África.

P.S. Esperemos que o presidente egípcio não escolha a zona da Expo para o exílio.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Remodelação em marcha

Nunca foi tão claro e tão cristalino que José Sócrates está a preparar uma profunda remodelação governamental. Jorge Lacão que o diga: ministro dos Assuntos Parlamentares...ainda.

Cavaco Silva: investigação de José António Cerejo

É mais um artigo surpreendente. Que levanta ainda mais dúvidas. O último esclarecimento presidencial é manifestamente insuficiente, o que é mau para o exercício de tão altas funções. Até à tomada de posse, Cavaco Silva ainda tem tempo para esclarecer os portugueses.

Portucale: um julgamento do regime

O caso Portucale é muito mais do que o processo judiciaol e os intervenientes que estão sentados no banco dos réus. É o espelho do funcionamento do regime, a teia das ligações entre a política e a banca e a consgração dos serviçais diligentes do costume.

Justiça ou paródia?

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Redução de deputados: Ups!

À beira do congresso, a estratégia dos socialistas é capaz de dar para o torto após a aceitação imediata do PSD para avançar com uma das reformas mais necessárias e evidentes aos olhos da generalidade dos cidadãos.

P.S. A partir de agora, cada gesto, palavra ou atitude de Pedro Passos Coelho vão passar a ser escrutinados ao milímetro. Os apêndices cavaquistas, marcelistas, barrosistas, santanistas e todos os outros que são, ou já foram, seguidores de uma destas tendências, quando não de todas ao mesmo tempo, passaram a ter o tacho em risco.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Debate, diz ele

A democracia c'est moi?

Cavaco Silva veio a terreiro explicar o negócio da casa do Algarve. Fê-lo tarde, muito tarde, mas acabou por o fazer.
P.S. Mais de dez dias depois da vitória eleitoral, continua por conhecer o nome da tal agência de comunicação, entre outros, que Cavaco Silva acusou de orquestrar uma campanha de difamação e calúnias. Querem ver que é a mesma do e-mail? Ou será que não interessa nada?

PSP: mais uma baixa

Mais um cidadão morreu na sequência de uma perseguição policial, em condições extraordinárias. E das duas uma: ou a PSP está em pé de guerra com o ministro ou o ministro está em pé de guerra com todas as forças de segurança e afins.

Egipto: Um milhão de novas oportunidades

As ditaduras que esmagam os africanos, e enchem os bolsos de europeus e norte-americanos, estão em risco. Os manifestantes esperados no Cairo, hoje, estão a fazer história.
P.S. Ups! Querem ver que outros amigos africanos, que se passearam por Lisboa, com tapete vermelho estendido, também estão na calha?

Tarzan na selva

segunda-feira, janeiro 31, 2011

O super dilema da esquerda

Pedro Passos Coelho voltou a incendiar a esquerda, com mais uma declaração ponderada e serena. Ao afirmar que o Estado deve liquidar as empresas públicas com défices crónicos, desde que existam privados que garantam os serviços prestados por essas empresas, levantou-se o coro da esquerda, mais ou menos virgem, em protesto. Curiosamente, a generalidade dos comentários omitiu a segunda parte da declaração. Ainda assim, ninguém ainda ousou explicar como vai ser possível manter estes buracos monumentais, tão grandes como os custos injustificados de milhares de gestores públicos de topo, está claro, com salários multimilionários. Não terá chegado a hora da maioridade da esquerda, já sem problemas de virgindade? De parar de esgrimir argumentos de exigência para os privados e de exibir uma tolerância a roçar a bandalheira para o sector público? Não terá chegado o tempo de os obrigar a andar e a ver o que se pssa nas ruas? E de os ensinar a ser responsáveis e a trabalhar por um vencimento equilibrado?

P.S. Ainda há dias ouvi uma espécie de jornalista a dizer que o governo paga isto e não paga aquilo. Pois é, depois queixem-se...

sexta-feira, janeiro 28, 2011

O ataque à cultura democrática

Tempos houve, em Portugal, que a palavra responsabilidade política tinha valor. De facto, houve políticos e governantes que perceberam que a nobreza do exercício de um cargo público tinha de ser entidada à luz dos mais elevados padrões de exigência. Vale isto a propósito do politicamente patético pedido de desculpa do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, na Assembleia da República (sem que esteja em causa a sinceridade de tal gesto), a propósito da bagunça no dia das eleições presidenciais. Não admira que, lentamente, a prática de irresponsabilização dos políticos e governantes, quais lapas agarradas ao poder e às suas mordomias, continue a fazer o seu caminho. Aliás, basta ouvir a penosa intervenção do primeiro-ministro, hoje, durante mais um debate quinzenal. Ninguém tem dúvidas sobre o entendimento que José Sócrates terá sobre estas matérias. O que ainda surpreende, ou talvez não, é o tipo de intervenção de Jorge Sampaio a defender o indefensável, a fazer lembrar o golpe de Estado constitucional de 2005, com a dissolução de uma maioria parlamentar.

O futuro do PS ou o PS sem futuro

A desastrosa governação de José Sócrates e o marasmo de ideias que criou à sua volta vão custar um elevado preço ao Partido Socialista. A primeira factura chegou nas presidenciais, com Manuel Alegre a ser estrondosamente derrotado. A única forma de evitar a segunda factura, que inevitavelmente conduzirá o partido a uma cura de oposição de muitos anos, é o partido acordar no próximo congresso de Abril, com alternativas que tragam credibilidade e projectos.

P.S. O exemplo de Zapatero diz tudo.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Carlos Silvino: Justiça em risco

As novas revelações de um dos condenados do processo "Casa Pia" e as posteriores declarações de Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, vão fazer correr rios de tinta, com teses e antíteses para todos os gostos.
Ainda que uma investigação judicial tenha outro valor que uma entrevista jornalística, e independentemente de se saber da verdade e/ou mentira das versões de Carlos Silvino, durante o inquérito, a audiência de julgamento ou agora, na entrevista à revista Focus, há duas conclusões inevitáveis: esta é a maior prova de fogo da PJ e do MP; e Carlos Silvino passou a ser uma espécie de bomba-relógio para a Justiça.

Eleitores sem voto

O extraordinário pedido de desculpas do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, é um hino ao "Simplex". Talvez algum dia seja possível de conhecer o número de cidadãos que foram impedidos de votar.

Egipto: a nova oportunidade

Os ventos da revolta em África chegaram às portas de Hosni Mubarak.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Opinião de António Barreto: "O nó cego"

Uma reflexão profunda sobre o estado do país, que merece a maior atenção.

Os líderes que Portugal merece

A eleição dos máximos representantes da República sob o manto da suspeita não é uma novidade, nem aconteceu pela primeira vez com a reeleição de Aníbal Cavaco Silva. Em 2005 e 2009, os eleitores também deram o seu voto a José Sócrates, em circunstâncias bem semelhantes. Aliás, o extraordinário argumentário do discurso do presidente reeleito mais pareceu uma cópia das palavras do primeiro-ministro nas noites eleitorais das duas últimas eleições legislativas. O resultado está à vista. O regime democrático está cada vez mais pobre e a legitimidade da representação cada vez mais enfraquecida.
P.S. Não é o escrutínio dos candidatos que é indigno. O que é indigno é o comportamento de alguns candidatos e a falta de transparência na vida política. A campanha eleitoral das presidenciais de 2011 teve a extraordinária bondade de demonstrar por que razão alguns líderes continuam a tentar confundir verdadeiros casos de polícia com a legitimidade eleitoral, ou seja, como a Justiça está transformada, no essencial, num apêndice quase totalmente paralisado.

Abstenção: a maioria silenciosa

A eleição do presidente da República revelou um alheamento extraordinário dos portugueses. Os 53,37% de abstencionistas poderiam facilmente eleger um presidente da República, à primeira volta.
P.S. Com a taxa de votos brancos (4,26%) e nulos (1,93), a percentagem de portugueses que votaram é ainda mais baixa.

Fernando Nobre: a reserva de esperança

O resultado eleitoral do único candidato independente nas eleições presicenciais de 2011 é a confirmação de que existe um núcleo de eleitores que apostam em movimentos cívicos e numa polítca mais limpa, em que obviamente cabem todos os partidos políticos.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Por que voto Fernando Nobre

O meu voto vai para o candidato independente, com obra exemplar, que apostou em fazer valer o direito de cidadania. E por que não tem nada a esconder sobre licienciaturas fantasmas, aterros sanitários, casas em Lisboa e no Algarve, empreendimentos e terrenos em Alcochete, etc. Pela primeira vez, os portugueses podem votar num candidato que não está conluiado com o sistema político e partidário que nos conduziram ao actual estado de desastre. E, sobretudo, podem dar uma lição exemplar a quem julga que a táctica, as contradições e a miserável chantagem política da escolha do mal menor são suficientes para condicionar o voto, seja à esquerda ou à direita.

Presidenciais: silêncios embaraçosos

Os silêncios ou explicações mal amanhadas dos candidatos Aníbal Cavaco Silva e Manuel Alegre sobre as revelações públicas de aspectos da sua vida pessoal, profissional e académica envergonham os próprios e a Democracia.

Presidenciais: últimos comícios

As declarações finais dos candidatos são de extrema importância, pois revelam não só o estado de espírito de cada um, mas as verdadeiras sondagens que cada um tem nas mãos.

Presidenciais: Alegre anuncia saída de Sócrates

Uma das frases de campanha mais politicamente assassinas em relação a José Sócrates coube a Manuel Alegre: «Não entreguem todo o poder à direita». Quem diria? Acerto de contas entre socialistas? Só falta dizer como e quando é que o primeiro-ministro vai cair no caldeirão... das responsabilidades.

Presidenciais: a revelação saudável

Uma das melhores campanhas eleitorais desde o 25 de Abril está quase a terminar.
Entre o debate e o escrutínio, com mais ou menos serviçais à mistura, a campanha para as presidencias de 2011 fica marcada pela revelação de um candidato, José Manuel Coelho, que usou a imaginação com uma mestria impressionante, sem gastar rios de dinheiro.
Não é todos os dias que um candidato usa em campanha um carro fúnebre, entrega um submarino de brincar na sede do CDS/PP, distribui sacos azuis com batatas, em Gondomar, ou parte em busca do paradeiro de Manuel Dias Loureiro, a partir da embaixada de Cabo Verde, em Lisboa.
Afinal, o humor não morreu em Portugal. Valeu a pena. Nem que seja para assistir ao ar enjoado dos estadistas da treta e da corte do costume.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

TGV: No país dos milagres

Num país em que nada é programado, só faltava programar o que ainda não se sabe quando e se vai existir: Obras do TGV em Lisboa condicionam trânsito na cidade.

Presidenciais: Presidente ou presidente?

A três dias das eleições que vão escolher o novo inquilino do palácio de Belém, surgiu um novo posicionamento dos principais candidatos. De um lado, estão aqueles que entendem o mais alto magistrado da República como a principal referência da República, com capacidade para assumir as suas funções constitucionais (Cavaco Silva e Fernando Nobre); do outro, estão aqueles que o querem transformar num boneco subserviente em relação ao governo de José Sócrates (Manuel Alegre).

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Fernando Nobre: ascendente na recta final

A capacidade de mobilização mediática está a crescer. Ao ponto do candidato já ter apelado a Manuel Alegre para desistir em seu favor, de forma a poder acalentar a esperança de uma segunda volta com Cavaco Silva. A recta final do único candidato independente dos partidos está a surpreender.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Roleta russa

Presidenciais: campanha clarificadora

No actual cenário de crise e de caos governativo, eis uma boa notícia para a Democracia: a cerca de uma semana da eleições presidenciais, o debate está a permitir um escrutínio apertado de cada um dos candidatos. A campanha eleitoral que está a decorrer está a ser uma das mais esclarecedoras desde o 25 de Abril.

sábado, janeiro 15, 2011

Mário Mendes: mais uma demissão

Mário Mendes, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, apresentou a demissão. É mais uma baixa numa área sensível, depois da demissão de Jorge Silva Carvalho, que liderava o SIED, que passa quase em branco em termos de escrutínio e opinião pública. O que se estará a passar (preparar) depois destas duas baixas?

Tunísia: esperança para o mundo árabe

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Crise: Não aprendemos nada?

Não obstante os resultados preocupantes da última emissão de dívida pública, a longo prazo, que registou um aumento da taxa de juro superior a 70%, o tom eufórico da generalidade dos comentários governamentais, oficiais e da corte do costume são de pasmar. Restaram algumas vozes prudentes, internas e externas, designadamente a de Paul Krugman: «Emissão de dívida foi pouco menos que ruinosa». Mas o que mais impressiona é que os principais responsáveis pela dimensão da actual crise continuam impune e alegremente a tentar iludir o povo, numa vetiginosa fuga para a frente.
P.S. As críticas contundentes de Cavaco Silva em relação à actual governação atiraram Manuel Alegre, irremediavelmente, para os braços de José Sócrates.

O candidato das privatizações

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Petição Correio da Manhã já online

Campanha eleitoral: do BPN ao FMI

Presidenciais: começou a campanha à séria

As críticas mais contundentes de Cavaco Silva ao governo já fizeram estalar o verniz dos socialistas, designadamente de Francisco Assis. Curiosamente, o interesse nacional vale mais em campanha eleitoral do que nos últimos cinco anos de mandato presidencial. Afinal, ainda há quem tenha dúvidas de quanto vale o interesse nacional para os político que ocupam os lugares cimeiros da República?

Leilão da dívida pública: desastre ou sucesso?

O mercado continua a não acreditar nos números governamentais sobre as contas públicas. E reflectiu as previsões negativas do Banco de Portugal para 2011. Só mesmo o governo pode considerar um sucesso relativo uma taxa de juros de 6,716 por cento.

terça-feira, janeiro 11, 2011

Governo: a última mentira?

A apresentação dos números da execução orçamental do último trimestre de 2010 e a afirmação taxativa de que Portugal não precisa de ajuda externa valem o que valem. E, desta vez, valem a dobrar. Por um lado, a boa notícia, que tem de ser confirmada por outros indicadores, pode ser um ponto de partida positivo; por outro, se Portugal vier a pedir ajuda externa, então deixou de haver quaisquer dúvidas que José Sócrates não tem condições para continuar a frente do governo.
P.S. Não são as notícias e os comentários sobre o eventual pedido de ajuda externa que são negativos para Portugal. O que é verdadeiramente negativo é o estado a que o país chegou por força de uma governação irresponsável, como revela a manchete do Público: Preparativos para ajuda do FMI a Portugal já começaram

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Crise: preparados para o pior?

O novo tombo da Bolsa de Valores é premonitório. E a última declaração de mau perder de Augusto Santos Silva, mais uma politicamente alarve, infelizmente confere consistência à tese do pedido iminente de ajuda externa. Mais grave do que ter que pedir a intervenção da União Europeia e do FMI é ter chegado à situação em que o país ainda perde mais se não o fizer e rapidamente. Ou melhor, começa a ser a altura de contabilizar quanto já custou ao país a teimosia da nova versão do "orgulhosamente sós".

Cavaco

domingo, janeiro 09, 2011

Coelho ao poleiro

PGR - afundando a justiça

FMI garantido em Portugal

Entre a corte do costume e esta espécie de Partido Socialista que está no poder, ainda há quem tenha o topete político de achar que o governo liderado por José Sócrates tem condições para continuar em funções depois de uma eventual entrada formal do FMI em Portugal. O descaramento é tal que o alerta de Pedro Passos Coelho faz todo o sentido: se Portugal tiver de pedir assistência internacional têm de ser tiradas consequências políticas do falhanço governamental.
P.S. A comunicação defensiva dos socialistas é a melhor confissão que já está tudo a ser preparado para o pedido de ajuda à União Europeia e a entrada do FMI.

sábado, janeiro 08, 2011

BPN visto por Ana Gomes

Depois de ver, ler e ouvir tudo o que se passou e está a passar, mesmo à nossa frente, com o BPN, há momentos em que a paciência esgota. Vale a pena ler o post de Ana Gomes, no Causa Nossa.

Quanto custa José Sócrates ao país?

Na última sexta-feira, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, o governo garantiu o cumprimento dos valores do défice e o aumento das exportações. O resultado está à vista: Os juros da dívida pública portuguesa continuaram a subir, tendo-se aproximado do máximo histórico de 7,357%, enquanto o principal indicador da Bolsa de Valores caiu mais de 3%. A falta de credibilidade do governo liderado por José Sócrates continua a custar ao país milhões e milhões por dia. Até quando?

sexta-feira, janeiro 07, 2011

BPN: Elite escondida com banco de fora

Estado no seu pior

«Maioria das entidades públicas não apresenta contas»
Investigação do Diário de Notícias

BPN: O fundamental da polémica

O caso das acções do BPN é paradigmático. Em boa verdade, não é a primeira vez que somos confrontados com polémicas que têm vários anos. Vale sempre a pena esclarecer o caso, mas também vale a pena questionar por que razão a clarificação é sempre feita anos e anos depois.
P.S. A recusa de Cavaco Silva em esclarecer o negócio das acções revela uma concepção da política arrogante, caduca e irresponsável, aliás também verificada com José Sócrates a propósito de outros dossiers mediáticos. Aparentemente, os portugueses não se importam, pois ambos lideram os destinos do país.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Manuel Alegre em alta

O candidato do PS e do BE deu uma lição de política ao responder, com serenidade e tranquilidade, à insinuação avançada por Teresa Caeiro, permitindo aos portugueses fazerem o seu juízo político. Eis o que falta a Cavaco Silva fazer também sobre a acções da SLN/BPN. E quanto mais tarde o fizer, pior será o serviço prestado à democracia.
P.S. Manuel Alegre começou a perceber que o distanciamento político com esta espécie de Partido Socialista no poder não equivale a renegar o seu passado de militância política e partidária.

João Cravinho apoia petição

«O PS não pode recusar esta lei».

Enriquecimento ilícito: Leia a petição CM

Pedro Passos Coelho anda distraído?

É uma notícia da maior relevância, no Público, assinada por Cristina Ferreira: «Fiscal das contas públicas certificou irregularidades no BPP».

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Presidenciais: o regresso da ética e da transparência

O candidato Manuel Alegre exigiu a Cavaco Silva uma resposta clara sobre o caso das acções da SLN: «Se tem, como disse, um compromisso com a verdade, terá de responder». Como já defendi anteriormente, Aqui, o candidato apoiado pelo PS e BE tem toda a razão. Mas será que o argumento é válido apenas para os adversários políticos e em campanha eleitoral? O que pensa Manuel Alegre sobre a necessidade do primeiro-ministro e cidadão José Sócrates dar explicações sobre todos os dossiers em que o seu nome esteve e está envolvido? Porventura, também tem opinião, mas calou-se e continua calado.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Maus ventos na Europa

A realidade europeia em termos de liberdade de imprensa, de uma forma legal e formal ou de uma forma ilegal e informal, é cada vez mais assustadora.

domingo, janeiro 02, 2011

Ritual de palavras e não só

A mensagem do presidente da República (e recandidato nas eleições de 23 de Janeiro) foi uma excelente síntese do primeiro mandato. A mensagem vazia de conteúdo e politicamente oportunista foi mais do que o habitual ritual de palavras. Foi também a prova de que o modelo de dois mandatos consecutivos de cinco anos está claramente esgotado.
P.S. Cavaco Silva esteve bem em afirmar que não é possível continuar a iludir os portugueses. Mas teria estado melhor se o tivesse afirmado antes das eleições de 2009. A verdade é sempre uma prova de isenção para quem tem a coragem de um estadista, o que não é de todo o caso.

Correio da Manhã com petição

O diário promete uma petição contra o enriquecimento ilícito. É uma iniciativa que constitui um desafio à cidadania activa, conforme é sustentado no editorial de Octávio Ribeiro.

sábado, janeiro 01, 2011

Dia 1 de esperança

O primeiro dia do ano permite sempre uma pausa, um momento especial de reflexão, depois da euforia das festas. Com ou sem crise, com mais ou menos nuvens no horizonte, a troca de votos de Bom Ano Novo é sempre mais do que um ritual. É um sinal de esperança.