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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

segunda-feira, janeiro 31, 2011

O super dilema da esquerda

Pedro Passos Coelho voltou a incendiar a esquerda, com mais uma declaração ponderada e serena. Ao afirmar que o Estado deve liquidar as empresas públicas com défices crónicos, desde que existam privados que garantam os serviços prestados por essas empresas, levantou-se o coro da esquerda, mais ou menos virgem, em protesto. Curiosamente, a generalidade dos comentários omitiu a segunda parte da declaração. Ainda assim, ninguém ainda ousou explicar como vai ser possível manter estes buracos monumentais, tão grandes como os custos injustificados de milhares de gestores públicos de topo, está claro, com salários multimilionários. Não terá chegado a hora da maioridade da esquerda, já sem problemas de virgindade? De parar de esgrimir argumentos de exigência para os privados e de exibir uma tolerância a roçar a bandalheira para o sector público? Não terá chegado o tempo de os obrigar a andar e a ver o que se pssa nas ruas? E de os ensinar a ser responsáveis e a trabalhar por um vencimento equilibrado?

P.S. Ainda há dias ouvi uma espécie de jornalista a dizer que o governo paga isto e não paga aquilo. Pois é, depois queixem-se...

sexta-feira, janeiro 28, 2011

O ataque à cultura democrática

Tempos houve, em Portugal, que a palavra responsabilidade política tinha valor. De facto, houve políticos e governantes que perceberam que a nobreza do exercício de um cargo público tinha de ser entidada à luz dos mais elevados padrões de exigência. Vale isto a propósito do politicamente patético pedido de desculpa do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, na Assembleia da República (sem que esteja em causa a sinceridade de tal gesto), a propósito da bagunça no dia das eleições presidenciais. Não admira que, lentamente, a prática de irresponsabilização dos políticos e governantes, quais lapas agarradas ao poder e às suas mordomias, continue a fazer o seu caminho. Aliás, basta ouvir a penosa intervenção do primeiro-ministro, hoje, durante mais um debate quinzenal. Ninguém tem dúvidas sobre o entendimento que José Sócrates terá sobre estas matérias. O que ainda surpreende, ou talvez não, é o tipo de intervenção de Jorge Sampaio a defender o indefensável, a fazer lembrar o golpe de Estado constitucional de 2005, com a dissolução de uma maioria parlamentar.

O futuro do PS ou o PS sem futuro

A desastrosa governação de José Sócrates e o marasmo de ideias que criou à sua volta vão custar um elevado preço ao Partido Socialista. A primeira factura chegou nas presidenciais, com Manuel Alegre a ser estrondosamente derrotado. A única forma de evitar a segunda factura, que inevitavelmente conduzirá o partido a uma cura de oposição de muitos anos, é o partido acordar no próximo congresso de Abril, com alternativas que tragam credibilidade e projectos.

P.S. O exemplo de Zapatero diz tudo.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Carlos Silvino: Justiça em risco

As novas revelações de um dos condenados do processo "Casa Pia" e as posteriores declarações de Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, vão fazer correr rios de tinta, com teses e antíteses para todos os gostos.
Ainda que uma investigação judicial tenha outro valor que uma entrevista jornalística, e independentemente de se saber da verdade e/ou mentira das versões de Carlos Silvino, durante o inquérito, a audiência de julgamento ou agora, na entrevista à revista Focus, há duas conclusões inevitáveis: esta é a maior prova de fogo da PJ e do MP; e Carlos Silvino passou a ser uma espécie de bomba-relógio para a Justiça.

Eleitores sem voto

O extraordinário pedido de desculpas do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, é um hino ao "Simplex". Talvez algum dia seja possível de conhecer o número de cidadãos que foram impedidos de votar.

Egipto: a nova oportunidade

Os ventos da revolta em África chegaram às portas de Hosni Mubarak.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Opinião de António Barreto: "O nó cego"

Uma reflexão profunda sobre o estado do país, que merece a maior atenção.

Os líderes que Portugal merece

A eleição dos máximos representantes da República sob o manto da suspeita não é uma novidade, nem aconteceu pela primeira vez com a reeleição de Aníbal Cavaco Silva. Em 2005 e 2009, os eleitores também deram o seu voto a José Sócrates, em circunstâncias bem semelhantes. Aliás, o extraordinário argumentário do discurso do presidente reeleito mais pareceu uma cópia das palavras do primeiro-ministro nas noites eleitorais das duas últimas eleições legislativas. O resultado está à vista. O regime democrático está cada vez mais pobre e a legitimidade da representação cada vez mais enfraquecida.
P.S. Não é o escrutínio dos candidatos que é indigno. O que é indigno é o comportamento de alguns candidatos e a falta de transparência na vida política. A campanha eleitoral das presidenciais de 2011 teve a extraordinária bondade de demonstrar por que razão alguns líderes continuam a tentar confundir verdadeiros casos de polícia com a legitimidade eleitoral, ou seja, como a Justiça está transformada, no essencial, num apêndice quase totalmente paralisado.

Abstenção: a maioria silenciosa

A eleição do presidente da República revelou um alheamento extraordinário dos portugueses. Os 53,37% de abstencionistas poderiam facilmente eleger um presidente da República, à primeira volta.
P.S. Com a taxa de votos brancos (4,26%) e nulos (1,93), a percentagem de portugueses que votaram é ainda mais baixa.

Fernando Nobre: a reserva de esperança

O resultado eleitoral do único candidato independente nas eleições presicenciais de 2011 é a confirmação de que existe um núcleo de eleitores que apostam em movimentos cívicos e numa polítca mais limpa, em que obviamente cabem todos os partidos políticos.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Por que voto Fernando Nobre

O meu voto vai para o candidato independente, com obra exemplar, que apostou em fazer valer o direito de cidadania. E por que não tem nada a esconder sobre licienciaturas fantasmas, aterros sanitários, casas em Lisboa e no Algarve, empreendimentos e terrenos em Alcochete, etc. Pela primeira vez, os portugueses podem votar num candidato que não está conluiado com o sistema político e partidário que nos conduziram ao actual estado de desastre. E, sobretudo, podem dar uma lição exemplar a quem julga que a táctica, as contradições e a miserável chantagem política da escolha do mal menor são suficientes para condicionar o voto, seja à esquerda ou à direita.

Presidenciais: silêncios embaraçosos

Os silêncios ou explicações mal amanhadas dos candidatos Aníbal Cavaco Silva e Manuel Alegre sobre as revelações públicas de aspectos da sua vida pessoal, profissional e académica envergonham os próprios e a Democracia.

Presidenciais: últimos comícios

As declarações finais dos candidatos são de extrema importância, pois revelam não só o estado de espírito de cada um, mas as verdadeiras sondagens que cada um tem nas mãos.

Presidenciais: Alegre anuncia saída de Sócrates

Uma das frases de campanha mais politicamente assassinas em relação a José Sócrates coube a Manuel Alegre: «Não entreguem todo o poder à direita». Quem diria? Acerto de contas entre socialistas? Só falta dizer como e quando é que o primeiro-ministro vai cair no caldeirão... das responsabilidades.

Presidenciais: a revelação saudável

Uma das melhores campanhas eleitorais desde o 25 de Abril está quase a terminar.
Entre o debate e o escrutínio, com mais ou menos serviçais à mistura, a campanha para as presidencias de 2011 fica marcada pela revelação de um candidato, José Manuel Coelho, que usou a imaginação com uma mestria impressionante, sem gastar rios de dinheiro.
Não é todos os dias que um candidato usa em campanha um carro fúnebre, entrega um submarino de brincar na sede do CDS/PP, distribui sacos azuis com batatas, em Gondomar, ou parte em busca do paradeiro de Manuel Dias Loureiro, a partir da embaixada de Cabo Verde, em Lisboa.
Afinal, o humor não morreu em Portugal. Valeu a pena. Nem que seja para assistir ao ar enjoado dos estadistas da treta e da corte do costume.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

TGV: No país dos milagres

Num país em que nada é programado, só faltava programar o que ainda não se sabe quando e se vai existir: Obras do TGV em Lisboa condicionam trânsito na cidade.

Presidenciais: Presidente ou presidente?

A três dias das eleições que vão escolher o novo inquilino do palácio de Belém, surgiu um novo posicionamento dos principais candidatos. De um lado, estão aqueles que entendem o mais alto magistrado da República como a principal referência da República, com capacidade para assumir as suas funções constitucionais (Cavaco Silva e Fernando Nobre); do outro, estão aqueles que o querem transformar num boneco subserviente em relação ao governo de José Sócrates (Manuel Alegre).