Partiu para sempre o Senhor Contente

«Em 1975, eu tinha dez anos, havia uma revolução na rua e praticamente não percebi nada (“Mãe, pide é uma doença?”). (...) Nicolau disse que a dada altura “temos saudades de nós naquela idade”. “Para mim, nasci há meia dúzia de anos e sou uma criança”, disse Nicolau. A notícia da sua morte apanha-me agora com dez anos. Nunca falei com ele e foi um homem da minha vida, brilhante como ator dramático (“Os Imortais”, por exemplo), mas que será sempre o Senhor Contente».

A 5.ª coluna de Putin

«O resultado chegou há dois dias: a AfD ficou em segundo nas eleições da Saxónia e em terceiro no Bade-Vurtemberga e na Renânia-Palatinado. Mas mais do que a validação dessa linha partidária, estes resultados carregam uma linhagem geopolítica, porque o grande vencedor destas eleições chama-se Vladimir Putin».

É uma armadilha, Draghi

«Ao injetar dinheiro barato a rodos no sistema, Draghi assume que a falta de crescimento económico se deve a um problema de liquidez. Não é verdade. O problema é que as economias estão deprimidas pela austeridade, sobre-endividadas e sem capacidade de investimento (sobretudo público)».

Paga e cala o bico

«O Fisco nunca responde às reclamações dos cidadãos».

Adeus, Paulo. Vai e não voltes

«Portas fez muito pelo jornalismo português, mas muito pouco pela política portuguesa».

A esquerda precisa urgentemente de se deitar no divã

«O ódio a Cavaco Silva é completamente irracional. O ex-Presidente fez o que mais ninguém fez pelo Estado e pelos seus funcionários. É o verdadeiro pai do monstro e o seu grande protetor. O Estado corre-lhe nas veias e, para ele, a economia sem grandes investimentos públicos não é economia nem é nada».

No país das maravilhas

«Basta ter a esquerda no Governo e o Cavaco fora da Presidência para a crise ter acabado».

O enriquecimento político

«Enquanto o Tribunal Constitucional e uma boa parte do espectro parlamentar continuam entretidos com discussões técnicas e jurídicas que, segundo eles, inviabilizam a criminalização do enriquecimento ilícito, o país é confrontado com milhões a circular nas contas de ex-políticos e com exibições de património que só não deixam envergonhado quem estiver completamente alheado da causa pública. Quanto a José Sócrates, o país inteiro tem assistido ao discurso do ‘provinciano que esteve uns anos na política’ mas que, na verdade, apenas pernoitava nos melhores hotéis e se dava ao luxo de despesas completamente descontroladas. Férias, casas em Paris e subsídios distribuídos a amigos, amigas e a toda uma rede de cumplicidades».

Na maré baixa

«A Operação Lava-Jato, as condenações de altos quadros de grandes empresas, as denúncias do senador petista Deicídio do Amaral, visando diretamente Lula e Dilma, os cofres e apartamentos alegadamente de Lula, são sinais demasiado intensos para dar qualquer credibilidade ao recurso à retórica da luta de classes usado pelo ex-presidente para distrair as atenções do que não consegue explicar. O Brasil tem hoje um poder judicial suficientemente forte para perseguir a verdade em territórios inóspitos».

Brasil em luta

Manifestações anti-Dilma.

Murteira Nabo: do silêncio aos palpites

Murteira Nabo, o ex-ministro de António Guterres, que tem no currículo as brilhantes passagens pelo BES, PT e GALP, quebrou o silêncio: «nacionalização do Novo Banco "é um disparate"».

Lula e o “Aleijadinho”

A notícia dá que pensar: «Polícia encontra “Aleijadinho” ‘desaparecido’ em cofre de Lula». E a justificação ainda mais. nem por cá se chegou tão longe. Para já!

Serviço e ambição

«O novo Presidente já mostrou com brilho que tem maneira própria e estilo pessoal. Campanha, eleição, posse e primeiros dias: únicos e inéditos. Mas foi tudo espuma. O trabalho duro vem agora, começa nesta semana. É difícil pensar que Marcelo fique satisfeito com o que conquistou. E tranquilo com o que tem. Ele sabe que o Presidente da República é o único factor de mudança do regime. Ninguém o quer mudar. Ou antes, os que querem não podem. Os que podem não querem nem têm a mesma ideia sobre a mudança. E ninguém sabe se o Presidente quer ou não fazer evoluir o regime. Se não quer, pior para ambos».

Deveres humanos

«Não nos restem dúvidas: se não houver espaço à dignidade e aos valores éticos e morais para tratar dos refugiados, todo o projeto europeu inexoravelmente ruirá!».

Marcelo presidente: volta Sampaio, estás perdoado!

A entrada de leão do novo presidente apanhou desprevenido os protagonistas do regime. É hilariante assistir ao esforço de alguns para captarem a fórmula mágica e a popularidade crescente de Marcelo Rebelo de Sousa. Não é difícil perceber a azia de alguns, tanto à esquerda como à direita, mas com tantos afectos não tarda a política portuguesa vai passar a ser um vale de lágrimas. Como sempre Portas já apanhou o jeito...

Extremo Oriente

«Em matéria de ‘turismo’, as minhas preocupações estão no extremo oposto: na Estação do Oriente. Todas as semanas, o espectáculo é o mesmo: compro o bilhete, aguardo na plataforma. E começa um cortejo triste e esquálido de gente doente, viciada, perigosa, ou tudo isto ao mesmo tempo, que pede ou exige dinheiro; mostra cicatrizes ou maleitas da mais diversa ordem; ou tenta impingir contrabando ou coisas piores, tudo sob o olhar inexistente de um polícia ou de um funcionário; e sem que haja qualquer intervenção da Câmara ou dos nossos serviços sociais. Marchar contra o hambúrguer? Boa sorte. Mas talvez não fosse inútil lembrar que uma das portas da capital é um estaleiro de miséria humana».

A tese da campanha política

«Estamos perante um processo recheado de indícios a que Sócrates não responde objetivamente. Pelo contrário, cai em contradições quase insanáveis. A afirmação de que é uma pessoa que passa por dificuldades, que não tem dinheiro e vive por conta da mãe, do amigo e de empréstimos é cabalmente desmentida pela forma como dispõe do dinheiro, pelo cuidado de ocultar a sua origem, recorrendo a uma linguagem codificada que só tem paralelo nos processos de tráfico de droga».

«Nós conseguimos quase um milagre com a CMTV»

Octávio Ribeiro, líder do Correio da Manhã, dá uma entrevista ao jornal i que é uma verdadeira pedrada no charco da comunicação social. Ou melhor, um ataque frontal ao silêncio pesado do Sindicato dos Jornalistas, Comissão da Carteira e ERC sobre o que se passou e está a passar à vista de todos. Sem esquecer a concorrência. Haja debate e transparência. E liberdade de informação.

Nova “imagem”, mesmos conteúdos

«A RTP mudou separadores, estúdio da informação e slogan, mas os conteúdos são os mesmos e cada vez mais século XX».

Afectos e afectados

«No fundo, PC e Bloco entenderam o que António Costa ainda finge que não entende: com Marcelo em Belém, há uma concorrência desleal na praça. E perigosa: só um imbecil acredita que Marcelo suportará qualquer governo, independentemente do custo para o País – e, sobretudo, para o próprio».