PASSOS E A REALIDADE

É a influência transversal de quem não integra o Executivo, mas é como se lá estivesse. As últimas palavras de Pedro Passos Coelho ganham uma nova dimensão de clareza depois da divulgação das listas para as europeias. 

P. S. Depois da "narrativa" de José Sócrates e da "sinalização" de António Costa, passámos a uma nova bacoquice: o "intergeracional. Sinal dos tempos?

MEDINA AO TOPETE

Enquanto milhares de portugueses estão há 1, 5, 10 e até 20 anos para que se faça justiça, o ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, teve o inaudito topete político de distribuir críticas por António Costa estar há cinquenta dias à espera de ser ouvido, no âmbito da investigação e processo judiciais que conduziram à sua demissão da liderança do XXIII governo.

P. S. A rábula que o ex-primeiro-ministro é o favorito e/ou o melhor colocado na corrida à presidência do Conselho Europeu está por demonstrar. É que, por ora, nem um único país da União Europeia já o garantiu taxativamente.

IPSE DIXIT. BOA SEMANA (17/2024)

«O esquecimento do 25 de Novembro

 não ajuda a democracia, 

porque a História não se apaga».

Ramalho Eanes

22/04/2024

«Não raramente 

o dr. Pedro Passos Coelho 

usava aquela expressão 

do ir além da troika. 

Eu sempre fui 

mais céptico 

sobre essa ideia».

Paulo Portas

22/04/2024

«Só neste século, 

Portugal já recebeu 

cerca de 60 mil milhões 

de fundos europeus».

Carlos Guimarães Pinto

19/04/2024

«Ocasião fez a decisão [de Marcelo]

António Costa

19/04/024

«O jornalismo devia olhar 

para os órgãos da democracia, 

onde não há politólogos e palpites, 

há políticos eleitos e documentos oficiais. 

Talvez visse o país 

que não se vê 

nos estúdios da televisão».

Margarida Bentes Penedo

18/04/2024

«Mentir é feio, 

diz o PS,

diz  o PS». [gargalhadas]

André Ventura

17/04/2024

«Se Pinto da Costa 

continuasse na presidência [FCP], 

podíamos estar a caminho 

da ruína financeira».

André Villas-Boas

15/04/2024

«Era obrigatório 

ser bem sucedido. 

(...) A troika não confiava 

em Paulo Portas».

Pedro Passos Coelho

15/04/2024

PS REGRESSA AO BRAÇO-DE-FERRO COM A JUSTIÇA

A investigação da Operação Influencer é para continuar, garante a Procuradora-Geral da República. Pedro Nuno Santos já reagiu, pedindo explicações a Lucília Gago.

P. S. A pressão para ilibar António Costa a priori contrasta com o tom de abandono a José Sócrates a posteriori.

 

"CHINIZAÇÃO" COM LUZ VERDE

Em Janeiro passado, era o rude golpe na "chinização" em curso em Portugal"». Agora, o retrocesso é evidente. Afinal, o problema está a montante:“ «O Tribunal [Relação de Lisboa] salientou, contudo, que não existe legislação em Portugal sobre a atividade de lóbi, legislação que, a existir, evitaria muitas situações dúbias como algumas daquelas que foram apuradas nos autos».

DEDUÇÕES E ESPECULAÇÕES

«Os juízes dizem que há por ali muita promiscuidade, entre políticos e promotores, mas não há crime. Há uma floresta de deduções e especulações. Isso não diminui a gravidade dos 75 800 euros escondidos, facto que sempre determinaria a demissão de António Costa, como o próprio admitiu, mas este caso morreu. (...) Não se deve dar margem ao clima de suspeição instalada sobre a atuação do MP neste caso. Isso é destrutivo. Mas não tirar as devidas ilações neste caso será uma total insanidade».

SÓCRATES DESAFIA A JUSTIÇA

As notícias das bolandas judiciais dos ex-primeiros-ministros dizem tudo sobre a governação dos dois últimos socialistas, pelo que já não constituem novidades. Todavia, o último desafio à justiça – Sócrates desafia Justiça e recusa ir ao posto da GNR cumprir apresentações quinzenais – é um patamar nunca visto.

PALAVRAS SÁBIAS

Pedro Passos Coelho volta a agitar as águas, agora relembrando a realidade (ainda por descobrir) durante o período da troika, imposta pela bancarrota deixada pelo PS de José Sócrates. Ao mesmo tempo, Pedro Nuno Santos alerta: «Temos de ter todo o cuidado com o que governo apresenta». Et pour cause, ainda ninguém esqueceu a governação de António Costa, designadamente as promessas falhadas no sector das infraestruturas.

BANCO DE PORTUGAL: BURACO ATÉ AO FIM

A notícia é esclarecedora: «Centeno garante que entregou contas do BdP ao Governo no prazo legal». O resto não pode surpreender ninguém, à luz da governação de António Costa e Fernando Medina.

COSTA LEVADO AO COLO

Da hipocrisia do "não comento processos judiciais", quando dá jeito, ao actual desenfreado desatino do comentariado em relação à lentidão do processo que resultou da Operação Influencer, que envolve António Costa, ex-primeiro-ministro, vai uma distância proporcional ao cinismo político que envenena as instâncias judiciais e continua a descredibilizar o regime democrático.

EGOS VOLTAM A AMEAÇAR ESTABILIDADE

Enquanto vai vociferando contra o Bloco Central, ao mesmo tempo que negoceia com o PSD nos bastidores, Pedro Nuno Santos voltou a comprovar a imaturidade política, promovendo uma guerra de egos que só pode resultar mal. 

P. S. Para quem afirmou que o PS se deixou de tácticas, então é preciso reconhecer que a síntese entre José Sócrates e António Costa continua a liderar o partido.

JUSTIÇA PARA POBRES, RICOS E ÓRGÃOS DE SOBERANIA

«Será que é admissível que o presidente influencie e condicione a escolha do procurador-geral da República que pode, eventualmente, determinar uma futura investigação ao cidadão, depois de sair de Belém?».

TRAÍDOS PELO QUOTIDIANO

«Não será caso único, mas de tanto insistir e persistir na mera gestão do quotidiano, em modo de sobrevivência política, primeiro, para superar a derrota eleitoral de 2015, através de uma solução governativa plena de contradições e divergências com a matriz histórica do PS, depois, para gerir as circunstâncias únicas de que dispunha, estabilidade política e recursos financeiro, a liderança política de António Costa conduziu o partido a um beco quase sem saída».

UM DESPERDÍCIO, UM TEMPO NOVO

«A memória do passado, a afirmação dos valores universais e a acção do poder político e institucional não se vincam com mais assassinatos, guerras, museus ou com ainda mais tacticismo e adiamentos».

JMJ: TRIBUNAL DE CONTAS E AJUSTES DIRECTOS

As críticas do Tribunal de Contas à organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com o colorido festival de ajustes directos são um hino a António Costa e ao XXIII governo constitucional, em que Carlos Moedas também não escapa.

P. S. Marcelo Rebelo de Sousa e o Cardeal D. Américo Aguiar devem estar orgulhosos, porventura até surpreendidos, pois certamente não sabiam de nada. Quanto ao grupo de trabalho (custo mensal de 35 mil euros) que liderou a façanha, nem mais uma única palavra até ao final de 2024.

SANTA CASA PASSA NO VERMELHO

O balanco da governação do PS não deve tardar: o exemplo da Santa Casa, que passa de lucros a prejuízos em 2022, pode ser o ponto de partida para começar a identificar a incompetência, o desleixo e a voragem de António Costa e Ana Mendes Godinho.

COSTA ATÉ AO FIM

Antes do novo primeiro-ministro do XXIV governo constitucional ser indigitado, António Costa teve 2 dias cheios: a campanha europeia à custa do erário público, o toque de humor, o branqueamento do Chega (será suficiente?) e demais banalidades sobre a justiça. Tudo a preparar o futuro, o seu, com a mesma desfaçatez política de sempre.

P. S. Só mesmo a indigitação do PM de madrugada, mais uma façanha presidencial, seria capaz de estar ao nível de uma tal agenda de despedida (por enquanto).

MOEDAS COM MAIS MOEDAS

Pode ser uma gota no oceano, mas Carlos Moedas consegue a proeza de estar na política no sítio certo e na hora certa: «Lisboa tem novo alojamento para sem-abrigo que trabalham».

P. S. Fazer política também é evidenciar, com obra e pela positiva, enquanto presidente da Câmara de Lisboa, o desastre deixado por uma maioria absoluta do Partido Socialista, liderada por António Costa.

POLUIÇÃO VISUAL E SONORA

Antonio Costa lá continua a aparecer e a tentar defender o que sempre mereceu toda a sua atenção: o novo aeroporto de Lisboa, o lítio, o hidrogénio, o data center e as escolhas do PRR, etc. Para já, nem uma palavra sobre o dia-a-dia infernal (saúde, educação, habitação, justiça e segurança) que impôs aos portugueses nos últimos anos.

FARTARAM-SE, DISSERAM BASTA!

«A escalada de representação eleitoral do Chega contou com 5 erros crassos da liderança de António Costa que se configuram como parte do legado destes anos de governação. (...) Para se superar o atual quadro político e eleitoral, é preciso compreender a inconsistência do que foi feito e os impactos nas pessoas e nos territórios, além dos tacticismos, dos tribalismos, dos umbigos e da barricada nos castelos conquistados. Será pedir de mais?»